SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. O Texto Evangélico. 3. O Bem e o Mal: 3.1. Conceituando; 3.2. Lei Divina ou Natural; 3. A Prática do Bem. 4. Mente e Fluxo Mental: 4.1. Mente como Chuveiro da Alma; 4.2. Emissão dos Pensamentos; 4.3. Magnetismo Animal e Espiritual. 5. O Bem e a Ostentação: 5.1. Não Saiba a Mão Esquerda o que Faz a Direita; 5.2. Cura do Leproso; 5.3. Duplo Mérito. 6. Conclusão
1. INTRODUÇÃO
Este tema, “Fazer o Bem sem Ostentação”, faz parte do Capítulo XIII — “Que a Mão Esquerda não Saiba o que Faz a Direita”, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. Os demais tópicos são: — Os Infortúnios Ocultos — O Óbolo da Viúva —Convidar os Pobres e Estropiados — Instruções dos Espíritos: —A Caridade Material e a Caridade Moral — A Beneficência — A Piedade — Os Órfãos.
2. O TEXTO EVANGÉLICO
1. Guardai-vos, não façais as vossas boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis a recompensa da mão de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois dás a esmola, não faças tocar a trombeta diante de ti, como praticam os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem honrados dos homens; em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Mas quando dás a esmola, não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola fique escondida, e teu Pai, que vê o que fazes em segredo, te pagará. (Mateus, VI: 1-4).
2. E depois que Jesus desceu do monte, foi muita gente do povo que o seguiu. E eis que, vindo um leproso, o adorava dizendo: Se tu queres, Senhor, bem me podes limpar. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o dizendo: Pois eu quero; fica limpo. E logo ficou limpa toda a sua lepra. Então lhe disse Jesus: Vê, não o digas a alguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote, e faze a oferta que ordenou Moisés, para lhes servir de testemunho a eles. (Mateus, VIII: 1-4).
3. O BEM E O MAL
3.1. CONCEITUANDO
Bem — designa, em geral, o acordo entre o que uma coisa é com o que ela deve ser. É a atualização das virtualidades inscritas na natureza do ser. Relaciona-se com perfeito e com perfectibilidade. Segundo o Espiritismo, tudo o que está de acordo com a lei de Deus.
Mal — Para a moral, é o contrário de bem. Aceita-se, também, como mal, tudo o que constitui obstáculo ou contradição à perfeição que o homem é capaz de conceber, e, muitas vezes, de desejar. Segundo o Espiritismo, tudo o que não está de acordo com a lei de Deus.
3.2. LEI DIVINA OU NATURAL
No Livro Terceiro, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec analisa as leis morais, e o capítulo I tem como título “A Lei Divina ou Natural”. Por lei natural, entende-se a lei de Deus. A questão 621 — Onde está inscrita a Lei de Deus? Resposta: — na consciência. Observe a orientação de Jesus: vede o que quereríeis que vos fizessem ou não: tudo se resume nisso. Assim não vos enganareis
3.3. A PRÁTICA DO BEM
Para que possamos verificar a dimensão desta frase, convém refletir sobre a própria Doutrina Espírita. Primeiro a teoria, a doutrina, depois a prática. Nesse sentido, é imperioso que conheçamos a Doutrina, entendendo que o bem — como a ação máxima do ser humano — esteja assentada nos fundamentos evangélicos que, prega um esforço constante, para não nos desviemos do caminho reto.
4. MENTE E FLUXO MENTAL
4.1. MENTE COMO CHUVEIRO DA ALMA
A mente pode ser comparada a um chuveiro da alma: dela brotam os pensamentos que nos libertam ou nos aprisionam, conforme a qualidade dos sentimentos que os sustentam. Aquilo em que pensamos com firmeza acaba refletindo em nossa vida, trazendo consequências que podem iluminar ou sombrear nossa caminhada. Por isso, é fundamental aprender a vigiar e a direcionar o fluxo mental.
4.2. EMISSÃO DOS PENSAMENTOS
Mesmo que queiramos, nunca conseguiremos parar de pensar, pois a mente é um dínamo sagrado ligado à suprema inteligência universal, pela qual flui, ininterruptamente, a vontade de Deus. Por isso, precisamos vigiar nossas emissões mentais, lembrando que a mente só cria imagens compatíveis com a sua própria estrutura espiritual. Cada pensamento molda o eu, revelando nossa ligação íntima com as forças superiores ou inferiores que buscamos.
4.3. MAGNETISMO ANIMAL E ESPIRITUAL
Se Mesmer revelou o magnetismo animal e Allan Kardec nos trouxe a clareza do magnetismo espiritual, hoje compreendemos que os bons pensamentos são forças vivas. Eles têm o poder de neutralizar correntes mentais inferiores e fortalecer o sistema nervoso contra o ódio e a vingança. Por isso, começar pensando no bem, falando no bem e escrevendo sobre o bem é abrir um caminho duradouro, que, com o tempo, acompanhará o espírito para sempre.
5. O BEM E A OSTENTAÇÃO
5.1. NÃO SAIBA A MÃO ESQUERDA O QUE FAZ A DIREITA
Dada a nossa inferioridade moral, ainda temos necessidade de sermos vistos ou lembrados pelo bem que estamos fazendo. Nesse texto, chama-se atenção para o cuidado que devemos ter para com que aquele que foi agraciado com nossa dádiva. Não deixemos que a moeda queime a mão daquele que a está recebendo.
5.2. CURA DO LEPROSO
Nessa passagem, lembremo-nos de que os milagres realizados por Jesus não tinham nada de sobrenatural, sendo apenas uma atuação das leis naturais, em que o magnetismo era plenamente praticado. E no caso de jesus, como tinha uma mente pura, a mais pura que já reencarnou neste Planeta, o seu fluxo mental tinham poderes excepcionais. Jesus acrescentou: "Vê, não o digas a alguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote, e faze a oferta que ordenou Moisés, para lhes servir de testemunho a eles".
5.3. DUPLO MÉRITO
"O benefício sem ostentação tem duplo mérito: além da caridade material, constitui caridade moral, pois contorna a suscetibilidade do beneficiado, fazendo-o aceitar o obséquio sem lhe ferir o amor-próprio e salvaguardando a sua dignidade humana, pois há quem aceite um serviço mas recuse a esmola. Converter um serviço em esmola, pela maneira porque é prestado, é humilhar o que o recebe, e há sempre orgulho e maldade em humilhar a alguém".
6. CONCLUSÃO
Fazer o bem sem ostentação leva-nos a concluir que a verdadeira caridade dissimula o benefício, a fim de evitar o melindre e o sofrimento provocado pela necessidade. Por isso, enfatizemos: Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita.