Quando o divórcio é decidido: a importância de se falar com os filhos
Data de publicação: Dec 05, 2012 5:15:0 PM
(O texto completo está disponível no blogue webcuco.blogspot.com)
Não há como enganar as crianças: quando algo está mal entre os pais elas sentem-no. E quando são mais velhas também pressentem que a separação é o próximo passo. Nesses momentos, sofrem muito e muitas temem perder um de seus pais ou mesmo serem abandonadas. É nessas alturas que pai e mãe devem, para evitar danos maiores, falar do que está a acontecer a eles, adultos, e à família, e procurar transmitir em palavras e actos que vão estar sempre junto delas e dar algumas garantias que as promessas feitas serão cumpridas. Caso contrário, o sofrimento será maior e as crianças passarão a desconfiar dos pais e, por generalização, de todos os adultos.
Não é fácil esta conversa que os pais precisam ter com os filhos mas é necessária para todos, em especial para os mais pequenos. Sendo cada família única também o será este momento mas existem alguns tópicos que devem ser comuns: o amor dos pais para com os filhos e como a separação dos pais não afectará esse amor; desculpabilização dos filhos pelo que está a acontecer; sublinhar sempre a importância do nascimento e presença dos filhos na vida da família e de ambos os pais; permitir a expressão de sentimentos gerados pela situação.
Sendo algo de muito importante na vida da família e de cada um dos seus membros deve ser bem preparada, desde o local, o tempo, a forma e o conteúdo. Sem quer apresentar receitas avançamos com algumas sugestões de etapas para desse roteiro.
Enquanto casal obtenham concordância sobre o que vão dizer
Falem como casal
Ajam com honestidade entre ambos
Sejam honestos, realistas e evitem emoções excessivas
Como podem ajudá-los a “absorver” a notícia
Como agir com as crianças
O que os pais decidem nesta altura fazer pode ajudar a tranquilizar e promover a segurança de que as crianças precisam para crescer saudavelmente e em harmonia ou, pelo contrário, pode contribuir para uma maior insegurança e aumento da ansiedade e angústia. O certo é que agindo de uma ou outra forma se está a formar uma pessoa.
A seguir elencamos um lista de alguns desses comportamentos à atenção do pai e da mãe:
• Não discuta com o seu cônjuge com os filhos por perto.
• Não diga coisas negativas sobre o seu cônjuge aos seus filhos ou para outra pessoa, com eles por perto.
• Junto dos seus filhos procure controlar as suas emoções relativas à separação e à vida após o divórcio, doutra forma corre o risco de aumentar a insegurança e medo sobre o futuro.
• Não use seus filhos como mensageiro entre si e o seu cônjuge.
• Não interfira na relação de seus filhos com o seu cônjuge, tentando manipulá-los a pensar em si como o "bom pai" e seu cônjuge como o "mau pai".
• Não pressione os seus filhos a escolher um dos lados.
• Evite fazer mudanças drásticas nas rotinas diárias. Tanto quanto possível, mantenha o quotidiano das suas vidas como sempre foi. As crianças geralmente não gostam de mudança e o divórcio já é mudança suficiente.
• Não tente amenizar a sua culpa sobre o divórcio junto dos seus filhos ou tentar levá-los a alinhar consigo e a rejeitar o outro pai, dando-lhes presentes ou privilégios especiais ou a relaxar a disciplina com eles.
• Evite fazer de seus filhos seus confidentes. Mantenha as suas preocupações para si mesmo ou compartilhe-as apenas com outros adultos.
• Não olhe para os seus filhos como um reconfortante do que está a passar. Deve funcionar ao contrário.
• Não espere que seu filho se torne "o pequeno homem" ou "a pequena mulher" da casa. Seus filhos são crianças, não cônjuges substitutos.
Para finalizar, não esquecer que a criança deseja, acima de tudo, que o seu quotidiano mude o menos possível. Se sentirem que isso não está a ser possível, que a criança apresenta sinais de sofrimento que se prolongam e agravam no tempo, recorram à ajuda de um profissional.