A esperança: a nossa relação com o futuro

Data de publicação: Jan 24, 2012 12:4:22 PM

No próximo dia 26 de Janeiro daremos início na FNAC a um ciclo de tertúlias dedicado aos jovens que intitulamos: “Dar-se bem com o futuro não é tarefa fácil: a esperança”.

A este propósito resolvemos expor algumas ideias sobre o assunto.

Queiramos ou não, vamos sempre debater-nos com o futuro. É garantido. É só esperar.

Parecendo simples é dos tempos mais complexos que existe, pois apenas o pod...emos povoar com os nossos desejos, inquietações ou medos. Em função desse povoamento ele será atractivo ou assustador. Acontece que o Homem (e as sociedades) vive em função do futuro, pelo que essa tarefa é feita hoje, no tempo presente. Mobiliza-se perante a promessa; experimenta o medo ou a satisfação perante aquilo que pode acontecer.

E o que dizem os jovens acerca do futuro? Aquilo que a sociedade já vai assumindo: optimismo individual e pessimismo colectivo.

Acreditamos em nós e deixamos de acreditar nos outros enquanto colectivo. A ideia de felicidade passa a ser algo de muito individual, dissociada de projectos colectivos nem como algo possibilitado por um contexto social. Nesse sentido, o espaço público passa a ser irrelevante em ordem à felicidade pessoal. Por isso, não admira que o que mais impera na sociedade actual seja o salve-se quem puder, sem qualquer tipo de esperança colectiva, sem ser capaz de promover um futuro comum.

Agora pensemos nos jovens e na instituição “Escola”. Que lhes diz o adulto sobre a escola? Que lhes diz o adulto para motivar o jovem? Que é importante… para o seu futuro… para ter um futuro melhor… Toda a educação, a socialização, vai neste sentido, na tentativa de configurar em cada um uma relação adequada com o futuro.

Perante isto só mesmo a ESPERANÇA, esse sentimento que regula a nossa relação com o futuro. E esperar o quê? Esperar que os ideais de verdade, justiça, solidariedade, bondade, têm algum valor de explicação da realidade e viabilidade neste mundo, que a lógica das coisas pode coincidir, pelo menos em parte, com a lógica dos valores.

Por último, como leitura sobre este assunto, aconselhamos o livro de Daniel Innerarity, “O Futuro e os seus inimigos”. É uma boa leitura.