SEM. STA E OITAVA DA PÁSCOA

DOMINGO DE RAMOS e DA PAIXÃO DO SENHOR

 

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BÊNÇÃO DOS RAMOS

ANO A - Mateus 21,1-11

ANO B – Marcos 11,1-10

ANO C – Lucas 19,28-40

 

LEITURAS DA MISSA

1ª Leitura: Isaías 50, 4-7

Salmo Responsorial 21(22) R- Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?

2ª Leitura: Filipenses 2,6-11

EVANGELHO

ANO A- Mateus 26,14-27,66

ANO B – Marcos 14,1-15.47

ANO C – Lucas 22, 14-23,56

(Por favor, acessem o texto por meio deste link: https://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2020&mes=4&dia=5 )

Comentário:

Estamos iniciando a Semana Santa, neste ano em nossas casas, sem podermos celebrá-la na igreja. É uma prova muito grande de nossa fidelidade à nossa convicção religiosa. Nunca devemos desanimar.

Há um país do Oriente, infelizmente não me lembro agora qual é, em que o cristianismo começou sem padres. Um grupo de pessoas era chefiado por um rapaz que tivera o contato com um grupo de cristãos de outro país, quando estava em viagem de estudos, lá foi batizado, e apenas muitos anos depois chegaram os primeiros padres. Quando os padres missionários chegaram, encontraram católicos que nunca haviam participado de uma missa sequer. Isso é que é fé!

Jesus, de rico e Todo-Poderoso, por nosso amor fez-se pobre e frágil. Esse talvez único momento de sua vida em que foi aclamado, na entrada de Jerusalém, mas foi também o marco de sua sentença de morte.

Os ramos e os mantos que colocavam à sua passagem poderiam, hoje, talvez serem substituídos pela nossa conversão, oração e pelo jejum, tão pedidos por Maria em Medjugorje e em outras suas aparições.

A comemoração da Semana Santa em nossas casas, sem as cerimônias bonitas na igreja, talvez facilite-nos de refletir sobre a autenticidade de nosso cristianismo. Se ele for feito apenas de atos externos, nossa Semana Santa será vazia. Se nós formos cristãos de verdade, será uma Semana Santa bonita, em que nos uniremos aos demais não apenas virtualmente, mas de coração e alma, já que formamos um só corpo, cuja cabeça é Cristo, também pelo fato de que nosso cristianismo não acaba quando saímos da igreja, mas é uma realidade do nosso dia a dia de fé e de luta contra o mal e contra o pecado.

Nós respondemos a essa generosidade infinita de Jesus, que se deixou matar para nossa salvação, com amor ou com ingratidão? Com um propósito firme de deixarmos o pecado, a vida mansa, e começarmos a lutar contra o mal, contra o pecado em nossa vida, contra tudo o que pode nos separar de Deus, ou com indiferença?

Como diz em algumas passagens da Bíblia, há diante de nós dois caminhos: o da vida eterna e o da morte, da perdição. Com nossas ações, estaremos automaticamente escolhendo um ou outro.

 

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2ª FEIRA DA SEMANA SANTA

 

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Leitura: Isaías 42,1-7

Salmo Responsorial 26(27) R-  O Senhor é minha luz e salvação.

Evangelho: João 12,1-11

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 12,1-11 1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. 4Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: 5'Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para as dar aos pobres?' 6Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela. 7Jesus, porém, disse: 'Deixa-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura. 8Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis.' 9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia, foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus havia ressuscitado dos mortos. 10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11porque, por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus. Palavra de Salvação.

Comentário:

O Missal Cotidiano diz que esta é uma semana privilegiada em que a liturgia nos oferece a oportunidade de meditarmos sobre a figura do Servo de Javé, a mais idônea para nos preparar para a contemplação do Calvário.

O Servo de Javé, de Isaías, está preanunciando Jesus Cristo que, ao contrário dos dominadores e grandes da história, não mostra seu triunfo em entradas triunfais, mas apenas com a força da convicção de que as pessoas têm capacidade de amar, de se converterem, de mudarem as suas vidas.

