A principal coisa que distingue a Matemática de outras ciências é que ao invés de ser baseada em evidências, ela é baseada em argumentação lógica.
Uma consequência é que se queremos verificar se uma afirmação matemática é verdadeira ou não, exemplos a favor da afirmação não me dizem nada. Porém um exemplo contra a afirmação é suficiente para decidir que a afirmação é falsa.
Ao invés de usar exemplos, devemos partir das premissas da nossa afirmação matemática e construir um raciocínio lógico (chamado de demonstração) que chega na conclusão que a afirmação em questão é verdadeira.
Para construir esse tipo de argumento precisamos entender como diferentes afirmações podem se conectar logicamente, o que vai levar as noções de condição necessária e de condição suficiente.
Como um exemplo de como isso funciona, vou fazer a demonstração do Teorema de Pitágoras.
Para se aprofundar nessa primeira semana eu aconselho o How to think like a Mathematician (ou pelo menos fazer os exercícios complementares abaixo). A parte IV do livro fala de técnicas de prova, enquanto que a parte II da uma visão informal de lógica. Para um ponto de vista mais rigoroso vocês podem olhar o cápitulo 1 da apostila de Bases Matemáticas.
O tipo de demonstração que vimos na aula passada cria a sua argumentação através de uma sequência de afirmações em que uma implica na outra e dessa forma conseguimos partir de certas hipóteses e chegar na afirmação desejada.
Considere por outro lado uma situação em que X 🡢 Y, mas nós sabemos que Y é falso. Então se X fosse verdadeiro teríamos uma contradição, já que isso implicaria que Y é verdadeiro. Esse tipo de argumento leva a um tipo de demonstração chamado prova por absurdo (entre outros nomes).
Como exemplos de provas por absurdo, vou demonstrar que √2̅ ̅ é irracional e que existem infinitos números primos.
Vamos terminar a aula discutindo um pouco o que as coisas que nós vimos nessas duas aulas falam a respeito da estrutura da matemática.
Para se aprofundar nessa primeira semana eu aconselho o How to think like a Mathematician (ou pelo menos fazer os exercícios complementares abaixo). A parte IV do livro fala de técnicas de prova, enquanto que a parte II da uma visão informal de lógica. Para um ponto de vista mais rigoroso vocês podem olhar o cápitulo 1 da apostila de Bases Matemáticas.
A matemática moderna é toda construída em cima da Teoria de Conjuntos. Assim como vocês viram no Ensino Médio, um conjunto é uma coleção de objetos em que não há repetições.
Nessa aula vamos prioritariamente revisar as relações básicas entre conjuntos.
Uma operação que pode ser nova para vocês é a diferença entre conjuntos, onde A\B denota os elementos de A que não estão em B.
Uma ferramenta extremamente útil para visualizar as relações entre conjuntos são os diagramas de Venn
Também vamos examinar uma notação bastante comum para construir conjuntos a partir de propriedades.
O cápitulo 1 do How to think like a Mathematician dá uma introdução informal ao assunto. O cápitulo 2 da apostila de Bases Matemáticas dá mais detalhes e um tratamento mais rigoroso de conjuntos.
Exs. 1 a 8 da Lista 1
(Opcional) exs. 1, 2, 4, 6, 8, 9, 11, 12, 13 do Livro de Exercícios
Funções são relações entre conjuntos que abstraem a noção de "fórmula", atribuindo a cada elemento de um conjunto, um elemento do outro.
Três conceitos são importantes quando falamos de funções: Domínio, Co-Domínio e Imagem. Iremos ver quais são as definições e interpretações gráficas deles.
Um outro conceito importante associado a funções é a Pré-Imagem que em um certo sentido inverte a operação definida por uma função.
Para a parte de domínio, co-domínio, imagem e pré-imagem de funções olhem a seção 6.1 da apostila.
Exs. 9 a 12 da Lista 1
(Opcional) ex. 26 do Livro de Exercícios
Se aprofundando em funções, vamos ver três propriedades importantes que um função pode ter. Funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras.
Uma função ser bijetora é uma propriedade particularmente importante, pois significa que a pré-imagem dela também define uma função (chamada de função inversa).
Essas propriedades impõe restrições sobre como o gráfico da função pode ser. Também é bastante simples identificar essas propriedades olhando apenas os gráficos.
Finalmente, vamos ver que eu sempre posso escolher o domínio e co-domínio de uma função de forma que ela seja bijetora.
A seção 6.2 da apostila de bases matemáticas cobre o assunto dessa semana. O capítulo 30 do How to think like a Mathematician também fala de maneira mais informal sobre o assunto e dá algumas dicas úteis, além de incluir uma parte falando da conexão entre bijeções e contagem que eu resolvi cortar, mas que é interessante mesmo assim.
