"Vivemos na ditadura do funcionário, que não defende a ideia mas sim o salário, o que sempre dá maiores lucros." Camilo Cela

Data de publicação: Sep 26, 2012 9:52:40 PM

Este adágio parece-nos muito actual. Em todo o lado nos deparamos cada vez mais com esta forma de estar na profissão, no serviço. E não nos referimos apenas ao funcionalismo público.

A questão é que algo está diferente do que era há uns anos: ou estamos todos mais intelige...

ntes; ou já é por demais evidente esta subserviência a quem paga o salário que roça, nalguns casos, a prostituição intelectual; ou já não conseguimos suportar mais os níveis a que chegou a hipocrisia. Felizmente continuamos inteligentes como sempre fomos. Felizmente estamos mais conscientes de nós próprios, do papel que desempenhamos na sociedade, dos nos direitos e dos nossos deveres, individuais e colectivos. Portanto a resposta encontra-se nas outras alternativas.

Ainda hoje se reuniram os funcionários maiores do Estado supostamente para pensarem o país que somos e o que queremos ser. Não nos parece que nas muitas horas de reunião tenham tido alguma ideia sobre isso. Procuraram antes assegurar o seu salário, o actual e os futuros.

Com exemplos desses no topo como poderemos aspirar a que os nossos concidadãos pensem e ajam de forma diferente? É muito difícil. Deste forma de agir apenas podemos esperar a mediocridade.

Mas não desesperemos. Se olharmos com atenção veremos que ainda existem pessoas com ideias e que lutam por elas nos seus locais de trabalho, nos seus grupos e nas suas comunidades, mesmo quando isso significa lutar contra o "politicamente correcto"; mesmo quando isso significa ficar à margem. A esses que persistem pelas suas ideias, um "Obrigado" pelo exemplo de coragem e dedicação.