Como o procedimento de Jesus deve também ser o nosso, ou seja, na humildade e, principalmente, na convicção, como ele tinha, de que o Espírito Santo nos dá toda a força de que precisamos para vivermos na santidade.

A salvação não é não será nunca uma obra nossa, mas sim, um dom gratuito, gerado pela entrega completa que Jesus fez por nós, e que reviveremos nesta Semana Santa.

O evangelho nos leva a valorizar os pequenos gestos do dia a dia, os cumprimentos, os desejos de um bom dia, uma conversa amigável, coisas que aparentemente são inúteis, como era aparentemente inútil aquele perfume gasto nos pés de Jesus.

Ao contrário do que muitos pensam, e inclusive do que fala o comentário do missal cotidiano, eu penso diferente: Mesmo hoje em dia não tem sentido gastarmos fortunas para usarmos paramentos, vestimentas e tudo o que se refere ao culto, exageradamente adornados com coisas caras, com o pretexto de estarmos louvando e honrando o Senhor. O que eu penso é que, ao cuidarmos dos pobres, ao cuidarmos dos doentes e necessitados, estamos louvando e honrando o Senhor.

A unção de Betânia, como é chamada essa passagem que lemos hoje, é praticada quando “ungimos” os pés dos pobres; ou seja: ao cuidarmos dos pobres, doentes e necessitados, estamos, na verdade, ungindo os pés de Jesus. Foi ele mesmo quem disse que tudo o que fizermos a um desses pequeninos, é a ele que estamos fazendo.

Santo Ambrósio já afirmava que não podemos querer agradar o Cristo dourando os cálices da igreja enquanto esse mesmo Cristo está morrendo de fome na pessoa do pobre! Não tem sentido!

O mesmo digo quanto aos que querem fazer jejum na Sexta-feira Santa comendo bacalhoada. Que tristeza pensar isso! Estariam talvez cumprindo melhor o jejum comendo aquelas carnes de segunda... mas, comer bacalhoada na Sexta-feira Santa é uma afronta não contra Jesus, que talvez não ligue para essas coisas, mas para os próprios pobres!

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3ª FEIRA DA SEMANA SANTA

 

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Leitura: Isaías 49, 1-6

Salmo Responsorial 70(71) R- Minha boca anunciará vossa justiça

Evangelho: João 13, 21-33.36-38

Naquele tempo: Estando à mesa com seus discípulos, 21Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: 'Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará.' 22Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. 23Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. 24Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: 'Senhor, quem é?' 26Jesus respondeu: 'É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho.' Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: 'O que tens a fazer, executa-o depressa.' 28Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso. 29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer: 'Compra o que precisamos para a festa', ou que desse alguma coisa aos pobres. 30Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite. 31Depois que Judas saiu, disse Jesus: 'Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: 'Para onde eu vou, vós não podeis ir'. 36Simão Pedro perguntou: 'Senhor, para onde vais?' Jesus respondeu-lhe: 'Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas me seguirás mais tarde.' 37Pedro disse: 'Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!' 38Respondeu Jesus: 'Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes.' Palavra da Salvação.

Comentário:

Na primeira leitura vemos o segundo canto, ou o segundo poema do Servo de Javé. O assunto é a universalidade da Salvação.

Todos nós, de qualquer nacionalidade, somos chamados a viver no paraíso de Deus após nossa morte. Entretanto, há muitos e muitos que ainda não conhecem o amor de Deus. A esses devemos proclamar a Palavra de Deus, a fim de que saibam que Deus os ama e os quer junto dele.

Em nossa empreitada, pode ser que fracassemos. Entretanto, como ocorreu com Jesus, cuja morte foi um aparente (e só aparente) fracasso, é Deus quem comanda tudo. Sendo assim, nenhum de nossos esforços, nenhuma de nossa oração, nenhuma de nossas penitências vão ficar sem valor: todas vão contribuir para a Salvação da humanidade.

Devemos aprender, de uma vez por todas, que Deus está no comando do mundo e, como diz o Missal Cotidiano, “A salvação não chega aos homens em proporção da eficiência e do saber estratégico do povo de Deus, mas sim, vem de uma decisão do Pai, e manifesta-se ao mundo, sobretudo onde é capaz de entrar o amor”, na aparente humilhação e no aparente fracasso da derrota.

