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Beto Zini e sua dívida com o Bugre

Ele deve ao clube tudo o que ganhou ao longo de anos a negociar, na condição de presidente, a compra e a venda de passes de atletas.

Diz neste fórum o amigo bugrino jo07 que Beto Zini, ex-presidente do Guarani F. C., “tem a obrigação de bater na porta do ‘Queijo’ no dia 16 de dezembro (de 2007) e falar para o presidente Leonel Martins: ‘Leonel, vamos transformar este Clube numa potência. Este é o plano...’.” Diz ainda jo07 que não vê “outra maneira para que o Beto Zini recupere o prestígio e o respeito que um dia possuiu dentro do Clube” e lembra que “este também é o caminho para que ele se recupere como pessoa pública de Campinas”. Segundo jo07, a volta de Beto Zini seria “uma segunda chance para ele próprio (...) dar a resposta aos seus críticos”, bugrinos ou não da sociedade campineira.

Concordo. As eleições bugrinas oferecem, de fato, uma ótima oportunidade para Beto Zini desfazer uma pequena parte do imbróglio em que se colocou o Guarani como conseqüência, entre outras coisas, de um tipo de gestão em que o presidente se equilibra no fio de navalha que separa seus interesses como negociante de jogadores dos interesses maiores da agremiação.

Repito: Beto Zini deixou a presidência do Guarani quando a nova legislação brasileira tornou desinteressante o acúmulo desses dois papéis ao proclamar a alforria dos atletas em relação aos clubes para acorrentá-los em servidão absoluta aos novos “senhores dos gramados”, os tais empresários do futebol que fazem milagres como o do garoto de 21 anos que já envergou dentro e fora do Brasil as camisas de uma dúzia de times profissionais no passa-passa que gera as gordas comissões desses business men.

Sabe-se que Beto Zini não deixou o ramo. Ele mesmo tem dito que pode montar um bom time rapidamente. Seria de grande valia para o Guarani se ele fizesse isso, mas não nos mesmos termos do passado. Lembro como exemplo o caso do jogador Edílson, o capetinha. Eu o vi atuar pela primeira vez com a camisa do Bugre em jogo com a Portuguesa, no Canindé. Não houve gols, mas a partida foi muito boa e Edílson mostrou de imediato ser craque. Menos de um ano depois foi vendido, quando se imaginava que o Guarani pudesse, então, com mais algum reforço, formar elenco imbatível. Lembro dos comentários na imprensa sobre o preço pago pelo Palmeiras e da decepção da torcida quando se soube que o passe do capeta pertencia a Beto Zini, não ao Bugre. Ou seja: o Guarani pagou uma temporada de salários para valorizar o craque, forneceu o palco e os holofotes e, ao cabo, não ganhou nada. Nem em dinheiro, nem em alegrias em campo. Beto Zini nos deve isso.

O valor total dessa dívida poderia ser calculado, por baixo, pela soma dos salários pagos a todos os atletas de Beto Zini & Cia. Ltda. que brilharam com a camisa bugrina para serem vendidos com lucros que sequer bordejaram o caixa do clube. Deveria acrescentar-se ainda o “custo Guarani” do prestígio emprestado àqueles atletas se fosse possível traduzi-lo em dinheiro.

Nesses termos, o Guarani Futebol Clube é credor líquido de Beto Zini. Não lhe deve nada. Tal como sugere neste fórum o bugrino jo07, eis agora uma oportunidade de ressarcimento por parte do devedor. A julgar pelo amor que declara ao Bugre, espera-se que o ex-presidente leve em conta essa dívida e junte seu talento ao daqueles que se dispuseram assumir um clube dado por muitos como morto, bem antes de se ter consciência de que a magnitude do patrimônio físico construído em 96 anos pode permitir seu reerguimento. (03/11/2007)

A PORTA DE SAÍDA FICA BEM ALI...

Brilhante a nota de Marcos Ortiz sob o título Cid Ferreira: "Onde fica a secretaria?" Esclarece de modo absolutamente claro que o fisiólogico vereador campineiro surge novamente no cenário do Bugre apenas para dar trabalho, confundir e tumultuar. Parece, inclusive, que ele opera com aquela máxima do marketing mequetrefe segundo a qual "falem bem ou mal, mas falem de mim". Isso pode funcionar nos currais eleitorais em que Cid se sustenta como vereador, mas certamente não lhe dará futuro entre os bugrinos sinceros.

Cid demonstra cada vez mais não apenas sua ignorância sobre as coisas mais triviais do clube, mas principalmente sua incapacidade de fazer política diante de adversários sérios. Ele perde o rumo tal como barata tonta.

Definitivamente, quem ainda tem dúvida sobre a verdadeira natureza da reinvestida do capo em território bugrino que leia a nota de Marcos Ortiz ou ouça novamente a entrevista/debate que a suscitou.

Poderíamos preparar um mapa para Cid, não para ele achar a porta da secretaria do clube, mas a porta de saída. (06/11/2007)

O futuro do Guarani – Álvaro Caropreso