Influência e suas Consequências

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Caracterização das Influências: 4.1. Influência Neutra; 4.2. Influência no Mal; 4.3. Influência no Bem. 5. Relação entre Mundo Espiritual e Mundo Material: 5.1. Influência dos Espíritos Imperfeitos; 5.2. Influência dos Espíritos Superiores; 5.3. Influência dos Espíritos em Nossas Vidas. 6. Como Administrar as Influências Negativas: 6.1. Desanuviar a Mente; 6.2. Reflexão sobre o Dia; 6.3. Olhar como se Estivesse em Cima de uma Montanha. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O que se entende por influência? Quem influencia quem? Os Espíritos nos influenciam? Como? Como saber se os pensamentos são nossos ou se são dos Espíritos que nos acompanham? Como estamos influenciando o nosso próximo?

2. CONCEITO

Influência é o poder, o prestígio, a ascendência de pessoa ou de uma coisa sobre outra. É um poder que irradia valores, sentimentos, amor, conselho, edificação, ânimo, orientação, do educador para o educando. Tem uma abrangência universal e onidirecional.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Vivemos no meio de raios, ondas, correntes, vibrações, mentes e mediunidade.

A eletricidade e o magnetismo, o movimento e a atração palpitam em tudo.

O veículo carnal é um turbilhão eletrônico regido pela consciência.

Toda ação tem a sua consequência. O nosso modo de pensar influencia o nosso próximo, este o seu próximo, o seu próximo outro próximo e, assim, todos acabam influenciando o Planeta Terra que, por sua vez, influencia outros planetas.

Pelo poder irradiante do pensamento, uma dor no outro lado do Planeta pode ser também nossa.

Cada indivíduo, com os sentimentos que lhe caracterizam a vida, emite raios específicos e vive no meio de vibrações com as quais se identifica.

4. CARACTERIZAÇÃO DAS INFLUÊNCIAS

Tentaremos, nesse primeiro momento, identificar os tipos de irradiações, de vibrações, de influência que uma pessoa exerce sobre a outra. Poderia ser: neutra, má e boa.

4.1. INFLUÊNCIA NEUTRA

Pode uma influência ser neutra? Talvez seja difícil. Mas, para efeito de nosso raciocínio, imaginemos aquela influência que é muito fraca, tanto para o bem como para o mal. São as pessoas que vivem como marginalizadas da sociedade, cujas ações são limitadas e sem impacto para os demais. São indivíduos de um teor energético muito baixo, sem forças para grandes empreendimentos. É como se nenhuma influência exalasse de suas ações. 

4.2. INFLUÊNCIA NO MAL

São os indivíduos que vivem constantemente com os pensamentos malsãos, muitas vezes chafurdados no crime, na destruição do próximo. Como se costuma dizer, são pessoas de “vibrações pesadas”.

As consequências deste tipo de comportamento não se restringem simplesmente a esta encarnação, mas pode ser estendida para as próximas. Os que reencarnam com paralisia e impedimentos físicos diversos podem ser exemplos claros dos hábitos menos felizes do passado delituoso.

4.3. INFLUÊNCIA NO BEM

As pessoas que pensam e praticam o bem exalam simpatia, amor e compaixão. Quando nos aproximamos delas, sentimos um bem-estar sem tamanho. Aqueles instantes robustecem a nossa energia, física e espiritual.

Se, as consequências para quem pratica o mal são lastimosas, estas são prestimosas, pois nos dão mais liberdade de ação e mais conforto em nosso desencarne. É a coroação da passagem pela porta estreita dos sofrimentos, pela renúncia aos desejos, pela prática incessante da caridade.  

5. RELAÇÃO ENTRE MUNDO ESPIRITUAL E MUNDO MATERIAL

5.1. INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS IMPERFEITOS

Os Espíritos imperfeitos, de índole má, vêm até nós para nos arrastar ao mal. Eles não têm pena; chegam, muitas vezes de mansinho, como não querendo nada, mas no fundo desejam a nossa ruína, quer seja por vingança, quer seja por inveja do nosso estado atual.  

Se não tivermos forças suficientes para rechaçá-los, eles acabarão por nos dominar, levando-nos ao processo de obsessão e sua extensão à fascinação e à subjugação.

As consequências, por lhe darmos atenção, não são nada agradáveis. E, conforme for a nossa conduta, podemos levá-las para outras encarnações.  

5.2. INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS SUPERIORES

Os Espíritos superiores só agem em função do bem. Eles não nos obrigam a fazer isso ou aquilo; dão-nos total liberdade de aceitar ou não as suas sugestões, as suas inspirações, os seus conselhos.

Lembremo-nos do daimon socrático. Este Espírito superior só se pronunciava quando achava que Sócrates estaria seguindo um caminho para a sua ruína.

Quando damos ouvidos ao nosso anjo da guarda e aos nossos protetores, as consequências são de mais liberdade em nossas futuras ações.

5.3. INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS EM NOSSAS VIDAS

Duas questões, extraídas de O Livro dos Espíritos.   

459. Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?

— Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito freqüentemente são eles que vos dirigem.

460. Temos pensamentos próprios e outros que nos são sugeridos?

— Vossa alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto e frequentemente bastante contraditórios. Pois bem: nesse conjunto há sempre os vossos e os nossos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas idéias que se combatem.

Se fosse útil que pudéssemos distinguir claramente os nossos próprios pensamentos daqueles que nos são sugeridos, Deus nos teria dado o meio de fazê-lo, como nos deu o de distinguir o dia e a noite. Quando uma coisa permanece vaga é que assim deve ser para o nosso bem.

6. COMO ADMINISTRAR AS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS

6.1. DESANUVIAR A MENTE

Aceitemos o convite do Espírito Emmanuel, que nos orienta a desanuviar a nossa mente todos os dias pela manhã. É de manhã, quando nos levantamos e ainda estamos envoltos com as influências recebidas durante o sono, que podemos renovar os nossos pensamentos e sentimentos para aproveitar o dia que passa.

Podemos, também, fazer uma prece ou ler um texto evangélico. O importante é elevar o pensamento, entrar em contato com as forças superiores da natureza, no sentido de obter as forças necessárias para o cumprimento de nossos deveres.  

6.2. REFLEXÃO SOBRE O DIA

Espelhemo-nos em Santo Agostinho que, todas as noites, repassava o seu dia para ver como fora em pensamentos, palavras e obras.

Adquirindo esse hábito, vamos eliminando as más influências, pois podemos redirecionar as nossas energias para a obtenção da paz e da harmonia.

Em síntese: o objetivo é criar boas consequências para os nossos pensamentos.

6.3. OLHAR COMO SE ESTIVESSE EM CIMA DA MONTANHA

Quando os problemas são muitos e os encargos exagerados, criamos um quadro mental conturbado, nem sempre real.

Se pudéssemos subir numa montanha, mesmo que fosse uma montanha mental, veríamos as mesmas coisas sob outro ângulo.

Este exercício devolve-nos o equilíbrio mental e espiritual que momentaneamente havíamos perdido.  

7. CONCLUSÃO

Seja qual for o problema que nos visite, esforcemo-nos por manter os nossos pensamentos elevados. Com isso, influenciaremos positivamente aqueles que nos rodeiam.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

XAVIER, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 10. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979.

São Paulo, março de 2012