Ex. 15 da Lista 1
Exs. 32 e 33 do Livro de Exercícios
A ideia de uma função pode ser pensada como uma operação realizada em um valor. Composições são então fazer diversas dessas operações em sequência, obtendo assim uma nova função.
Vamos ver como essa noção de composição interage com os conceitos de injetividade, sobrejetividade e inversão.
Finalmente, algumas composições simples tem efeitos bem característicos no gráfico da função, que permite ter uma ideia de como o gráfico da composição vai se comportar.
O capítulo 30 do How to think like a Mathematician fala também sobre composições
Resto da Lista 1 (exs 13, 14, 16 e tentem o 17)
Nessa aula nós vamos ver a nossa última técnica de demonstração que são as provas por indução.
Uma prova por indução é normalmente usada para mostrar que uma afirmação vale para todos os números naturais. A ideia é mostrar explicitamente que a afirmação vale para n=0 e depois mostrar (usando alguma das outras técnicas) que se ela vale para algum valor n ela também vale para o valor seguinte n+1.
A ideia é análoga a uma fileira de dominós. A ideia que se vale para n vale para n+1 seria análoga a dizer que se eu derrubar um dominó o seguinte também cai. Já a ideia que vale para n=0 é como derrubar o primeiro dominó. O ponto todo é que se eu tenho todos esses ingredientes, então todos os dominós vão cair.
A seção 3.2 da apostila de bases matemáticas trata do assunto e tem vários exercícios sobre indução também. O capítulo 24 do How to think like a Mathematician também fala disso e dá dicas úteis sobre como aplicar indução em geral (em particular a pág. 170).
Exs. 1 a 6 da Lista 2
Nessa aula vou falar dos gráficos de algumas funções básicas (afins, monômios e senóides)
Alguns outros conceitos que eu vou introduzir são funções definidas por partes, o conceito de paridade e ideia de periodicidade
No final da aula, vou falar um pouco sobre como o gráfico da função inversa se relaciona com o da função original
A parte dessa aula é coberta nos caps 2.1 e 2.2 do Guidorizzi (apesar que esses capítulos tem partes que só vamos ver de fato na aula de 20/03)
Resto da Lista 2 (exs. 7 a 9)
Um ponto importante para entendermos o gráfico de polinômios mais complicados do que um monômio é quando essas funções trocam de sinal.
Isso pode ser feito de uma maneira sistemática se nós temos como fatorar esses polinômios como um produto de funções afins, o que em geral envolve conhecer as raízes do polinômio.
No fundo o que vamos estar fazendo é resolver inequações envolvendo polinômios (as duas ideias são equivalentes)
Essa parte está coberta no cap 1.2 do Guidorizzi (esse capítulo estuda também o caso mais geral de razões entre polinômios, que vamos considerar na aula de 20/03)
Deem uma olhada no reforço de álgebra
Vamos voltar a olhar funções racionais e seus gráficos. Por outro lado, vamos estar também preocupados com como podemos aproximar o comportamento da função em diferentes situações:
A primeira dessas situações é quando x→∞ e quando x→-∞. Ou seja, quando vamos para as diferentes extremidades do eixo x.
A segunda dessas situações é quando estamos na vizinhança de um valor de x para o qual a função explode.
A ideia principal dessa análise é que nessas situações extremas eu posso aproximar minha função por um monômio pois apenas algumas das potências dos polinômios envolvidos vão ser relevantes.
Caps 1.2 e 2.1 do Guidorizzi
Os exercícios da lista 3 cobrem esse assunto
Vou começar discutindo funções racionais que podem ser simplificadas. A ideia é que nesse caso uma raiz no denominador não é uma garantia que a função vá explodir naquele ponto e em princípio seriamos capazes de consertar a função nesse ponto.
Isso vai nos levar naturalmente a noção de funções contínuas, que grosso modo são funções que não exibem "saltos" e "explosões" no seu gráfico (que pode ser considerada tanto em um nível global quanto em um nível local para apenas um pedaço do domínio da função).
Vou então usar a noção de continuidade para definir a noção de limite (que vai ser central para todo o Cálculo/FUV)
Vou terminar examinando a interpretação geométrica do que significa a função ter um salto, o que vai nos levar a uma definição rigorosa de continuidade (e por tabela dos limites), conhecida como a definição ε-δ.
Seções 3.1 e 3.2 do Guidorizzi
Continuem fazendo a lista 3
Exs. 1 a 3 do cap 3.1 do Guidorizzi (o ex. 4 é um pouco longo mas também é útil)
Vou ilustrar a definição ε-δ dada na aula passada para demonstrar que a soma de 2 funções contínuas é contínua (que é uma das propriedades centrais da continuidade).
