Tertúlias na Almedina: balanço da 2ª edição

Data de publicação: Jul 19, 2012 7:29:8 AM

Faz precisamente hoje um mês que terminou o Ciclo de Tertúlias na Almedina: “O Homem: direitos, liberdades e garantias”. É altura, portanto, de fazer um breve balanço do ciclo.

Falar sobre o Homem é uma necessidade constante, pelo menos enquanto ele existir como o conhecemos. Também se deixar de ser como o conhecemos deixará de ser Homem e passará a ser uma outra coisa qualquer. Mas isso é futuro ou futurologia (Deixo isso ao julgamento de cada um). É da essência deste ser formular constantemente questões sobre si próprio: da compreensão sobre o que o rodeia, do sentido da vida, do seu lugar no mundo, etc.

Ainda mais pertinente se torna essa abordagem no momento delicado que atravessamos, em que tudo é colocado em causa, em que a insegurança relativamente a tudo nos assalta e em que o futuro está hipotecado.

Pretendendo o projeto webcuco abordar questões sobre o fenómeno humano não poderia deixar de dedicar espaço e energias para sobre ele olhar e suscitar a reflexão. Foi o que se tentou fazer nesta 2ª edição das Tertúlias na Almedina, aflorando alguns aspetos do Homem em sociedade, num roteiro que passou por assuntos como: “O Homem e a experiência religiosa”, pelo Pe Jorge Margarido Correia; “Os direitos do Homem”, pelo Juiz Messias Bento; “Ecologia humana”, pela Profª Dra. Maria José Cantista; “Avanços na informática e direitos do homem: que convívio?”, por Rodolfo Matos; “A humanidade da moda”, pela Profª Dra. Isabel Cantista.

Remeto a análise de cada uma das sessões para o que na altura foi escrito sobre elas e para o julgamento que cada um dos participantes fez sobre as mesmas. Interessa aqui e agora olhar para o conjunto.

A 2ª edição das Tertúlias webcuco na Almedina foi pensada atendendo ao que aconteceu no 1º ciclo, que foi um ciclo em crescendo em muitos aspetos e que permitiu ganhar experiência na organização deste tipo de eventos. Nesse sentido, foi com otimismo que se elaborou o ciclo seguinte mas sempre assente na base do voluntarismo.

A logística necessária aos mesmos passou a ser, para nós, mais simples: os passos a dar já estavam definidos; a parceria com a Almedina também começava a ganhar rotinas; encontramos um parceiro para nos patrocinar a pequena lembrança que oferecemos aos convidados (o chefe Silva com o seu chefecuco.blogspot.com). Obviamente que o que foi feito dependeu daquilo que um grupo restrito de colaboradores do webcuco conseguiu fazer ou mobilizar, dentro de orçamentos muito reduzidos ou aproveitando apenas aquilo que, neste âmbito, se pode fazer a custo zero. Do que tentamos fazer não se conseguiu (ainda) que a divulgação dos eventos fosse publicada nos jornais de tiragem nacional para onde enviamos sempre o pedido de divulgação: JN e Público (teremos de continuar a tentar). A um outro nível também não conseguimos os materiais didáticos utilizados nas sessões. Mas podemos pedir mais a quem tão amavelmente se disponibiliza a estar connosco de forma graciosa?

Relacionado com isto é importante referir que, definido o tema global a tratar no ciclo de tertúlias, a disponibilidade das pessoas que convidamos é o critério principal para definição dos temas de cada sessão e do respetivo calendário. Felizmente que, na maioria das vezes, as pessoas convidadas acabam por arranjar espaço na sua agenda para poderem estar connosco. Mas outras há que, devido a compromissos assumidos, foi de todo impossível participarem.

Falemos agora dos que aceitaram o convite a participar nesses momentos de reflexão e debate. Quando se organiza algo deste género pensamos no público que se pretende atingir e esperamos ir ao encontro dos seus interesses e motivações. Foi o que se fez no momento da conceção deste 2º ciclo de tertúlias. O resultado, no que respeita ao número de presenças, não foi positivo. No global foi fraco (muito abaixo das expetativas geradas no início), irregular (dependendo dos assuntos) e sem registo de continuidade (foram muito poucos aqueles que participaram em mais do que uma tertúlia). No entanto, a participação durante as sessões foi sempre muito dinâmica e positiva. Aliás esse dinamismo é independente do número de participantes. A título de exemplo referimos que, o melhor debate, na nossa opinião, em termos de dinamismo e discussão, ocorreu numa sessão em que apenas estavam presentes 5 pessoas.

Estes níveis de participação obrigam à sua análise cuidada, pois não podemos desperdiçar o melhor dos nossos recursos: o nosso tempo. Valerá a pena continuar? É a questão que se coloca. A ela queremos responder recordando as palavras de alguém que esteve connosco numa dessas tertúlias. Dizia ela: “estou num momento da minha vida em que ando à procura de alguma coisa… mas ainda não é isto”. Parafraseando-a, o webcuco sabe o que quer, mas anda à procura da melhor forma de passar a sua mensagem. A ver vamos como o fazer. Incentivos de quem conhece o projeto não faltam. Contudo, é importante parar e pensar; corrigir o que houver a corrigir, mudar o que houver a mudar e inovar.

Posto isto, cabe agora agradecer: a todos os que decidiram participar (esperamos que tenham dado por bem empregue o seu tempo); ao Pe Jorge Margarido Correia, o esforço desenvolvido na sua organização (sem ele esta aventura não teria sido possível); aos convidados a disponibilidade, interesse e incentivos demonstrados; à Livraria Almedina nas pessoas dos seus colaboradores, a disponibilidade e amabilidade com que nos receberam; ao chefe Jorge Silva, pela oferta que nos permitiu presentear os convidados com um pouco mais de doce; ao gabinete de psicologia Domingos Gomes & Associado, que custeou aquilo que não pôde ser obtido de forma graciosa.

Um bem hajam a todos,

A organização,