No evangelho, notemos o que São João fala quando diz que Judas saiu: “era noite” (v. 30). Isso não está aí apenas para indicar o horário, mas para dizer que o ato de Judas era um ato maligno, como é costumeiro ocorrer durante a noite. A noite representa aí a maldade que as pessoas podem agasalhar em seu peito e em suas vidas.

Também vejo, nas cenas mostradas nessa leitura de hoje, que todos podem participar do Banquete Sagrado, ou seja, da Eucaristia, mas o fruto da comunhão depende de cada um, depende de nossa sinceridade e vontade de agradar ao Senhor.

Quem comungar com o desejo firme de mudar de vida, de estar sempre na Graça do Senhor, vai realmente mudar de vida, vai realmente viver sempre na Graça do Senhor. Entretanto, o mesmo Jesus, que entrou em nós, não vai poder fazer muito por aqueles que comungam sem fé alguma, ou comungam sem estarem realmente resolvidos a começarem vida nova. A comunhão, em si, pode fazer pouca coisa se não formos humildes o necessário para reconheceremos nossa insignificância, nossa miséria e fraqueza, pedirmos perdão, e nos comprometermos com a oração e a penitência para vencermos os pecados e podermos também estar a serviço das pessoas necessitadas.

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4ª FEIRA DA SEMANA SANTA

 

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Leitura: Isaías 50,4-9a

Salmo Responsorial 68(69) R- Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus.

Evangelho: Mateus 26,14-25

Naquele tempo: 14Um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: 'O que me dareis se vos entregar Jesus?' Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus. 17No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: 'Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?' 18Jesus respondeu: 'Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos'.' 19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa. 20Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. 21Enquanto comiam, Jesus disse: 'Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair.' 22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: 'Senhor, será que sou eu?' 23Jesus respondeu: 'Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. 24O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!' 25Então Judas, o traidor, perguntou: 'Mestre, serei eu?' Jesus lhe respondeu: 'Tu o dizes.' Palavra da Salvação.

Comentário:

Na primeira leitura vemos o terceiro canto do Servo do Senhor, que desenvolve o tema iniciado no segundo canto e prepara o quarto canto (ou poema), em que há a morte e a glorificação.

Eu vejo o versículo 5 como muito importante: “O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás”. Quem procura fazer a vontade do Senhor nunca será decepcionado, mesmo que esse cumprir sua vontade signifique enfrentar o sofrimento e até a morte, como ocorreu com Jesus. Mesmo que enfrentemos tudo isso, a eternidade será muito feliz para nós.

No Evangelho, vemos como Judas usa sua liberdade para trair Jesus, ávido que era por dinheiro.

Nós podemos usar como desejarmos a nossa liberdade, mas depois temos que sofrer as consequências de nossa escolha. Na primeira leitura, o Servo de Javé escolhe fazer a vontade de Deus. No evangelho, Judas escolhe fazer a sua própria vontade, prover a sua própria vida de recursos monetários e, para conseguir isso, um de seus atos foi trair Jesus.

Vemos como muitos estão fazendo como Judas, aproveitando a tragédia do coronavírus para lucrarem muito mais do que as trinta moedas. Um, amigo foi comprar um frasco pequeno de álcool gel e lhe cobraram oitenta reais. As máscaras também subiram assustadoramente. Há muitos tentando lucrar com a desgraça dos outros. Aliás, pode ser também a própria desgraça, pois eles também podem pegar o tal vírus.

Em resumo: trair Jesus, fora de sua ausência, hoje em dia, significa fazer essas asneiras com os outros. Não adiantaria nada uma pessoa ir à igreja, chorar quando vê algum vídeo comovente sobre Jesus, até mesmo rezar de vez em quando, se tratar os outros com interesse pessoal, enganando, trapaceando, mentindo, traindo a esposa ou o esposo etc.

