Vida de cão: uma história de maus tratos a uma criança

Data de publicação: Jan 05, 2013 11:30:10 PM

Apetece-nos contar uma história. Assemelha-se a realidade fantástica mas é a realidade que por vezes encontramos na nossa própria rua.

A Primeira é mais bonita e precisamos dela para comparar com a segunda, que deixamos a cada um fazer. Um casal de pessoas já de certa idade com filhos já criados e nas suas vidas, decide, mais por ela, arranjar uma companhia extra e adotpa um cão. É um pequenino e engraçado. De dia está no quintal e faz o que os cães fazem. À noite a sua dona tem o cuidado de o ir buscar e trá-lo para dentro de casa, para um cantinho que lhe arranjou.

A Segunda é... é triste. Também temos um casal de pessoas já de certa idade que assume a responsabilidade de criar e educar uma criança, sobrinho neto no caso, depois desta ser abandonada pelos pais. Esta criança foi-se afeiçoando mais à tia avô a quem chama e trata por mãe. Com o tio avô, pessoa com um carácter complicado, foi sempre mais difícil. A criança viveu em harmonia nesta família até o nascimento dos netos "verdadeiros" deste casal. Nessa altura, e com o crescimento dos mesmos, houve necessidade de encontrar mais espaço em casa. A solução foi entregar o sobrinho à segurança social para o "aturar e manter", nas palavras do tio avó. Assim foi feito. Mas porque não se cortam laços afectivos com um fechar de olhos, a criança continuou a visitar a sua família. E fazia com entusiasmo e muito amor e carinho. No verão passado, e como a criança já era grande (12 anos), a família, sem dizer nada a quem dela cuidava, decidiu fazer um quarto cá fora para ela onde ficava sempre que visitava os seus entes queridos. É um espaço feito de chapa para que possa ter a companhia do frio e do barulho do vento e da chuva pelas altas horas da noite. Ideal para se ficar de olho aberto a noite toda e apanharf daqueles sustos para a vida toda. Sempre que visita a família, o menino à noite é convidado a recolher ao seu luxuoso aposento para que possa disfrutar duma tranquila noite de sono. O quarto está lá desde o verão. Passaram-se alguns meses e o menino já não pede para visitar a família. Pior ainda, é que coisas como esta, pelo que significam, abalam a estrutura mental de qualquer um, muito mais a duma criança a crescer e a formar a sua identidade.

Infelizmente, histórias como esta, e piores ainda, são imensas. Realidades onde acontecem coisas impossíveis e inimagináveis. Ao debatemo-nos com isto perguntamo-nos sempre: como é possível? Que raio de pessoas são estas que fazem isto ao seu familiar, ao seu semelhante? Onde está o amor, o carinho, a empatia, a compaixão de certas pessoas?