No processo de Orientação Escolar e Profissional mudar no 10º ano não significa andar para trás

Data de publicação: Nov 29, 2012 12:5:27 PM

Com o aproximar do final do 1º período escolar alguns dos jovens que estão pela 1ª vez no 10º ano questionam-se sobre a decisão que tomaram no verão passado. É comum ouvir-se perguntas como: Foi a decisão certa? É o curso que quero? Serei capaz de conseguir o desempenho esperado e desejado em função dos meus objectivos? Defini bem os meus objectivos?

Este questionamento deriva de três ordens de factores: confronto entre as capacidades e características de aprendizagem de cada um face à realidade da nova exigência das disciplinas do secundário; confronto entre os interesses de cada um com uma realidade futura sugerida pelas disciplinas e cursos; e, finalmente, devido a uma melhor percepção e consciência da sua realidade, proporcionada pelo crescimento rápido a que os jovens são submetidos logo no início do secundário.

Quando este questionamento acontece, e acreditem não são raros os jovens que se vêm neste confronto, normalmente começa por ser verbalizado a espaços, cada vez mais frequentes, e, por vezes, quando a verbalização não aporta nenhuma saída, podem começar a surgir alguns sinais de mal-estar, que podem ser simples “dores de cabeça” persistentes até aí inexistentes, dificuldades em adormecer ou em dormir ou maior irritabilidade. O prolongar desta situação de sofrimento pode levar, no limite, ao insucesso escolar e à depressão.

Perante isto o que fazer?

Sem querer oferecer “receitas”, avançamos com um possível roteiro de tarefas:

- Não fazer um drama com estas dúvidas dos jovens acerca do seu futuro. Mudar de rumo faz parte do desenvolvimento duma carreira escolar/profissional e os jovens iniciam agora a sua.

- Quanto mais cedo se agir melhor. Deixar prolongar a situação é arriscar um desenvolvimento menos favorável com muito sofrimento e muitos custos pessoais.

- Criar oportunidades e condições para que o jovem em questão verbalize, sem receios, aquilo que sente e aquilo que pensa.

- Voltar a colocar em cima da mesa toda a informação necessária, objectiva e rigorosa, sobre o aluno, a escola e o sistema de ensino/formação.

- Deixar o jovem tomar as suas decisões, tendo em atenção que se o jovem está a fazer os mesmos erros ou continua com um grau de indecisão muito grande, é necessário uma acção firme por parte dos pais que transmita a segurança necessária e que neste momento faz falta ao jovem.

- Se necessário, consultar os serviços de psicologia e orientação da escola ou serviços de psicologia externos.

Uma última nota. Os alunos do secundário podem mudar de curso (e também de escola) até ao final do 1º período.