Infecções Fluídicas

Sumário: Introdução. Conceito. Considerações Iniciais. Simbiose: Simbiose Útil; Simbiose Exploradora; Simbiose das Mentes. Parasitismo: Parasitismo nos Reinos Inferiores; Transformações dos Parasitas; Transformações dos Hospedeiros. As Infecções Fluídicas: Obsessão e Vampirismo; Infecções Fluídicas; “Parasitas Ovoides”. Conclusão.

1. Introdução

O que são as infecções fluídicas? Como o Espírito André Luiz trata o problema do vampirismo? O que é o vampirismo? É possível relacionar a simbiose das plantas à simbiose das mentes? Qual a relação entre obsessão e vampirismo? Como se dá a infeção fluídica?

2. Conceito

“Infecções fluídicas” — influências perniciosas dos desencarnados sobre os encarnados propiciando o colapso cerebral.

3. Considerações Iniciais

Estudo baseado nos capítulos XIV — "Simbiose Espiritual" e XV — "Vampirismo Espiritual", do livro Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz e psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Abordagem das simbioses: útil, exploradora e da mente.

Há que se cuidar da obsessão, pois ela pode levar ao vampirismo.

Reflitamos sempre à luz do Evangelho para não cairmos nas mãos de Espíritos menos felizes.

4. Simbiose

4.1. Simbiose Útil

Na simbiose entre os vegetais, por exemplo, entre o cogumelo e alga, na esfera dos liquens. A simbiose é útil porque o cogumelo empalmando-lhe a existência, a alga se revela protegida por ele contra a perda de água, e dele recolhe, por absorção permanente, água e sais minerais, gás carbônico e elementos azotados, motivo pelo qual os líquens conseguem superar as maiores dificuldades do meio.

4.2. Simbiose Exploradora

Em se tratando da simbiose exploradora, há as micorrizas das orquidáceas, em que o cogumelo comparece como sendo invasor da raiz da planta, caso esse em que a planta assume atitude anormal para adaptar-se, de algum modo, às disposições do assaltante, encontrando, por vezes, a morte, quando persiste esse ou aquele excesso no conflito para a combinação necessária.

4.3. Simbiose das Mentes

Os processos da simbiose podem ser associados aos empregados pela mente desencarnada, ainda tateante, na existência além-túmulo. Amedrontada ante o desconhecido, vale-se da receptividade dos que lhe choram a perda e demora-se colada aos que mais ama. “Qual se verifica entre a alga e o cogumelo, a mente encarnada entrega-se, inconscientemente, ao desencarnado que lhe controla a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio até certo ponto, mas, em troca, à face da sensibilidade excessiva de que se reveste, passa a viver, enquanto perdure semelhante influência, necessariamente protegida contra o assalto de forças ocultas ainda mais deprimentes”.

5. Parasitismo

5.1. Parasitismo nos Reinos Inferiores

Observe a associação parasitária, no domínio dos animais, em que uma das partes criou para si mesma vantagens especiais, com manifesto prejuízo para a outra, que passa, em seguida, à condição de vítima. Lembremo-nos de que toda simbiose exploradora de longo curso resulta de adaptação progressiva entre o hospedador e o parasita. Há uma espécie de acordo tácito sem que o hospedador considere os riscos e perdas a que se expõe, comprometendo não apenas a própria vida, mas a existência da própria espécie.

5.2. Transformações dos Parasitas

Há os parasitas temporários, os ocasionais ou pseudoparasitas, que sistematicamente não são parasitas, mas que vampirizam outros animais. O parasitismo entre os animais não decorre de uma condição natural, mas de uma adaptação. Nesse caso, experimenta mutações de vulto. “Quando o parasita costuma ingerir grande massa de sangue, demonstra desenvolvimento anormal do intestino médio, que se transforma em bolsa volumosa a funcionar por depósito de reserva, onde a assimilação se opera, vagarosa, para que esses animais, como sejam as sanguessugas e os mosquitos, se sobreponham a longos jejuns eventuais”.

5.3. Transformações dos Hospedeiros

Os resultados de tais associações sobre o hospedeiro são mais profundos, porque os assaltantes, depois de instalados, se multiplicam, ameaçadores, estabelecendo espoliações sobre as províncias orgânicas da vítima, sugando-lhe a vitalidade, traumatizando-lhe os tecidos, provocando lesões parciais ou totais ou estendendo ações tóxicas, como a exaltação febril nas infecções, com que, algumas vezes, lhe apressam a morte.

6. As Infecções Fluídicas

6.1. Obsessão e Vampirismo

A obsessão e o vampirismo, embora em processos diferentes, assemelha-se aos mesmos princípios de simbiose prejudicial entre encarnados e desencarnados. “Rebelando-se, no entanto, em grande maioria, contra as sagradas convocações, e livres para escolher o próprio caminho, as criaturas humanas desencarnadas, em alto número, começaram a oprimir os companheiros da retaguarda, disputando afeições e riquezas que ficavam na carne, ou tentando empreitadas de vingança e delinquência, quando sofriam o processo liberatório da desencarnação em circunstâncias delituosas”.

6.2. Infecções Fluídicas

Muitos influenciam a imaginação dos encarnados com formas mentais monstruosas, denominadas “infecções fluídicas” e que determinam o colapso cerebral com arrasadora loucura. E ainda muitos outros, imobilizados nas paixões egoísticas desse ou daquele teor, descansam em pesado monoideísmo, ao pé dos encarnados, de cuja presença não se sentem capazes de afastar-se.

6.3. “Parasitas Ovoides”

Muitos infelizes, obstinados a fazerem justiça com as próprias mãos, envolvem de tal maneira a sua vítima, que acabam em deplorável fixação monoideística. Como há retração de órgãos psicossomáticos, assemelham a ovoides, vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação.

O professor J. Herculano Pires, em seu livro Vampirismo no capítulo "Parasitas e Vampiros", esclarece que essa novidade dos ovoides, embora aceita por muitos espíritas, não tem condições científicas nem respaldo metodológico para ser integrada na doutrina.

7. Conclusão

Somente a ação do bem genuíno, com a quebra voluntária de nossos sentimentos inferiores, é capaz de produzir vigorosos fatores de transformação sobre aqueles que nos observam, tanto os bons quanto os maus.

São Paulo, janeiro de 2022.