Pedro escolheu negar que conhecia Jesus, que é um pecado muito grande, tal qual o de Judas, mas depois escolheu pedir perdão, se arrependeu, mudou de vida, mudou para uma vida santa. Nós também podemos fazer o mesmo. Se escolhemos trair Jesus com uma vida pecaminosa no passado, ou mesmo até agora, temos a oportunidade de recomeçar uma vida nova.

Na Santa Ceia, celebrada na Eucaristia, obtemos força e coragem para decidirmos nossa vida. Se estivermos com a atitude do Servo de Javé, da primeira leitura, esta Ceia vai ser o impulso para uma vida eterna feliz.

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MISSA DA CEIA DO SENHOR

 

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1ªLeitura: Êxodo 12,1-8.11-14

Salmo Responsorial 115(116B) R- O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.  

2ª Leitura: 1 Coríntios 11,23-26

Evangelho: João 13,1-15

1-Antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. 3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. 6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: 'Senhor, tu, me lavas os pés?' 7Respondeu Jesus: 'Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás.' 8Disse-lhe Pedro: 'Tu nunca me lavarás os pés!' Mas Jesus respondeu: 'Se eu não te lavar, não terás parte comigo'. 9Simão Pedro disse: 'Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.' 10Jesus respondeu: 'Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos.' 11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: 'Nem todos estais limpos.' 12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: 'Compreendeis o que acabo de fazer?' 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz. Palavra da Salvação.

Comentário:

Na primeira leitura vemos a instituição da páscoa judaica, prefigura da páscoa cristã. Era imolado um carneiro, comia-se ervas amargas e comia-se o pão ázimo (sem fermento)e bebia-se quatro taças de vinho(acredito que era um pouquinho de vinho em cada taça).

Jesus transformou a páscoa judaica na Eucaristia (=Missa). As ervas amargas foram substituídas pelo pedido de perdão no início da Missa. O pão ázimo e o cordeiro imolado se fundiram na hóstia (a maior, usada pelo padre) ou na partícula de pão consagrado que o povo recebe. O pão ázimo (para nós em forma de hóstia ou da partícula) é, depois da Consagração, o Corpo de Cristo (e o sangue também. Jesus está completo na hóstia). O vinho, na verdade, foi a quinta taça usada por Jesus na Santa Ceia, depois que havia terminado o rito em voga, e, para nós, é o Sangue de Cristo, depois de consagrado.

Quem recebe só a partícula consagrada, recebe o Cristo todo, ou seja, seu Corpo, Sangue, Alma e divindade.

Os evangélicos insistem em dizer que o vinho usado era não fermentado, mas esse tipo de vinho só foi descoberto recentemente, pois sua produção é muito cara e desperdiça muito vinho. São necessários 2,5 litros de vinho com álcool para fabricar 1 litro de vinho sem álcool (vi na internet). O vinho usado no tempo de Jesus era, mesmo, com álcool. E há provas disso, mas aqui não é o espaço para esse comentário. Veja o meu artigo:

 https://sites.google.com/site/evangelhocatequese/biblia-1/evangelhos/04--ev-sao-joao/joao-cap-02

Na segunda leitura São Paulo faz o primeiro relato que surgiu por escrito da Instituição da Eucaristia. O relato que está nos evangelhos surgiu depois desse de S. Paulo. E ele diz bem claramente no versículo 29, que infelizmente não aparece no trecho de hoje, que: “aquele que come e bebe sem discernir o Corpo come e bebe a própria condenação”.

Ou seja, é necessário comungar de modo consciente e com o coração desejoso de nunca mais pecar, de estarmos sempre bem relacionados com todos.

No evangelho de hoje, de São João, não temos a narração da Eucaristia, já feita na segunda leitura, mas, na verdade, o que é necessário para celebrarmos a Eucaristia: lavarmos os pés uns dos outros; em outras palavras, estarmos a serviço da comunidade, termos nosso relacionamento sem nenhum traço de mágoa ou sentimento de ódio, de inveja, de vingança etc.

Acho que já temos aqui elementos para meditar bastante. Só termino lembrando que receber a Eucaristia, na Santa Missa, deve ser um complemento da “Eucaristia”, da união, do amor que vivemos no dia a dia com as pessoas.

