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Bem longe do patrimônio

Quem é Cid Ferreira, candidato à presidência do Guarani na eleição de 2007.

O vereador Cid Ferreira, candidato à presidência do Guarani, tem longa história como político fisiológico – aquele que faz dos seus mandatos populares um meio de vida ou renda. Começou assim no Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, onde encastelou-se em 1973 para passar 12 anos seguidos. Nunca nutriu qualquer simpatia pelo sindicalismo que colocaria em cheque o regime autoritário de então e nunca foi perseguido por esse regime, como diz em sua biografia oficial.

Afastado do sindicato justamente por sua incompatibilidade com os novos tempos de democracia, Cid aparelhou-se numa Associação dos Aposentados e Pensionistas das Indústrias Metalúrgicas e Outras Categorias de Campinas, de onde vislumbrou seu primeiro mandato de vereador. Mais tarde, ampliaria seu aparelho político com a gestão de dois pequenos clubes recreativos da cidade.

Está em franca decadência como vereador: Foi eleito pela primeira vez em 1992 com míseros 1.919 votos, quando o sindicato que ele afirma ter defendido possuía mais de 42 mil sócios. Seria reeleito em 1996 e 2000 com mais de 8 mil votos, mas não passou dos 7,2 mil votos em 2004.

Cid sabe que seus atuais aparelhos políticos são suficientes para mantê-lo na Câmara, mas com votações que tendem ao medíocre, diminuindo-lhe o cacife. Ele vê no Guarani uma oportunidade para ampliar seus aparelhos. Já afirmou, inclusive, que pretende elevar à condição de sócios do Bugre os membros dos seus currais eleitorais.

O Guarani não tem condições de sustentar esse tipo de fisiologismo. Não é da natureza do Guarani servir de muleta para políticos em ascensão ou decadência. O Guarani não deve nada a Cid. Ele, sim, deve muito ao Guarani. Deve algum esforço para não atrapalhar a reconstrução do clube que ajudou a destruir; deve, principalmente, manter os olhos voltados para bem longe do patrimônio que permitirá essa reconstrução. (01/11/2007)

O futuro do Guarani – Álvaro Caropreso