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Água e óleo

Por que não se pode colocar o comando do Guarani F. C. – seja na administração geral do clube ou especificamente no Departamento de Futebol – pessoas ou grupos ligados direta ou indiretamente a negociantes de jogadores.

Argumentei em outra ocasião que o clube e tais negociantes têm, pela natureza intrínseca de cada um, interesses antagônicos. Explico isso um pouco mais:

Negociantes de jogadores ocupam a posição "vendedora", enquanto o clube ocupa a "compradora". Ou seja, uns querem vender pelo máximo preço, enquanto o outro quer comprar pelo mínimo. Não há como juntar esses dois interesses em uma mesma estrutura jurídica sem que uma cause prejuízo para a outra. Neste caso, a parte naturalmente prejudicada é sempre o clube, posto que recebe o assédio dos negociantes, mas não lhes pode determinar os limites da gula.

Em reforço a esta tese, o Planeta Guarani informa agora que o jogador Lieberman, que processa o Bugre em 5 milhões de reais na Justiça do Trabalho, era representado pela empresa Borges, Torres & Schneider. Esta, tem como responsáveis o ex-vice-presidente Edison Torres e seus sócios Marcelo Schneider e o advogado Fernando P. Borges, este último candidato ao Conselho Deliberativo do Guarani pela chapa Integração, comandada pelo vereador-candidato Cid Ferreira, nas eleições previstas para 15 de dezembro. Sabe-se que Lieberman quer, nada mais, nada menos, do que expropriar o Centro de Treinamento bugrino, patrimônio instranferível do Município de Campinas.

Não tenho razões para duvidar da veracidade da informação acima. Assim, identifico até o momento pelo menos dois grupos de negociantes de jogadores no rol dos candidatos da chapa Integração, de Cid Ferreira. O primeiro deles representado pelo ex-presidente Beto Zini, que mantém-se no ramo por meio de um filho.

Como também já defendi neste fórum, o ex-presidente Beto Zini é devedor em larga escala do Bugre, clube por meio do qual fez durante anos os seus negócios de compra e venda de jogadores e, por isso, é também um dos responsáveis pela corrosão que levou o Guarani à mais profunda crise de sua história.

Espero que os bugrinos com poder de voto levem em conta estes fatos. É o óleo na água. Não há como integrar interesses contraditórios.

O futuro do Guarani – Álvaro Caropreso