Perda de Pessoas Amadas

Tese: posicionamento do ser humano ante a justiça divina.

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Argumentos Doutrinários: 3.1. Deus; 3.2. Reencarnação; 3.3. Lei de Causa e Efeito. 4. Perda de Pessoas Amadas: 4.1. Conceito de Perda; 4.2. Perda de um Jovem; 4.3. Morre a Pessoa Boa e Fica a Má. 5. Consolação aos que Ficaram; 5.1. Trabalho Espiritual: Perdas de Pessoa Amadas; 5.2. Mensagem do Reverendo A. K. Stockwell; 5.3. Resignação. 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO 

O que é a morte? Há justiça na aflição? Por que Deus leva o bom e deixa o mau por mais tempo? Qual a finalidade da morte prematura?  

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 

Este tema está inserido no capítulo V “Bem-Aventurados os Aflitos”, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Os subtítulos são: justiça das aflições, causas atuais das aflições, causas anteriores das aflições, esquecimento do passado, motivos de resignação, o suicídio e a loucura…

Este tema, objeto deste estudo, refere-se às instruções dos Espíritos.  

Todos os sofrimentos — misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados — encontram consolação em a fé no futuro. 

Dizeres sobre a morte de alguém que não gostamos muito: já foi tarde!; fiquei livre de tal pessoa!; vai colher o que plantou! 

O Espiritismo é o Consolador Prometido. De um modo geral, os ensinamentos espíritas vão ampliando o nosso modo de ver as coisas e o mundo que nos rodeia. A morte e a vida futura não passaram incólumes. A certeza de que a vida continua além-túmulo dá-nos coragem para enfrentarmos a morte com galhardia.  

3. ARGUMENTOS DOUTRINÁRIOS 

3.1. DEUS 

Deus é Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Dentre os vários atributos acerca de Deus, há um que concerne ao nosso tema:  DEUS É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça nem da sua bondade. 

3.2. REENCARNAÇÃO 

Toda reencarnação é uma prova. Prova essa que pode ser expiação, missão, ajudar no obra divina, etc. Quanto à diferença entre prova e expiação, temos uma frase lapidar: toda expiação é uma prova, mas nem toda prova é uma expiação. Sondar demasiadamente os desígnios de Deus nem sempre é produtivo.  

3.3. LEI DE CAUSA E EFEITO 

O que temos hoje no mundo é o efeito do que fizemos no  passado. Doenças, corrupção, falsidade e mentiras estão em voga porque ainda não nos libertamos delas. Quando a humanidade se libertar do mal, ele não incomodará mais. A perda de um ente querido deve deve ser analisada sob esta lei: o passado influenciando no presente.  

4. PERDA DE PESSOAS AMADAS  

4.1. CONCEITO DE PERDA 

O que se entende por perda? Algo que não veremos mais. Sumiu de nossa vista, roubaram, levaram e destruíram. No sentido da Doutrina Espírita, não perdemos o ente querido; despedimo-nos momentaneamente. A perda é física, não moral ou espiritual. 

4.2. PERDA DE UM JOVEM  

Na nossa cabeça: Deus levou um jovem, mas deveria levar um velho. O jovem tem um futuro pela frente; o velho já viveu bastante, vai dar trabalho aos que ficam. E os desígnios de Deus? Pensamos apenas que foi uma injustiça de Deus.  

4.3. MORRE A PESSOA BOA E FICA A MÁ 

Pensamos: porque Deus levou o homem bom e deixou o homem mau? Os Espíritos nos instruem de que o bom já cumpriu a sua tarefa; o mau deve sofrer ainda mais um pouco para refazer o seu passado.  

5. CONSOLAÇÃO AOS QUE FICARAM  

5.1. TRABALHO ESPIRITUAL: PERDAS DE PESSOA AMADAS  

A Fundação Espírita Allan Kardec — FEAK — de Juiz de Fora-MG introduziu, além dos trabalhos normais de palestra, passe, atendimento fraterno e desobsessão, um dia especial no mês destinado a atender pessoas que estão sofrendo a "perda de pessoas amadas".

5.2. MENSAGEM DO REVERENDO A. K. STOCKWELL 

“[...] Vi-me acolhido, reconfortado e ajudado por pessoas que eu conhecera na terra e que me precederam na grande viagem. Mas, o que constitui para mim a alegria daquela hora foi o encontrar-me com a querida companheira de toda a minha existência, a qual logo se pôs a prodigalizar-me, no meio espiritual, as dedicadas atenções e as ternuras afetuosas que me dispensava no meio terrestre. Meus primeiros passos na morada celeste foram vigiados por esse afeiçoado guia.” (Ernesto Bozzano, A crise da morte, 9. ed., p. 44). 

5.3. RESIGNAÇÃO  

A resignação com que os espíritas aceitam a desencarnação de seus entes queridos, familiares e amigos é alguma coisa de impressionar aqueles que não estão identificados com a consoladora Doutrina dos Espíritos. 

O espírita aceita a desencarnação como um imperativo biológico-espiritual próprio da existência humana. 

Sofre, como os demais, mas procura se esforçar, amparado na convicção doutrinária, refugiado no consolo evangélico, no sentido de aceitar, tanto quanto possível valorosamente, as separações. 

6. CONCLUSÃO  

A justiça humana tem um limite; a divina, não. Cabe-nos tentar ampliar o nosso modo de pensar, a fim de penetrar cada vez mais na essência da Sabedoria Divina, que é a verdade.

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

São Paulo, outubro de 2016.