Porque acontecem coisas más às pessoas boas? Algumas notas.

Data de publicação: Jul 20, 2012 10:20:48 AM

A USF Egas Moniz voltou ontem a receber o seu grupo de tertulianos. O tema escolhido não é propriamente fácil de pensar, para oa adultos duma sociedade construida sob o primada da razão e das ciências matemáticas.

A vida não é justa mas também não é injusta. Simplesmente é.

O simples facto de se colocar a questão: "Porque acontecem coisas más às pessoas boas?" pressupõe um agente inteligente e moralmente empenhado em pano de fundo. E aqui introduz-se a questão de "Deus". Esse é um assunto para outras reflexões. Não foi por aí que fomos.

Quando acontece uma coisa má, normalmente sabemos como isso aconteceu; no entanto, não deixamos de perguntar porque aconteceu, ou mais especificamente, porque isso nos aconteceu.

Quanto mais consistente for a resposta encontrada pelo adulto a esta questão, melhor estará preparado para a ajudar a criança a ultrapassar certos momentos muito tristes de que a vida é feita. A conversa centrou-se na questão do luto. Mas atenção, muitas outras situações existem que constituem grandes fatalidades e que modificam por completo a vida das pessoas e das famílias.

E uma ajuda eficaz nestes momentos depende de vários factores, da situação, da família, da criança, mas a acção passa pela pré-existência uma relação harmoniosa e segura com as crianças, da necessidade de falar verdade, de não construir tabus, de não esconder sentimentos, de evitar que a criança se culpabilize pelo que aconteceu, de estar atento a possíveis sinais de sofrimento que não desaparecem com o tempo.

Durante os 90 minutos abordamos alguns aspetos a considerar na análise ao assunto nas suas influências junto das crianças e, mais importante, nas práticas quotidianas dos educadores. Falamos do desenvolvimento moral, sobretudo do 1º estádio (moralidade heterónoma), em que a criança se preocupa em evitar romper as regras regidas por sanções, de evitar os castigos e de respeitar o poder não causando danos às pessoas nem à propriedade.

Julgamos que as pessoas presentes deram por bem empregue o seu tempo, sobretudo, pela oportunidade de partilha.

Em nome da organização agradecemos aos presentes o interesse demonstrado, que os levou a sair do conforto dos seus lares.

Em Setembro voltam as tertúlias à USF. Até lá.