Cooptação, recomendação e rede de conhecimentos

Data de publicação: Dec 04, 2012 5:6:30 PM

Como prometido eis-nos a debruçar-nos um pouco sobre o conceito de cooptação. Sabemos que para alguns, cooptação, recomendação, rede de conhecimentos, é sinónimo de “cunha” ou tráfico de influências e, como tal, imoral e condenável.

Cooptar significa agregar, admitir numa cooperação com dispensa das formalidades ordinariamente exigidas. Na gestão de recursos humanos é uma técnica de recrutamento com base na recomendação dos contactos da sua rede profissional ou pessoal. Actualmente é utilizada cada vez mais em sites e redes sociais profissionais dedicadas ao emprego ou recrutamento, como, por exemplo, o site Linkedin.

Ao recorrer a uma rede de conhecimentos interna à estrutura (ou externa) não será uma forma racional de gestão? Não será mais rápida, económica e geradora de compromissos? Não será uma forma de reconhecimento da importância dessa rede e de cada um dos seus constituintes?

Será que basta afirmarmos que temos excelentes competências, serviços ou produtos para garantir o sucesso? Será que basta dizermos que somos óptimos profissionais? Adianta para pouco se isso não for dito nos locais e a um público que interessam.

Queiramos ou não, o sucesso profissional de indivíduos e organizações, não está só na excelência das competências técnicas, também está nas competências em se mostrar e comunicar aos outros uma correcta mensagem.

Existem múltiplas formas e plataformas onde o fazer que variam com os tempos. De uma coisa temos a certeza, do café ao Linkedin, criar essa rede de conhecimentos não é tarefa fácil, dá muito trabalho e exige investimento. A “sorte” de que muitas vezes se fala também é aquela que dá muito trabalho.

Resumindo, a cooptação e a recomendação não são sinal de comportamentos reprováveis, pelo contrário, podem ser sinal de muito esforço honesto e de reconhecimento pelo trabalho feito.

Terminamos retomando o começo. Aquilo que faz tanto prurido a muita gente parece-nos que se deve a uma visão muito curta, para não dizer preguiçosa, da complexa realidade que é a nossa. Voltamos a afirmar (para não dar azo a mal entendidos): isto de que falamos não é aplicável na “coisa pública”. Já dissemos, e voltamos a afirmar, que no que respeita à “coisa pública” tudo dever ser feito com outras regras e noutros moldes. Mas atenção! Muitas das vezes, mesmo cumprindo os pressupostos de clareza, objectividade. Rigor e legalidade, acontecem muitas decisões, que sendo legais são imorais e eticamente reprováveis. Lembramos, por exemplo, a forma como os professores passaram a ser recrutados pelas direcções escolares: muita legalidade e pouca ética. Que nos contradigam se estamos errados.