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Independência e informação

Mais detalhes sobre Michel Robin e um comentário ácido sobre a mídia campineira que, de modo geral, prima pelo provincianismo e age na base do “cospe aqui se for homem”.

A entrevista de Robin à Rádio Central e os comentários que se seguiram por parte dos profissionais da emissora são apenas mais duas evidências de duas coisas óbvias:

1 – Robin não sabe fazer política. Não tem estrutura intelectual e psicológica para dirigir o elenco de um clube que vive grave crise financeira e política. É ingênuo ao ponto de cair nas provocações da mídia e, assim, servir de Judas a ser malhado em troca de audiência. É ingênuo ao ponto de imaginar que lhe será concedido espaço na mídia para criticar essa mesma mídia sem que lhe seja apresentada nenhuma conta em compromisso. Desgastou-se à toa Robin – e, por conseqüência, o Guarani – justamente no momento em que seu time necessita de tranqüilidade para jogar partida decisiva longe de Campinas. É ingênuo também ao ponto de imaginar que, a despeito de meter-se em imbróglios desse tipo, pode comprar a simpatia de toda a torcida pagando a um pequeno grupo ônibus com destino a Lins.

O Bugre carece de gente serena e experiente. Não se pode terceirizar a competência. Ou a temos ou não a temos.

2 – A mídia campineira, de modo geral, prima pelo provincianismo e age na base do “cospe aqui se for homem”, aquele método usado antigamente pelos moleques de rua mais espertos quando queriam fazer com que dois bobocas começassem uma briga. Os espertos colocavam frente a frente dois guris ingênuos; um dos espertalhões colocava a mão aberta entre as faces dos otários e dizia a ambos: “cospe aqui se for homem”; os dois cuspiam ao mesmo tempo, mas o esperto tirava as mãos, de modo que as cusparadas atingiam as faces dos cuspidores. E o pau rolava para gáudio da galera.

Não se pode terceirizar a geração de informação séria e confiável para abastecer de modo produtivo o debate sobre as enormes dificuldades do Bugre e as saídas possíveis. Muito menos se pode deixar a geração dessa informação vital somente a cargo da grande mídia. O Guarani deve investir, ainda que modestamente, em estrutura própria de geração e divulgação de informação, esta sim destinada também a abastecer a mídia com o que convém ao clube, não o contrário. Nesse sentido, tornar-se ainda mais relevante o papel dos sites independentes, como este Planeta, aos quais devem estar sempre abertas as portas do clube. (25/10/2008)

O futuro do Guarani – Álvaro Caropreso