Uma coisa que vocês vão perceber dos argumentos que aparecem quando eu uso essa definição é que tudo parece "sair da cartola" sem um padrão muito óbvio. Por causa disso, eu prefiro olhar a continuidade por um outro ângulo, usando a noção de pré-imagem.
O teorema em questão me diz que uma função é contínua se e somente se a pré-imagem de todos os intervalos abertos forem uniões de intervalos abertos
A ideia desse teorema é provar que algumas funções simples são contínuas e depois usar propriedades da continuidade para determinar a continuidade de funções mais complicadas.
Nessa veia, vou provar explicitamente que funções constantes, a função identidade e a função f(x)=x² são todas contínuas.
Seções 3.2 e 3.3 do Guidorizzi
Exs. 1 a 3 do cap 3.2 do Guidorizzi.
OBS: Para o ex. 1, ao invés de usar a definição ε-δ podemos usar o teorema das pré-imagens. Para tanto, basta provar que f é contínua no domínio inteiro. Apenas as letras (f) e (g) necessitam de ε-δ (pq?)
Nessa aula vou começar definindo algumas propriedades de continuidade para tornar mais prático manipular essa noção, sem precisar ter acesso a gráficos.
Usando o teorema das pré-imagens vou mostrar que multiplicar uma função contínua por uma constante me dá uma nova função contínua e que a composição de funções contínuas é contínua.
Juntando com as propriedades anteriores isso me diz que o produto de funções contínuas é contínuo.
Juntando com uma prova de que 1/x é contínua (excluído o caso x = 0) isso me fala sobre quando a razão entre funções contínuas é contínua.
Vamos usar essas propriedades para calcular alguns limites.
Seções 3.2, 3.3 e 3.5 do Guidorizzi
Ex 1 do cap 3.3 do Guidorizzi
Nessa aula vamos ver um teorema que vai ser bastante útil para determinar a continuidade de algumas funções, em particular funções inversas.
O teorema diz que se f: I→J (onde I e J são intervalos abertos) é uma função bijetora e estritamente crescente (ou decrescente) então f é contínua.
Também vou mostrar por que as propriedades da continuidade devem se refletir nas propriedades dos limites.
Finalmente vou falar da ideia de limites laterais e como eles se conectam com os limites usuais que temos visto.
Caps 3.4, 3.5 e 3.9 do Guidorizzi
Exs 2 a 4 do cap 3.3. Ex. 1 do cap 3.5
Façam a parte correspondente na lista 4
Nessa aula vamos ver com um pouco mais de detalhe as funções trigonométricas e algumas de suas propriedades.
Vamos também examinar (com uma combinação de argumentos geométricos e propriedades que já demonstramos) a continuidade dessas funções trigonométricas.
Finalmente, vamos examinar (de maneira não rigorosa por enquanto) o chamado limite fundamental trigonométrico. Vou também olhar qual é a interpretação geométrica desse limite e como ela conecta com a ideia de usar radianos para medir ângulos.
Caps 2.2, 2.3 e 3.7 do Guidorizzi
Façam a parte correspondente na lista 4
Vamos nessa aula tornar rigoroso o argumento que eu dei para o limite fundamental trigonométrico. Isso é feito através do teorema do confronto.
Esse teorema me diz que se temos 3 funções f(x), g(x) e h(x) tais que f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) e quando x → a temos f(x) → L e h(x) → L então devemos ter também g(x) → L.
Esse teorema permite entender diversos limites que seriam bem problemáticos de serem calculados por outros métodos. A maior parte da aula será devotada a exemplos envolvendo esse teorema.
Caps 3.6, 3.7 e 3.9 do Guidorizzi
Façam a parte correspondente na lista 4
A ideia de limites laterais pode ser usada para determinar o comportamento assintótico de uma função qualquer quando x → ∞ ou x → -∞ (não apenas no caso de funções racionais como vimos na aula do dia 20).
Vamos também formalizar a ideia de uma função explodir (que nós vimos já ao longo de diversos exemplos) dizendo que o valor de um limite é ∞ ou -∞.
Essa ideia pode ser combinada com as propriedades algébricas dos limites para decidir se uma função explode ou não olhando diferentes limites separadamente
Caps 4.1 e 4.2 do Guidorizzi
Façam a parte correspondente na lista 4
Caps 4.3, 4.5 e 6.3 do Guidorizzi
Façam a parte correspondente na lista 4
Cap 6 inteiro do Guidorizzi
Façam a parte correspondente na lista 4