Ninguém Pode Ver o Reino de Deus, se não Nascer de Novo

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. O Texto Evangélico. 4. Reino: 4.1. Reino de Deus; 4.2. Algumas Citações sobre o Reino de Deus; 4.3. Leis Naturais. 5. Ressurreição: 5.1. O que é Ressurreição?; 5.2. Confusão entre o Conceito de Ressurreição e o de Reencarnação; 5.3. Ressurreição e Ciência. 6. Reencarnação: 6.1. O que é Reencarnação?; 6.2. Finalidade da Encarnação; 6.3. Justiça da Reencarnação. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O que se entende por Reino de Deus? Quem poderá nele entrar? Deve-se analisar o reino como algum domínio ou como uma figura de linguagem? Qual o ponto crucial desta lição do Evangelho? Como a ressurreição está relacionada com a reencarnação?

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O título, “Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo”, refere-se ao capítulo IV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

Os seus subitens são: Ressureição e Reencarnação — Os Laços de Família são Fortalecidos pela Reencarnação e Rompidos pela Unicidade de Existência — Instruções dos Espíritos: — Limites de Encarnação — A Necessidade de Encarnação

Daremos ênfase ao estudo do Reino de Deus, da ressurreição e da reencarnação.

Muitos dizem que, embora o Espiritismo tenha sido construído com base em princípios sólidos, o único dogma que se aceita é o dogma da reencarnação. Por quê?

3. O TEXTO EVANGÉLICO

1. "E veio Jesus para os lados de Cesareia de Felipe, e interrogou seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que é o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem que é João Batista, mas outros que é Elias, e outros que Jeremias ou alguns dos Profetas. Disse-lhes Jesus: E vós, quem dizeis que sou eu? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, filho do Deus vivo. E respondendo Jesus, lhe disse: Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne e o sangue que te revelaram isso, mas sim meu Pai, que está nos céus". (Mateus, XVI: 13-17).
2. "E chegou a Herodes, o Tetrarca, notícia de tudo o que Jesus obrava, e ficou como suspenso, porque diziam uns: É João que ressurgiu dos mortos; e outros: É Elias que apareceu; e outros: É um dos antigos profetas que ressuscitou. Então disse Herodes: Eu mandei degolar a João; quem é, pois, este, de quem ouço semelhantes coisas? E buscava ocasião de o ver. (Marcos, VI: 14-15; Lucas, IX: 7-9).
3. (Após a transfiguração). E os discípulos lhe perguntaram, dizendo: Pois por que dizem os escribas que importa vir Elias primeiro? Mas ele, respondendo, lhes disse: Elias certamente há de vir, e restabelecerá todas as coisas: digo-vos, porém, que Elias já veio, e eles não o conheceram, antes fizeram dele quanto quiseram.
Assim também o Filho do Homem há de padecer às suas mãos. Então compreenderam os discípulos que de João Batista é que ele lhes falara. (Mateus, XVII: 10-13; Marcos, XVIII: 10-12).

4. REINO

4.1. REINO DE DEUS

No Catolicismo, realidade misteriosa cuja natureza só Jesus pode dar a conhecer. Para o Espiritismo, estado de felicidade proporcional ao grau de perfeição adquirida; materialização da felicidade dos bem-aventurados; obra divina no coração dos homens; estado de sublimação da alma, criado por ela própria, através de reencarnações incessantes.

4.2. ALGUMAS CITAÇÕES SOBRE O REINO DE DEUS

"Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça." (Mateus, 6, 33)
"O reino de Deus não vem com aparência exterior." (Lucas, 17, 20)
"O Reino de Deus está no meio de Vós." (Lucas, 17, 21)
"Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no Reino dos Céus." (Mateus, 5, 20)
"Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus." (João, 3, 3)
"E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus." (Lucas, 9, 62)

4.3. LEIS NATURAIS

Para que possamos entender o significado real do Reino de Deus, devemos nos debruçar sobre as leis naturais, que estão bem expostas em O Livro dos Espíritos de Allan Kardec. Somente quando soubermos aplicá-las corretamente em nossos atos de cada dia, estaremos aptos a ingressar nas bem-aventuranças prometidas pelo mestre Jesus.

5. RESSURREIÇÃO

5.1. O QUE É RESSURREIÇÃO?

Ressurreição — do lat. ressurrectione — significa ato ou efeito de ressurgir, ressuscitar. Segundo o Catolicismo e o Protestantismo, retorno à vida num mesmo corpo.

5.2. CONFUSÃO ENTRE O CONCEITO DE RESSURREIÇÃO E O DE REENCARNAÇÃO

Esta confusão ocorre porque os judeus tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Por isso, a reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição. Eles acreditavam que um homem que viveu podia reviver, sem se inteirarem com precisão da maneira pela qual o fato podia ocorrer. (1)

5.3. RESSURREIÇÃO E CIÊNCIA

Segundo a ideia vulgar, a ressurreição é rejeitada pela Ciência. Se os despojos do corpo humano permanecessem homogêneos, embora dispersados e reduzidos a pó, ainda se conceberia a sua reunião em determinado tempo; mas as coisas não se passam assim, uma vez que os elementos desses corpos já estão dispersos e consumidos. Não se pode, portanto, racionalmente admitir a ressurreição, senão como figura simbolizando o fenômeno da reencarnação. (1)

6. REENCARNAÇÃO

6.1. O QUE É REENCARNAÇÃO?

Reencarnação significa a volta do Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, sem qualquer espécie de ligação com o antigo. Usa-se também o termo Palingenesia, proveniente de duas palavras gregas — Palin, de novo; genesis, nascimento.

6.2. FINALIDADE DA ENCARNAÇÃO

A finalidade da encarnação pode ser resumida: 1) Expiação; 2) Prova; 3) Missão; 4) Cooperação na Obra do Criador; 5) Ajudar a Desenvolver a Inteligência. A encarnação ou reencarnação tem outras finalidades específicas para este ou aquele Espírito. Citam-se, por exemplo, o restabelecimento do equilíbrio mental e o refazimento do corpo espiritual.

6.3. JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO

A doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia da justiça de Deus com respeito aos homens de condição moral inferior; a única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas provas. A razão assim nos diz, e é o que os Espíritos ensinam. (2, pergunta 171)

7. CONCLUSÃO

Para que estejamos aptos a ingressar no Reino de Deus, cumpre que aprimoremos os nossos espíritos sob o guante da Lei Natural. Esta é a condição do termo “nascer de novo”.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

(1) KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo.

(2) KARDEC, A. O Livro dos Espíritos.

São Paulo, junho de 2021.