guarani.futuro

guarani.futuro

O FUTURO DO GUARANI Álvaro Caropreso

Para onde vai o único clube do interior campeão brasileiro de futebol? Após os sete anos de uma crise em que colecionou seis rebaixamentos e centenas de ações na Justiça, o Guarani pensa em vender o Estádio Brinco de Ouro da Princesa para tentar ter algum futuro. Vender o Brinco é como vender a si mesmo para ter o direito de existir. Vender o Brinco é apagar uma parte importante da história, aquela em que o clube construiu sua identidade e disse ao mundo "eis quem sou eu!". A autodestruição pode ser uma saída? Ou essa é uma palavra forte demais para a simples necessidade de transformar-se? É possível autodestruir-se sob controle? É possível transformar-se a partir do nada? É preciso chegar a nada para renascer? Objetivamente, não vejo saída sem a venda do Brinco. Mas o que virá depois disso? Será o mesmo velho e bom Bugre reciclado e revitalizado ou será um outro bicho, de outra espécie? Ou de outro mundo...

ÍNDICE

Sobre o autor

Contato

Abertura

Seja um sócio torcedor

Artigos de 2009

Guarani foi campeão na bola

Só falta tudo

Duas rodadas antes do fim

Farsa vascaína no Brinco

In dubio pro bacalhau

Fundamentalistas bugrinos

Minimeta: 21 pontos em 7 jogos

Zeus que se foda!

Aquecimento

Artigos de 2008

De repente, era bugrino!

Mais apoio em 2009

Hoje, somos pequenos

Bugre está bem na foto

O Brinco não é elefante branco

Guarani de boca cheia

Dopados pela história

Achados & Perdidos

Grande camisa e grande time

O Santa Cruz e o Guarani

Para renascer uma paixão

Patinação em bobagens

Sabotagem, não!

O Bugre na TV do Bugre

Da necessidade do "seis por meia dúzia"

Medo de perder

Planetas do Guarani

Graxa no conjunto

Três mil e mais ninguém

Não é o time, não é o técnico

Depende de nós

Verdades que interessam

Clube de bocha

Entrar em campo de botas

Rir de quê?

Transformar assunto em fato

Alguma novidade?

Silêncio inflamável

Arena multivoto que se dane

Xô, paturi! Fora da lagoa!

Acabou a urucubaca!

Matemática avançada

Onze Henriques em campo

Ponto zero da retomada

Destino traçado

Gato e sapato

Por um gesto de grandeza

Aqui e na Conchinchina

Sabadão legal

Chove chuva

A torcida é o técnico

Em busca da verdade

Onze divãs e onze Divas

Se alguém pudesse dizer a eles...

Quem é o vagabundo?

Cala essa boca, pai!

Deus é bugrino e pontepretano

O técnico é a torcida

Pouco para Beto Zini

Time com vergonha

Roberval não gosta do Guarani

Alerta vermelho!

Corinthians ganha cansado

Sapo anti-atacante

Pode soltar o touro

Ilusões e teimosia

Quem não comunica se estrumbica

Artigos de 2007

Ataque, mais ataque!

Cobrar e ajudar

Incompetência em causa própria

Verdade e ficção

Sobrevivendo à Lei Pelé

Ao ataque, por favor

Água e óleo

Assalto esquisito

Jornalismo sem vergonha

O carro na frente dos bois

Beto Zini e sua dívida com o Bugre

Bem longe do patrimônio

Exemplo de Araraquara

Uma garrafa voa em Lins

Independência e informação

A velha rapinagem e o novo futuro

O que o Paraná tem com isso?

Obrigação de vencer a copa

A quem dar ouvidos

O que fazer com Zini & Lourencetti

E se Robin pegar o boné?

Pirulito ou mobilização?

Bugrino das Antigas

Uma causa de Campinas

Série aritmética

Passado recente, torcida e futuro

Houve um dia, um Guarani...

Regras do futuro

Tobogã, aqui vou eu!

Psicologia do bicho-papão

Os deuses não são eternos

Dobrar o número de sócios-torcedores

Os textos aqui reunidos começaram a ser publicados no site Planetaguarani.com.br em 2007. O título e o subtítulo da série explicam seus objetivos. Este material faz parte de uma obra em andamento e poderá ser mexido pelo autor a qualquer momento, sem aviso prévio e sem o compromisso de indicar onde foram feitas correções, adendos, cortes e alterações na forma, no conteúdo e na estrutura. Assim, caso estes textos sejam aproveitados pelos visitantes, convém datar as cópias.

No momento em que começo a usar este espaço no Google não há uma tese bem formada. Em linhas mui gerais, a grave crise do Guarani Futebol Clube está associada às transfoamções em curso no futebol brasileiro após o advento da Lei Pelé, em 1999, que mudou as relações de trabalho entre atletas profissionais e agremiações.

Fundado em 1911, o Guarani de Campinas quase correu o risco de não poder planejar seu aniversário de um século. Mais do que uma crise administrativa e financeira, o Bugre vive uma crise de identidade. De um clube com cerca de 25 mil sócios que se orgulhavam de dizer que não dependiam das rendas do futebol para bancar a equipe campeã da divisão principal do futebol brasileiro em 1978, o Guarani passou a ter, 30 anos depois, menos de mil sócios pagantes. Em sete anos, de 2000 a 2006, foi rebaixado seis vezes – salvo algumas delas pelo tapetão que honra o submundo dos chamados times "grandes". No primeiro trimestre de 2008, o Bugre lutou desesperadamente para manter-se na divisão principal do Estado de São Paulo – para onde retornou depois de uma temporada na "segundona" no ano anterior – e por uma vaga na terceira divisão do Brasil.

Uma nova direção fora eleita em dezembro de 2007 para reerguer o clube. Sem receitas, com dívidas de dezenas de milhões de reais e centenas de ações trabalhistas, anunciava-se no começo de 2008 a venda do vasto patrimônio imobiliário em torno do Estádio Brinco de Ouro da Princesa. O negócio poderia render o suficiente para zerar o déficit, construir outro estádio, menor e longe da cidade e, talvez, manter o clube por alguns anos. Mas seria o suficiente para uma reconstrução à altura do que já foram as pretensões do Guarani?

O Bugre não tem uma segunda chance. Como, então, aproveitar esta única? (25/03/2008)


O futuro do Guarani