Lembro também que ao instituir a Eucaristia no dia de hoje, Jesus instituiu também o sacerdócio para que se celebre a Eucaristia. Hoje vamos rezar por todos os padres e bispos, para que sejam fieis aos seus compromissos de pastores do povo de Deus.

 

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SEXTA-FEIRA SANTA

PAIXÃO DO SENHOR

 

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1ªLeitura: Isaías 52, 13-53,12

Salmo Responsorial 30(31) R- Ó Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.

2ª Leitura: Hebreus 4,14-16;5,7-9

Evangelho: João 18,1-19,42

(Por favor, acesse o evangelho por meio deste link: https://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2020&mes=4&dia=10 )

Comentário:

Tenho receio de comentar as leituras de hoje e não dizer aquilo que é mais importante.

Jesus morreu por nós. Podia ter-se libertado disso tudo, mas aceitou ser “trucidado” por nosso amor, para nos dar a Salvação eterna. Como não podemos participar da cerimônia, por causa da quarentena, assista a Paixão pela televisão e medite nas palavras das leituras e do Evangelho.

Qualquer coisa que eu disser aqui ficará aquém do que realmente aconteceu com Jesus.

AS SETE PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ

1-  “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”.

Mesmo estando sendo morto injustamente, pois Jesus era plenamente inocente, ele perdoou a todos, pois sabia que estavam como que numa nuvem de ignorância e não conheciam a realidade da pessoa de Jesus, que não é apenas homem, mas também é Deus. Jesus é 100 por cento homem e 100 por cento Deus. Entretanto, até hoje há muitas pessoas que ainda não acreditam em sua divindade. Na verdade, apenas 33 por cento das pessoas do mundo todo acreditam na divindade de Jesus. Sessenta e sete por cento não acreditam. Ou seja, em cada 100 pessoas, 33 acreditam em Jesus e 67 não acreditam ainda. Que dizer do pessoal daquele tempo, que viam Jesus caminhando sujo de poeira por aqueles lugares?

Nós precisamos, com Jesus, aprender a perdoar SEMPRE

2-“Em verdade eu te digo, hoje estarás comigo no paraíso”

O bom ladrão fez seu último roubo ao lado de Jesus: roubou o Céu. Conseguiu entrar na última hora. Isso por que se arrependeu e confiou em Jesus. Ele nos dá muita esperança! Se ainda estamos vivos, podemos também alcançar o céu se pedirmos perdão e confiarmos na misericórdia divina.

Esse fato nos ensina também a acolher os que querem mudar de vida.

3-“Eis o teu filho; eis tua mãe”

Essa frase de João 19 mostra que Jesus não tinha irmãos, pois se os tivesse, por lei eles seriam obrigados a tomar conta da mãe.

Com esse ato, Jesus deu sua mãe como mãe de todos nós. Maria é nossa mãe também pelo fato de que se Jesus é nosso irmão, sua mãe é nossa mãe também. Só que em relação a ele, ele é filho de verdade. Nós somos filhos adotivos.

4- “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes”?

Jesus, na verdade, repete o salmo 21(22). Era costume dizer as primeiras palavras para estar rezando o salmo todo. É um salmo profético que narra o sofrimento de uma pessoa igual ao que aconteceu com Jesus. Mas não podemos descartar o fato de que Jesus estava abandonado, sozinho e sentiu, de fato, a solidão naquele momento tão triste de sua vida.

Conosco será diferente, se confiarmos na presença dele em nossa vida. Ele sofreu e morreu por nós, mas ressuscitou no terceiro dia, dando-nos a salvação e a certeza de que sempre estaria conosco.

Em nossos momentos de solidão e desânimo, lembremo-nos de que Jesus passou também por isso, mas não vai nos deixar sozinhos. Vai sempre estar conosco.

5- “Tenho sede”

A sede de Jesus é física, mas também simbólica: ele tem sede de nós. Deus nos deseja perto dele, mas não nos obriga a isso. Ele respeita a nossa decisão. Decidamos por Jesus! Aceitemos que ele “nos lave os pés”, como disse o Papa na Missa da Ceia do Senhor de ontem! Aceitemos que Jesus faça conosco o que ele bem entender!

