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Abertura

Proponho uma conversa serema, sem paixões, sobre o futuro do Guarani Futebol Clube a médio e longo prazos. Quais os objetivos do clube? O que queremos ser? O que faremos para ser o que queremos?

Se cada torcedor fizer um esforço e se colocar no papel de dirigente certamente muitas idéias interessantes surgirão. Algumas delas poderão, inclusive, ser aproveitadas pelos verdadeiros dirigentes.

Eu pratico aeromodelismo desde criança. Isso não tem nada a ver com futebol, mas esse hobby ensina uma coisa vital para o Bugre de hoje: reconstruir. Explico:

Você leva meses, às vezes anos, construindo um belo avião e vai ao campo testá-lo. Ele voa magnificamente e, então, você pensa que é o bamba e faz uma grande besteira ao querer demonstrar seus dotes de ás. Em fração de segundo o lindo aeromodelo vira "lenha", como se diz. É mais ou menos a mesma sensação de cair para a terceira divisão depois de ter experimentado o vôo mais alto da conquista de um título na divisão principal.

Depois de muitos aviões "lenhados", a sensação de raiva e frustração quase não mais se manifesta. Mudamos completamente a maneira de encarar as "lenhas" ou, no caso do Guarani, as crises. Surge então um truque:

Ao "lenhar", ou entrar em crise, a gente tem de dar um jeito de sair dela numa condição melhor do que aquela no momento da entrada. Mas é preciso muito planejamento, muita perseverança.

É um macete para se dar nó no tempo, aprendido de dor em dor. Quando um avião virava "lenha" eu ficava tão puto que, só de raiva, consertava o bicho de modo que ele ficasse melhor do que antes e... mais bonito.

Assim, cada "lenha" dava-me (e dá) um avião novo. Resultado: quando volto do campo – seja o campo de aeromodelismo ou o de futebol – com um monte de frangalhos nas mãos, venho a matutar com a perspectiva do novo avião... ou do novo time ou do novo clube.

A raiva fica lá longe e se dissolve na grama. (03/09/2007)

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(Não se assuste! Você usará minha página de aeromodelismo para comentar este artigo. Assim eu fico sabendo na hora que você deu um palpite)

O futuro do Guarani – Álvaro Caropreso