SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. O Texto Evangélico. 4. Essência do Ensinamento. 5. Princípio da Humildade. 6. Os grandes e os Pequenos no Mundo dos Espíritos. 7. Existência e Preexistência da Alma. 8. A Caridade Desconhecida. 9. Conclusão
1. INTRODUÇÃO
Como está colocado o problema? Quais são os aspectos relevantes deste tema? Quem é o maior no Reino dos Céus? Por que Jesus toma a figura de um menino para exaltar o Reino dos Céus?
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este assunto faz parte do Capítulo VII — Bem-Aventurados os Pobres de Espírito de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. Eis os diversos tópicos deste capítulo: O Que se Deve Entender por Pobres de Espírito — Quem se Elevar Será Rebaixado — Mistérios Ocultos aos Sábios e Prudentes — Instruções dos Espíritos: — O Orgulho e a Humildade — Missão do Homem Inteligente na Terra.
As bem-aventuranças são um dos pilares da Doutrina de Jesus. O Reino de Deus também.
É sempre bom lembrarmos que o Espiritismo está assentado num tripé: Filosofia, Ciência e Religião.
3. O TEXTO EVANGÉLICO
3. Naquela hora, chegaram-se a Jesus os seus discípulos, dizendo: Quem é o maior no Reino dos Céus? E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles e disse: Na verdade vos digo que, se não fizerdes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus. Todo aquele, pois, que se humilhar e se fizer pequeno como este menino, esse será o maior no Reino dos Céus. E o que receber em meu nome um menino como este, a mim é que recebe. (Mateus, XVIII: 1-5).
4. Então se chegou a ele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o e pedindo-lhe alguma coisa. Ele lhe disse: Que queres? Respondeu ela: Dize a estes meus dois filhos que se assentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda. E respondendo Jesus, disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber? Disseram-lhes eles: Podemos. Ele lhes disse: É verdade que haveis de beber o meu cálice; mas, pelo que toca a terdes assento à minha direita ou à minha esquerda, não me pertence conceder-vos, mas isso é para aqueles a quem meu Pai o tem preparado. E quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos. Mas Jesus os chamou a si e lhes disse: Sabeis que os príncipes das nações dominam os seus vassalos, e que os maiores exercitam sobre eles o seu poder. Não será assim entre vós; mas aquele que quiser ser o maior, esse seja o vosso servidor, e o que entre vós quiser ser o primeiro, seja o vosso escravo; assim como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em redenção de muitos. (Mateus, XX:20-28).
5. E aconteceu que, entrando Jesus num sábado em casa de um dos principais fariseus, a tomar a sua refeição, ainda eles o estavam observando. E notando como os convidados escolhiam os primeiros assentos à mesa, propôs-lhes esta parábola: Quando fores convidado a alguma boda, não te assentes no primeiro lugar, porque pode ser que esteja ali outra pessoa, mais autorizada que tu, convidada pelo dono da casa, e que, vindo este, que te convidou a ti e a ele, te diga: dá o teu lugar a este; e tu, envergonhado, vás buscar o último lugar. Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: amigo, senta-te mais para cima. Servir-te-á isto então de glória, na presença dos que estiverem juntamente sentados à mesa. Porque todo o que se exalta será humilhado; e todo o que se humilha será exaltado. (Lucas, XIV: 1, 7-11).
4. ESSÊNCIA DO ENSINAMENTO
Na essência, o ensinamento sugere que aqueles que se exaltam, buscando status, poder ou reconhecimento, serão humilhados ou rebaixados. Em contraste, aqueles que adotam uma postura humilde e servidora serão exaltados ou reconhecidos. A ideia é que a verdadeira grandeza não está em se exaltar, mas em servir aos outros e viver com modéstia.
5. PRINCÍPIO DA HUMILDADE
Nesta lição, Jesus toma um menino como exemplo da simplicidade de coração. Quer dizer, todo aquele que se fizer pequeno como um menino será o maior no Reino dos Céus. Mostra-nos que não devemos ter pretensões à superioridade ou à infalibilidade. Outras máximas a serem lembradas: "Aquele que quiser ser o maior, seja o que vos sirva"; "Porque quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado".
6. OS GRANDES E OS PEQUENOS NO MUNDO DOS ESPÍRITOS
O Espiritismo nos mostra que os grandes no mundo dos Espíritos são os que foram pequenos no mundo material. Os primeiros levam a única riqueza que não é perecível: a virtude. Por outro lado, os poderosos da terra não podem levar a fortuna, os títulos, a glória. “Conservam apenas o orgulho, que torna ainda mais humilhante a sua nova posição, porque veem acima deles, e resplandecentes de glória, aqueles que espezinharam na Terra”.
7. EXISTÊNCIA E PREEXISTÊNCIA DA ALMA.
Os Espíritos que mais se elevaram numa existência, são abaixados até o último lugar na existência seguinte, se se deixaram dominar pelo orgulho e a ambição. Não procureis, pois, o primeiro lugar na Terra, nem queiras sobrepor-vos aos outros, se não quiserdes ser obrigado a descer. Procurai, pelo contrário, o mais humilde e o mais modesto, porque Deus saberá vos dar um mais elevado no céu, se o merecerdes.
8. A CARIDADE DESCONHECIDA
O Espírito Neio Lúcio, no capítulo 18 “A Caridade Desconhecida”, do livro Jesus no Lar, adverte-nos sobre as recompensas de nossa humildade ante os deslizes do nosso destino.
A conversação na casa de Pedro versava sobre fazer caridade sem ter dinheiro. Achavam os presentes que somente os ricos poderiam praticá-la. Jesus conta a história de um indivíduo que não tinha recursos financeiros.
Suas ações: em contato com a maledicência, retraia-se; diante da cólera, considerava a ira como enfermidade digna de tratamento; diante de um ofensor, tratava-o com cordialidade. "O zelo contra a incursão e a extensão do mal era tão fortemente minucioso que chegava a retirar detritos e pedras da via pública, para que não oferecessem perigo aos transeuntes".
“Nessa posição, a morte buscou-o ao tribunal divino, onde o servidor humilde compareceu receoso e desalentado. Temia o julgamento das autoridades celestes, quando, de improviso, foi aureolado por brilhante diadema, e, porque indagasse, em lágrimas, a razão do inesperado prêmio, foi informado de que a sublime recompensa se referia à sua triunfante posição na guerra contra o mal, em que se fizera valoroso empreiteiro”.
9. CONCLUSÃO
Empenhemo-nos — sem esperar recompensas — no trabalho de adquirir virtudes, de atualizar as potencialidades de nosso Espírito imortal. E para isso, sejamos sempre simples como as crianças, isto é, sem pretensões desmesuradas que possam atrapalhar o caminho de nossa evolução espiritual.
São Paulo, maio de 2023.