6- “Tudo está consumado”

Jesus cumpriu todas as profecias. Ele cumpriu tudo o que as escrituras diziam dele. Ele obedeceu ao Pai até o fim da vida. Ninguém poderia matar Jesus se ele não deixasse. Disse ao homem que decepara a orelha do outro, lá no jardim do Getsêmani, que se quisesse, poderia pedir ao Pai e este lhe enviaria 12 legiões de anjos. Doze legiões são 72.000 anjos, fortes, que vencem qualquer pessoa aqui da terra. Jesus entregou sua vida por nós. Ele se deixou ficar nas mãos dos algozes. Isso porque nos ama demais! E nos quer perto dele. Ele obedeceu ao Pai até o fim. Façamos o mesmo! Mudemos nossa vida para um caminho de santidade, se ainda não estamos fazendo isso!

7-“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”!

Jesus entrega sua alma ao Pai. Morreu. Saiu fisicamente deste mundo e está ao lado do Pai e do Espírito Santo, no paraíso, onde espera a todos nós. Vamos deixar nossa mansão celeste vazia, sem a nossa presença? De jeito nenhum! Sei que todos nós vamos lutar para vencer o pecado e poder estar com Jesus no céu! Um dia nós é que vamos entregar nossa alma para Deus, sobretudo neste tempo da pandemia, em que podemos morrer a qualquer instante...

 

 

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VIGÍLIA PASCAL

 

Acesse as leituras de hoje neste link:

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

(Geralmente são escolhidas apenas 3 leituras do AT e a Epístola)

1ªLeitura: Gênesis 1,1-2,2

Salmo Responsorial 103(104) R Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai. 

2ª Leitura: Gênesis 22, 1-18

Salmo Responsorial  15(16) R- Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

3ªLeitura: Êxodo 14,15-15,1

Salmo Responsorial  Êxodo 15 R- Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória

4ª Leitura: Isaías 54,5-14

Salmo Responsorial 29(30) R- Eu vos exalto, ó Senhor porque vós me livrastes!

 5ª Leitura: Isaías 55,1-11

Salmo Responsorial: Is 12 R- Com alegria bebereis no manancial da salvação

6ª Leitura: Baruc 3,9-15.32-4,4

Salmo Responsorial: 18B(19) R-Senhor, tu tens palavras de vida eterna.

7ª Leitura: Ezequial 36,116-17ª.18-28

Salmo Responsorial: 41(42) R-A minha alma tem sede de Deus

Epístola: Romanos 6,3-11

Salmo Responsorial 117(118) R- ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA!

Evangelho

ANO A - Mateus 28,1-10

ANO B – Marcos 16,1-7

ANO C – Lucas 24,1-12

Vejam o texto em

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Comentário:

As leituras da liturgia de hoje dão uma visão geral da história da salvação.

Deus nos chamou para a felicidade, se caminhássemos sob sua orientação, mas o ser humano, aqui simbolizados por Adão e Eva, quiseram escolher e decidir os próprios caminhos.  Esse ato de autossuficiência do ser humano fechou as portas da colaboração de Deus, só abertas novamente com a morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Além das leituras, esta Vigília Pascal abençoa o fogo novo, advindo da Ressurreição de Jesus, fogo esse que ilumina nossa vida e nossa caminhada, aqui representada pelo Círio, solenemente marcado pelo sacerdote: “Cristo, ontem e hoje (haste vertical), Princípio e fim (haste horizontal), Alfa (Letra Alfa no alto da haste vertical ), e Ômega (letra ômega embaixo da haste vertical). A ele o tempo (faz a incisão do número 2, primeiro número do ano 2020, no ângulo esquerdo superior da cruz), e a eternidade (número zero no ângulo direito superior), a glória e  o poder (número 2 do ano no ângulo esquerdo inferior) pelos séculos dos séculos sem fim (número zero final no ângulo direito inferior).

