Assalto esquisito
Ladrões roubam 41 mil reais e a tranqüilidade dentro do clube às vésperas da eleição.
Uma coisa é certa: Não foram apenas os 41 mil reais em dinheiro do treinador Michel Robin, destinados ao pagamento dos atletas vinculados a ele no chamado time B do Guarani, que foram levados das dependências do clube nesta semana. Os ladrões roubaram principalmente a tranqüilidade tão necessária às vésperas de um processo eleitoral decisivo para a vida do clube.
Vinha bem a campanha, desenvolvendo-se até então em paz e sem sair dos trilhos da decência, ainda que com certos exageros alarmistas por parte da oposição encabeçada pelo vereador Cid Ferreira. Da parte da chapa comandada pelo presidente Leonel Martins de Oliveira, candidato à reeleição, o processo corria ao estilo do presidente, com calma, pés no chão e transparência. Difícil afirmar qual das duas correntes estava a conquistar mais simpatias entre os associados em condições de votar, posto que não houve pesquisas de opinião nesse sentido.
Pode-se dizer, contudo, que a calma e a tranqüilidade trabalhavam a favor da chapa situacionista. Quanto mais a vida bugrina se mantivesse nas atividades de rotina, melhor para a situação. Este é o momento para se divulgar balanços de atividades, obras, providências para a reerguimento do Bugre e, principalmente, argumentos e fatos em defesa das teses de Leonel e seus companheiros.
Um episódio como o desta semana causa prejuízos políticos apenas e tão somente para a direção do clube e, por conseqüência, para a chapa da situação. Qualquer dúvida em torno da factualidade do episódio, como a que emana da ilação de Michel Robin segundo a qual a responsabilidade do prejuízo não cabe a ele, mas ao Guarani F. C., não passa de jogo de cena para tentar alterar o clima pré-eleitoral desfavorável à oposição.
É oportuno recomendar ao empresário Michel Robin que atualize seus métodos de gestão e doravante faça uso do moderno e altamente informatizado sistema financeiro brasileiro em lugar do arcaico transporte de dinheiro em espécie para pagar salários de funcionários.
Cabeça fria e no lugar é o que se recomenda aos partidários da situação. Daqui para frente os golpes tenderão vir cada vez mais abaixo da cintura. (09/11/2007)
O futuro do Guarani – Álvaro Caropreso