O regresso às aulas: dicas para os professores

Data de publicação: Sep 17, 2012 3:21:7 PM

Abordar “o regresso às aulas” exige que se fale também do professor. Para eles também nos atrevemos a enunciar alguns conselhos:

1- Tenha sempre presente o sentido nobre da sua profissão

A profissão de professor não é uma profissão qualquer. É das mais nobres que existe. É um serviço aos outros. Passa pelas mãos do professor a educação e formação dos cidadãos de amanhã. Não se esqueça que boa parte do futuro sentimento de felicidade e de realização (pessoal e profissional) da pessoa de amanhã pode depender de si. Para o bem e para o mal. Se assim não pensa, estará na hora de procurar fazer outra coisa: sentir-se-á mais feliz e deixará de fazer outros infelizes para a vida.

2- Não deixe que assuntos externos influenciem o seu trabalho

Não se escude em problemas externos, por exemplo problemas de classe ou de carreira, para justificar um fraco empenho nas suas funções e um mau desempenho. Com certeza que quando procura um qualquer serviço aquilo que pede é profissionalismo, competência e excelência. Nem outra coisa iria admitir. Então porque querer para os seus alunos o contrário?

Procure também que outro tipo de problemas não afete, para além do aceitável, o seu desempenho no dia-a-dia. Tenha a coragem de o reconhecer, pedir ajuda se necessário e mesmo parar, se tal for necessário.

3- Prepare-se

Procure conhecer a sua nova escola. Antes de contatar com os alunos procure conhecê-los e aprofunde esse conhecimento assim que começam as aulas. E, escusado dizer, que as aulas correrão melhor se forem bem preparadas. Mas atenção: seja capaz de deixar espaço para a incerteza que sempre aparece; de lidar com o imprevisto e a espontaneidade.

4- Relaxe, mesmo se o primeiro impacto foi tenso

O primeiro impacto é muito importante mas a história não acaba aqui. Ainda tem muito tempo para melhorar. Não deixe que a pressão tome conta de si. Aprenda a relaxar e a refletir para melhorar.

5- Tenha consciência que por vezes existe um fosso cultural entre si e os seus alunos

Mantendo-se firme sobre alguns princípios e valores: relativize.

6- Distinga muito bem a criança ou o jovem do aluno

Antes de mais tem à sua frente uma pessoa. Se a ouvir e compreender terá mais hipóteses de cativar o aluno que ela também é.

7- Fomente a relação com os pais dos alunos

A família é uma parte fundamental na educação e formação das crianças e jovens. Promova o diálogo e uma relação saudável que alimente a confiança mútua. Doutra forma continuará sempre a apontar o dedo á família sempre que algo corre mal. Acredite: a família faz o mesmo: também afirma que a culpa é o professor quando pretende justificar o fracasso.

8- Evite reagir a quente

Numa situação conflitual, por exemplo, procure, sempre que possível, ganhar tempo para melhor raciocinar e sair da situação de urgência. Evite as situações de escalada verbal com os adolescentes, pois estes não querem “perder a face” e o adulto está condenado a perder. Utilize o humor mas não a ironia, não é necessário magoar.

9- Seja um professor coerente! Lembre-se que também educa pelo exemplo

A missão de educar presente na relação pedagógica necessite de clareza, coerência, previsibilidade e firmeza. Nas outras áreas da vida social também é assim: temos de respeitar a nossa própria palavra.

10- Foi injusto reconheça-o

Aprendemos pelos nossos erros. Mas para isso temos de ter a coragem de o reconhecer e assumir.

11- Não se esqueça que também já foi aluno

Lembre-se do que sentia enquanto aluno, do que aspirava do professor. Compreenderá melhor os seus alunos e poderá fazer diferente.

12- Torne a sua pedagogia acessível

Prepare as suas aulas e enuncie aos alunos o que se espera da aula: os objetivos e a forma de os atingir. Isso torna a relação pedagógica mais clara. O que se ensina deve ter sentido para os alunos, pelo que se deve perguntar o que os motiva e o que eles querem aprender.

13- Não faça espetáculo. Faça os alunos trabalhar

Na aula não é o professor que deve ser o centro das atenções mas os alunos. Faça-os trabalhar, faça com que eles sejam sujeitos ativos da sua aprendizagem. Todos queremos ser fontes e não apenas vasos.

14- Tenha presente que o aborrecimento nasce da uniformidade

Os alunos reagem prontamente ao tédio. Evite longas aulas de tipo magistral. Intercale atividades, dispositivos, metodologias… Tenha em atenção os diferentes perfis de aprendizagem…

15- Distancie-se e seja crítico em relação ao seu trabalho

A função de ensinar é nobre, exigente e absorvente. Mas atenção: é um trabalho. Para o bem fazer, é necessário ser capaz de se distanciar para analisar o que corre bem e o que corre mal, aceitar as suas dificuldades e ser capaz de aceitar mudar. E continue a estudar, continue a procurar o caminho da excelência.

E a trilogia está completa. Esperamos que seja útil. Alguma questão ou sugestão já sabem que agradecemos. Isso só nos ajuda a avançar. E é muito mais interessante fazer a viagem juntos.