Muito se Pedirá Àquele que Muito Recebeu

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. O Texto Evangélico. 3. Jesus Cristo: Antes, Durante e Depois: 3.1. O que Existia antes de Cristo; 3.2. Na Época de Cristo; 3.3. Nova Era com Cristo. 4. O Servidor, a Vontade do Senhor e a Cegueira: 4.1. Conhecimento e Responsabilidade; 4.2. A Vontade do Senhor; 4.3. Ver e Tornar-se Cego. 5. Espiritismo e Responsabilidade: 5.1. O Espiritismo como o Consolador Prometido; 5.2. A Visão Espírita; 5.3. O Fazer e o que Há de Vir. 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

Este tema mostra a estreita relação entre o conhecimento adquirido e a responsabilidade que daí advém, ou seja, pedir-se-á ao que tem, mas em compensação dar-se-lhe-á mais. Esta deve ser a ideia central de nosso discurso.

2. O TEXTO EVANGÉLICO

 “Muito se Pedirá Àquele que Muito Recebeu” é um subtítulo, transcrito nos itens 10, 11 e 12, do capítulo XVIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, “Muitos os Chamados e Poucos os Escolhidos”.

10. O servo que souber da vontade do seu amo e que, entretanto, não estiver pronto e não fizer o que dele queira o amo, será rudemente castigado. - Mas, aquele que não tenha sabido da sua vontade e fizer coisas dignas de castigo menos punido será. Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado. (Lucas, 12, 47 e 48.)

11. Vim a este mundo para exercer um juízo, a fim de que os que não vêem vejam e os que vêem se tornem cegos. - Alguns fariseus que estavam, com ele, ouvindo essas palavras, lhe perguntaram: Também nós, então, somos cegos? - Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecados; mas, agora, dizeis que vedes e é por isso que em vós permanece o vosso pecado. (João, 9, 39 a 41.)

12. Enquanto os itens 10 e 11 são cópias extraídas dos evangelistas, este procura retratar a explicação dada pelos Espíritos superiores.

3. JESUS CRISTO: ANTES, DURANTE E DEPOIS

3.1. O QUE EXISTIA ANTES DE CRISTO

Antes da vinda do Cristo, a Terra possuía vasta cultura, principalmente aquela veiculada pelos grandes filósofos da antiguidade clássica grega: Sócrates, Platão, Aristóteles etc. Política, ciência, arte, religião e filosofia eram fartamente divulgadas por esses e outros pensadores. Havia instrução em todos os cantos do mundo. Faltava, porém, a educação moral, aquela que modifica o ser na sua essência, no seu modo de se relacionar com o outro ser humano.

3.2. NA ÉPOCA DE CRISTO

O Espírito Emmanuel, no capítulo 21, do livro Roteiro, lembra-nos:

3.3. NOVA ERA COM CRISTO

4. O SERVIDOR, A VONTADE DO SENHOR E A CEGUEIRA

4.1. CONHECIMENTO E RESPONSABILIDADE

De acordo com o preceito evangélico, o que tiver recebido mais conhecimento e não o tiver aplicado, será rudemente castigado; contrariamente, aquele que recebeu menos conhecimento e não o tiver aplicado, será menos castigado. É a noção de justiça. Como exigir daquele que não tem capacidade de entender a boa nova? Nesse caso, os judeus foram os mais “castigados”, porque foram os que mais receberam os ensinamentos espirituais.

4.2. A VONTADE DO SENHOR

A vontade do Senhor se consubstancia na lei do amor, ensinada por Cristo. Na época de Moisés havia a lei do “olho por olho e dente por dente”. Jesus trouxe-nos a noção do amor incondicional, aquele que se fundamenta no perdão das ofensas. A lei do amor fora anotada pelos seus discípulos. Cabe-nos consultá-las e dar prosseguimento à sua vontade, que é a vontade de Deus, nosso Pai Criador, estratificada nas Leis Naturais. Dentre as suas máximas, lembremo-nos do “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

4.3. VER E TORNAR-SE CEGO

Jesus quer nos chamar a atenção para a direção dos nossos olhos. Se olharmos as coisas com segunda intenção, com maldade, com desconfiança, então estaremos “pecando”. Por outro lado, quando ampliamos a nossa visão para as coisas do espírito, vamos nos tornando cegos para a concupiscência, para o erro, para o desvio com relação às Leis Naturais. É por isso que ele diz: “Se fosseis cegos não teríeis pecado”.

5. ESPIRITISMO E RESPONSABILIDADE

5.1. O ESPIRITISMO COMO O CONSOLADOR PROMETIDO

Antevendo toda a deturpação que sua doutrina sofreria ao longo do tempo, Jesus falou-nos do Consolador Prometido, aquele que viria nos lembrar do que houvéramos esquecido e nos trazer novos conhecimentos. Allan kardec foi o codificador desta nova doutrina, a Doutrina dos Espíritos. A vinda do Espiritismo tem um caráter sui generis, pois surgiu depois que as ciências se tornaram teórico-experimentais, o que nos possibilitou fundamentar a fé em bases racionais.

5.2. A VISÃO ESPÍRITA

O Espiritismo veio abrir a nossa visão de mundo, para que pudéssemos enxergar além dos aspectos puramente físicos, pois ensina-nos que o verdadeiro mundo não é este, mas o mundo espiritual. Vasculhando os textos contidos em O Evangelho Segundo o Espiritismo encontraremos respostas para todas as nossas dúvidas. Aprenderemos que não vivemos uma única vida e que o sofrimento pode ter suas causas nesta como em outras existências, o que nos traz um verdadeiro consolo para as nossas dores. 

5.3. O FAZER E O QUE HÁ DE VIR

Se o homicida conhecesse o tributo de dor que a vida lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.  Se o caluniador pudesse antever a sombra que lhe enlouquece a visão, paralisaria as cordas vocais. Se o desertor do bem conseguisse enxergar as ciladas com que as trevas lhe furtarão o contentamento de viver, deter-se-ia feliz sob os mais pesados deveres. Se o ingrato, o egoísta e o glutão pudessem vislumbrar as consequências de seus atos, jamais se afastariam do caminho reto, que é a obediência às Leis Divinas. (Xavier, s.d.p., cap. 39)

6. CONCLUSÃO

Caso tenhamos sido agraciados pelo Senhor da vida a respeito dos conhecimentos espirituais, não os deixemos estagnados. Ao contrário, passemo-los para os nossos irmãos, pois “Aquele que sabe e cala-se é como o avarento que amealha tesouros”.  

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, [s.d.p.]

XAVIER, F. C. Roteiro, pelo Espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

São Paulo, dezembro de 2010.