Pouco para Beto Zini
É puro terrorismo o depoimento de Beto Zini à TV Bandeirantes de Campinas em que ele cobra da direção do Guarani mais transparência a respeito das possíveis negociações em torno da venda da área do Brinco de Ouro.
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É igualmente terrorista a grande mídia que joga água nesse moinho já muitas vezes bem explicado.
A venda do Brinco ou de qualquer patrimônio do clube só pode ser decidida depois de discussão no Conselho, o qual enviará o assunto para a Assembléia Geral dos sócios.
É bom reafirmar: somente os sócios em Assembléia podem decidir sobre o destino do patrimônio do clube.
Não há como encaminhar a portas fechadas uma questão desse tipo.
É claro que a direção executiva não vai levar ao Conselho e à Assembléia uma proposta não formatada. Não teria cabimento discutir nessas instâncias uma proposta sem todos os pingos nos is, tim-tim por tim-tim.
É claro que o assunto é de interesse público – ou melhor, de interesse da torcida bugrina. Mas é claro que, se houver uma ou mais empresas interessadas no assunto, a negociação em si é de interesse privado. Essas supostas empresas têm todo o direito de manter as negociações ao abrigo do direito privado.
Uma vez formatada a proposta em negociações entre a direção executiva e a outra parte interessada no negócio, o Conselho será informado e decidirá se a aprova, modifica ou rejeita.
Se o Conselho aprovar, enviará a proposta para a decisão final da Assembléia. É o que manda o estatuto do clube.
Só a Assembléia pode bater o martelo.
Qualquer venda de patrimônio não decidida pela Assembléia será ilegal. Será nula para a Justiça.
A direção executiva do Guarani não tem nenhum poder – absolutamente nenhum poder – para decidir sozinha sobre a venda do Brinco.
Nem o Conselho pode decidir sozinho.
É claro que, após a formatação da proposta, a direção executiva terá de enviá-la a mais de uma centena de conselheiros e, a partir desse momento, não haverá como manter as discussões a portas fechadas.
Todos os sócios do clube obrigatoriamente estarão envolvidos no processo, pois deverão formar opinião para votar na Assembléia.
Mas vão ter de formar opinião sobre proposta concreta. Não sobre boatos na mídia.
Só não participarão os sócios que não quiserem.
Uma coisa é o desempenho do time do Guarani nos gramados. Começou mal este ano de 2008. Vai ter de mudar – e rápido.
Outra coisa é a gestão do clube como um todo. Começou bem este ano de 2008 com a posse da direção executiva escolhida pelo Conselho eleito em dezembro de 2007. Isso tem de ser preservado.
Neste momento, quem desejar fazer das críticas ao time de futebol uma oportunidade para enfraquecer e desestabilizar a direção executiva vai jogar contra o clube.
Beto Zini já jogou demais contra o Bugre.
Fez o estrago e caiu fora. Não teve peito sequer de votar em sua chapa nas eleições bugrinas.
Beto Zini parece que ainda é bugrino. Acreditemos nisso.
Se ele quiser mostrar de fato seu afeto ao clube, ele que empenhe o patrimônio pessoal que construiu em boa parte com os negócios de compra e venda de jogadores executados durante sua gestão na presidência do Guarani.
Beto Zini ainda compra e vende jogadores. Ele deve ter alguns cobras na sua lista de ofertas. Dois ou três desses gladiadores poderiam vir jogar no Bugre com salários pagos por Zini.
Um ou dois meias atacantes, um ou dois atacantes puros. É pouco para Beto Zini. Muito para o Guarani. (26/01/2008)
O futuro do Guarani – Álvaro Caropreso