Divórcio: o trauma para as crianças

Data de publicação: Sep 30, 2013 8:27:5 PM

Um divórcio é sempre uma experiência difícil e dolorosa para as crianças. Experiência que se agrava quando os pais, mesmo depois da separação, continuam a dilacerar-se, prolongando um conflito já sem razão de ser.

Não tem que ser assim. É possível amenizar o sofrimento e manter e fazer funcionar uma co-parentalidade positiva, apesar da ruptura.

Mas quando falamos de divórcio pensamos imediatamente no trauma para as crianças.

É certo que o ideal das crianças é uma vida em comum da sua família: mãe, pai, irmãos… Numa situação de separação elas esperam, no fundo, e sejam mais novas ou mais velhas, que os seus pais se entendam e voltem a viver juntos novamente. Infelizmente isso não se concretiza na grande maioria das vezes.

A dificuldade para elas, não é tanto a situação concreta do divórcio, da separação. O que é verdadeiramente traumático é o continuar indefinidamente do conflito, das disputas, da difamação e, não raras vezes da violência (seja ela psicológica ou física), e, por vezes, a sensação de estar a ser desleal para com um dos pais. Quando não há mais diálogo, quando só persistem os mal-entendidos e um sistema vicioso de comunicação, as crianças, presas no meio, sofrem imenso. E este sofrimento chega ao ponto do sacrifico, recusando-se a ver um ou ambos os pais para evitar a tormenta do conflito.

É relativamente comum ouvirmos pais evocar o interesse das crianças para decidirem ficar juntos, apesar da relação no casal aconselhar a separação.

O que sabemos, porque elas nos contam, é que as crianças preferem a separação dos pais, com a manutenção de relações correctas entre ambos, a uma vida em comum cheia de conflitos. Também são elas que por vezes nos dizem que não entendem os pais: esperavam que após o divórcio as coisas melhorassem mas os pais continuam sempre a discutir.

E construir uma co-parentalidade é fácil, desde que essa seja a vontade de ambos os pais.

Os filhos de casais separados crescem e desenvolvem-se tal qual os outros, desde que os seus pais continuem a dialogar e a compartilhar as decisões que os afectam, no fundo a manter uma comunicação harmoniosa e eficaz. E a comunicação hoje pode ser feita de tantas formas…

Escusado será afirmar a importância para as crianças sentirem ao seu redor um clima se segurança, de confiança e de concórdia entre os pais. Para isso os pais devem estar em sintonia. Cada um pode continuar a ter a sua opinião mas têm que ter uma política, uma prática, comum. Ou como alguém disse, “apesar de cada tocar o seu instrumento a orquestra só produz uma melodia se tocarmos todos a mesma música”. E porque é para os filhos, convém que se consiga um boa melodia, que só se obtém com um mínimo de respeito entre os pais.

Os filhos merecem que se respeitem e que partilhem do seu desenvolvimento. E, apesar de tudo, diríamos para finalizar, também os pais ou será que não se amaram um dia…

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