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O que o Paraná tem com isso?

Michel Robin finalmente revela o quer do Guarani em 2008. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, ele disse com todas as letras que o seu time é O TIME para disputar o Paulista da A1.

Caramba! Se era isso o que Robin queria, não precisava ter feito tanta confusão em entrevistas tresloucadas. Bastava ter dito, meses ou semanas atrás, que deseja ter seu elenco jogando mais um ano com a camisa bugrina. Bastava ter deixado isso claro para, inclusive, não ter atraído tanta antipatia. Talvez ele tenha expressado esse desejo para a diretoria e esta o tenha recusado num primeiro momento. Eu também recusaria. Mas Robin ganharia mais se tivesse deixado clara sua proposta e a possível negativa da direção ao manifestar-se em público em vez de tentar criar um clima de desgaste para a direção.

Eu particularmente teria agido como a diretoria, caso ela tenha mesmo recusado a proposta de Robin num primeiro momento. Acredito que apenas em ultíssima instância se deveria recorrer a um time terceirizado. Por princípio, sou contra. É um falso atalho para um caminho longo e áspero.

A experiência mostra que os elencos terceirizados não ligam para resultados de médio e longo prazos. Os jogadores querem apenas aparecer na vitrine e pular fora o mais rápido possível. Estão com os olhos e ouvidos muito mais voltados para a movimentação dos negociantes de passes do que para a realidade do clube que defendem em campo. O discurso de Robin de que o seu elenco é "guerreiro", é "de briga" etc. etc., serve apenas para turvar essa realidade.

O melhor exemplo disso é o Paraná Clube, que joga o Brasileiro da Série A com um time terceirizado, tal como é o caso do Guarani nesta Copa FPF. Resultado: O Paraná está praticamente rebaixado e não tem nada a oferecer nem mesmo para a Série B, onde provavelmente estará em 2008 e em piores condições do que as atuais, sem os terceirizados de hoje. Ou seja: ou o Paraná monta elenco próprio para jogar a Série B ou nem na Série B vai se sustentar.

Outro exemplo? Basta olhar lá para os lados da ferrovia. O caso da Ponte Preta é essencialmente idêntico ao do Paraná. A única diferença é que o empresário terceirizador é o presidente do outro clube de Campinas.

Repito: o Guarani não vai ganhar nada se não tiver elenco próprio, mesmo que modesto. Não podemos querer que o Bugre volte para as posições de proa no Brasil de uma hora para outra. Levamos anos "construindo" a desgraça. Vamos precisar de outros bons anos para "desconstruir" essa desgraça e mais um tanto para, de fato, começar reconstruir o clube e resgatar suas tradições.

Quem não tiver paciência não servirá para o Guarani na realidade atual. Qualquer tentativa de pegar atalho será desastrosa.

Entretando, pode não ser possível montar um time nem mesmo modesto para o Paulista de 2008. Robin, então, poderia ser uma alternativa e eu não me oporia se a direção vier a fazer essa opção. Faria, sim, oposição caso a direção NÃO TENTE SINCERAMENTE MONTAR UM ELENCO PRÓPRIO BRUGRINO. Se não tentar, será por comodismo. Mas isso não é o que caracteriza a atual direção do clube. Bem ao contrário, ninguém acomodado teria peito para assumir um clube nas condições do Guarani. (21/10/2008)

O futuro do Guarani – Álvaro Caropreso