Fará sentido conceber um ciclo de tertúlias dedicado ao "Sobreendividamento"?

Data de publicação: Apr 19, 2012 5:54:18 PM

Há uns dias atrás, uma pessoa que segue a atividade do webcuco, lançou-nos um desafio: porque não abordar o tema do sobreendividamento.

Com o aumento do custo de vida, as dificuldades financeiras crescentes, ausência de crédito bancário, por vezes o desemprego, as situações problemáticas aumentam e não é nada fácil encontrar respostas para as mesmas.

As crises têm como um dos seus efeitos mostrar as fragilidades, individuais ou coletivas. O sobreendividamento não deixa de constituir uma fragilidade.

Numa altura de crise económica os sobreendividados são, necessariamente, notícia. Ou, melhor, o número daqueles que não conseguem cumprir com as suas obrigações financeiras, começa a ter relevo estatístico. É também notícia o número crescente de famílias que todos os dias entrega a sua casa aos bancos credores.

Normalmente nestes momentos também se associa o sobreendividamento com outras situações (divórcio, desemprego, doença, viver acima das possibilidades, emigração, fuga, etc.).

Quando as pessoas se deparam com situações que não conseguem resolver procuram ajuda. Começa-se junto da família, quando ela existe, e na sua rede social de apoio. Muitas das vezes estas, por uma ou outra razão, não conseguem dar resposta adequada e suster o movimento de incumprimento que se gerou. Falhando estas procura-se ajuda institucional.

Num primeiro nível, instituições, como a Deco e outras, fornecem algum aconselhamento. Com que sucesso, não se sabe. Sabe-se é que já são vinte e tal as famílias que, todos os dias, entregam as suas casas aos bancos credores. E a tendência é para aumentar este número nos tempos mais próximos.

Num outro nível, já bastante mais gravoso em todos os aspetos, algumas IPSS, como a Caritas e outras tantas instituições de solidariedade social, procuram ajudar, como podem, os mais desfavorecidos. Aí entramos no domínio da caridade. Mas a caridade é sempre ótima para quem a pode fazer; para quem a recebe colocamos as nossas dúvidas.

Posto isto, perguntamos: fará sentido a realização dum evento (tertúlia ou outro) para se debater este assunto e, quem sabe, encontrar outras formas de mobilização e participação cívica? Haverá um público interessado em avançar com uma iniciativa deste género? Se ele existe tem aqui uma oportunidade de expressar a sua opinião e as suas ideias. Precisamos delas para poder avançar.

Está lançado o desafio.

Uma última nota para agradecer a quem nos sugeriu este assunto, na esperança de não termos traído as suas palavras e vontade.