Não Acrediteis em Todos os Espíritos

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. O Texto Evangélico. 4. Crença e Conhecimento: 4.1. Crença; 4.2. Saber; 4.3. Espíritos e Espiritismo. 5. Tipos de Espíritos: A Escala Espírita: 5.1. 3.ª Ordem (Espíritos Imperfeitos); 5.2. 2.ª Ordem (Bons Espíritos); 5.3. 1.ª Ordem (Espíritos Puros). 6. Falsos Cristos e Falsos Profetas: 6.1. Profecia e Verdadeiro Profeta; 6.2. Falsos Profetas; 6.3. Instruções do Espírito Emmanuel. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O que são os Espíritos? Qual a sua classificação? Há diferença entre crença e conhecimento? Quem são os verdadeiros profetas? Como identificar os falsos profetas?

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este tópico é um subtítulo do capítulo XXI – “Falsos Cristos e Falsos Profetas” de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. Além desse, há outros tópicos, como: “Conhece-se a Árvore pelos Frutos”, “Prodígios dos Falsos Profetas”, “Caracteres do Verdadeiro Profeta”...

Para bem entendermos este tema, há que se considerar tanto o mundo espiritual quanto o mundo material.

Os Espíritos habitam vários mundos: superiores e inferiores.

Eles podem se comunicar por meio da mediunidade.

3. O TEXTO EVANGÉLICO

Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas que se levantaram no mundo. (João, Epístola l, cap. IV: 1).

Os fenômenos espíritas, longe de confirmarem os falsos cristos e os falsos profetas, como algumas pessoas gostam de dizer, vêm, pelo contrário, dar-lhes o último golpe. Não soliciteis milagres nem prodígios ao Espiritismo, porque ele declara formalmente que não os produz. Da mesma maneira que a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia, revelaram as leis do mundo material, ele vem revelar outras leis desconhecidas, que regem as relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual...

Os que fossem tentados a explorar esses fenômenos no proveito próprio, fazendo-se passar por enviados de Deus, não poderiam abusar por muito tempo da credulidade alheia, e bem logo seriam desmascarados...

O Espiritismo vem revelar outra categoria de falsos cristos e de falsos profetas, bem mais perigosa, e que não se encontra entre os homens, mas entre os desencarnados. É a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da Terra para a erraticidade, e se disfarçam com nomes veneráveis, para procurar, atrás da máscara que usam, tornar aceitáveis as suas ideias, frequentemente as mais bizarras e absurdas. Antes que as relações mediúnicas fossem conhecidas, eles exerciam a sua ação de maneira menos ostensiva pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, auditiva ou de incorporação...

É sobretudo ao discernimento dos bons e dos maus Espíritos, que podemos aplicar as palavras de Jesus: "Reconhece-se a árvore pelos seus frutos; uma boa árvore não pode dar maus frutos, e uma árvore má não pode dar bons frutos." Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como a árvore pela qualidade de seus frutos. (Kardec, 1984, cap. 21) 

4. CRENÇA E CONHECIMENTO

4.1. CRENÇA

A crença é a aceitação de uma proposição considerada verdadeira. Tem sempre como fundamento uma proposição. O problema está em determinar os casos em que se justifica a proposição.

As pessoas vão, ao longo do tempo, formando as suas crenças em função dos hábitos e costumes dos mais velhos. Herdamos de nossos progenitores muitas ações que nem sabemos explicar.

Em termos filosóficos, há que se diferenciar a opinião da verdade, como bem nos ensinou Sócrates.

4.2. SABER

Para que uma crença se transforme em saber, temos de justificá-la, encontrar razões, no sentido de que ela se torne racional. Observe a questão da fé cega e da fé raciocinada, elaborada por Allan Kardec.

Uma crença só se constitui saber se for justificada e verdadeira.

Sócrates falava da autoconsciência. Tomada de consciência de nossa ignorância.  

4.3. ESPÍRITOS E ESPIRITISMO

O Espiritismo não inventou os Espíritos. É apenas uma doutrina que se funda na crença de existência de Espíritos e nas suas manifestações. Há Espíritos de todos os tipos. Para que eles se comuniquem com os seres humanos, há necessidade dos médiuns, os seus intermediários.

Na comunicação dos Espíritos, há a influência do médium, que pode distorcer o conteúdo da mensagem. Por isso, o cuidado de Allan Kardec, quando dizia que é melhor rejeitar dez verdades a aceitar uma só como erro.  

5. TIPOS DE ESPÍRITOS: A ESCALA ESPÍRITA

Há diferentes ordens de Espíritos segundo o seu grau de perfeição

5.1. 3.ª ORDEM (ESPÍRITOS IMPERFEITOS)

Apresenta como caracteres gerais o predomínio da matéria sobre o Espírito, a propensão para o mal, a intuição mas não compreensão de Deus.

Subdivide-se em cinco classes principais: Espíritos Impuros, Espíritos Levianos, Espíritos Pseudo-Sábios, Espíritos Neutros e Espíritos Batedores.

5.2. 2.ª ORDEM (BONS ESPÍRITOS)

Apresenta como característica o predomínio do Espírito sobre a matéria, o desejo do bem e a compreensão de Deus. Contudo, os Espíritos que a formam têm ainda de passar por provas. Uns possuem a ciência, outros a bondade e a sabedoria; os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais.

Subdivide-se em quatro classes principais: Espíritos Benévolos, Espíritos Sábios, Espíritos Prudentes ou de Sabedoria e Espíritos Superiores.

5.3. 1.ª ORDEM (ESPÍRITOS PUROS)

Apresenta como caracteres gerais não estar sujeita a nenhuma influência da matéria e revelar superioridade intelectual e moral absoluta com relação aos Espíritos das outras ordens.

Uma única classe a compõe: Espíritos Puros

Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, os Espíritos Puros gozam de inalterável felicidade porque não se acham submetidos às necessidades e às vicissitudes da vida material. (Kardec, 1995, questões 100 a 112) 

6. FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS

6.1. PROFECIA E VERDADEIRO PROFETA

Profecia é a predição do futuro, ou melhor, de fatos velados que ainda estão por acontecer.

O verdadeiro profeta é um enviado de Deus para advertir ou esclarecer a Humanidade. Nesse caso, este enviado só pode ser um Espírito Superior e, como homem, um homem de bem.

6.2. FALSOS PROFETAS

Falso profeta é aquele parece ser um Espírito superior, mas não o é. Há falsos profetas na Terra quanto na erraticidade.

No mundo dos espíritos, compõe a turma dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da Terra para a erraticidade, e se disfarçam com nomes veneráveis, para procurar, atrás da máscara que usam, tornar aceitáveis as suas ideias, frequentemente as mais bizarras e absurdas

6.3. INSTRUÇÕES DO ESPÍRITO EMMANUEL

De acordo com o Espírito Emmanuel, falso profeta não é somente aquele que perturba o serviço da fé religiosa, mas todos nós quando negamos a execução fiel dos nossos deveres.

Assim: Na maledicência, somos falsos profetas da fraternidade. Na discórdia, somos falsos profetas mistificadores da paz. Na preguiça, somos falsos profetas charlatães do trabalho. Na indiferença, somos falsos profetas inimigos do dever. (Xavier, 1992, p. 13.)

7. CONCLUSÃO

Para que tenhamos um bom conhecimento dos Espíritos e das suas manifestações convém sempre enfrentar os problemas com mente aberta e uma forte dose de fé raciocinada.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

XAVIER, F. C. Levantar e Seguir. Pelo Espírito Emmanuel. São Paulo: GEEM, 1992.

São Paulo, novembro de 2018.