É abençoada, também, a água do Batismo e a que seria aspergida sobre o povo, que também faz a renovação do seu Batismo. Pode ser feita em casa mesmo, já que não podemos ir à igreja.

Jesus ressuscitou para nossa salvação, Aleluia! Ressuscitemos também nós de nossos pecados!

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PÁSCOA DO SENHOR

 

Acesse as leituras de hoje neste link:

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

1ª Leitura: Atos 10,34a.37-43

Salmo Responsorial 117(118) R Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos! Aleluia, Aleluia, Aleluia! 

2ª Leitura: Colossenses 3,1-4

   ou

 1 Coríntios 6b-8

Evangelho: João 20,1-9

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,1-9 1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: 'Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram.' 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. 9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos. Palavra da Salvação.

ou

 nas missas vespertinas Lucas 24,13-35

Comentário

Antes de tudo quero lembrar que no tempo Pascal nós só lemos leituras do Novo Testamento nas Missas. As do Antigo Testamento voltarão no Tempo Comum.

Na primeira leitura Pedro fez um resumo de tudo o que Jesus fizera em sua passagem pela terra, e comentou também suas aparições depois de ressurgir dos mortos, feitas não a todos, mas aos Apóstolos e a algumas outras pessoas.

Com o testemunho dos Apóstolos, nós também cremos que Jesus ressuscitou dos mortos e é 100 por cento homem e 100 Deus, e quer-nos também todos nós juntos a ele no céu.

Na segunda leitura São Paulo afirma e nos dá a certeza de que nós também ressuscitaremos, pois “morremos” pelo Batismo, e se continuarmos a praticar a palavra que ele nos ensinou, também nós ressurgiremos como ele ressuscitou e também nós seremos revestidos de glória.

Na segunda leitura opcional (1 Cor 5,6b-8), S. Paulo fala que devemos jogar nosso fermento fora e ficarmos como massa sem fermento, pois nosso fermento quem dá é Jesus.

No evangelho vemos a corrida de Pedro e João para ver o túmulo vazio e as faixas de linho no chão. Maria Madalena havia ido lá e visto o túmulo aberto. Foi correndo avisar os dois Apóstolos. É interessante notar o respeito que João tinha por Pedro. Correu, pois ainda era jovem de 16-17 anos, mas esperou que Pedro, que era mais velho que ele, chegasse e entrasse primeiro.

O respeito pela pessoa de Pedro é bem evidente nas leituras em que se menciona sua pessoa. E notem que ainda não havia ocorrido aquele encontro na praia, em que Pedro diz a Jesus que o amava, por três vezes, redimindo-se, assim, de tê-lo negado também por três vezes.

O acolhimento das pessoas que pecaram mas se arrependeram, como é o caso de Pedro, é muito importante em nossa vida em busca da santidade.

A ressurreição é um fato que vai realmente ocorrer conosco. Precisamos nos preparar desde agora, diariamente, com a oração e a penitência, a fim de ficarmos livres de pecados. Uma das penitências que nos enchem de paz é vivermos sobriamente e de modo simples, sem grandes aparatos nem coisas supérfluas. Quanto mais vivemos do supérfluo, mais supérfluos nos tornamos, mais vazios, mais angustiados e aborrecidos.

 

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2ª FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA

 

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TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 2,14.22-32

Salmo Responsorial: 15(16) R-Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

Evangelho: Mateus 28,8-15

Naquele tempo: 8As mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: 'Alegrai-vos!' As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. 10Então Jesus disse a elas: 'Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão.' 11Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, 13dizendo-lhes: 'Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. 14Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos. Não vos preocupeis.' 15Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até ao dia de hoje. Palavra da Salvação.

Comentário:

Para que ninguém seguisse Jesus, as autoridades religiosas conseguiram assassiná-lo. Para desacreditar a ressurreição, neste texto mais do que comprovada, pagaram os soldados para mentirem.

Não seria mais fácil e racional aderir à verdade? Por que simplesmente não acreditaram e não assumiram as consequências dessa aceitação?

Essa história parece daquele tempo, mas se repete hoje: é mais fácil negar a veracidade do que dizem do que segui-la. É mais fácil dizer que Deus não existe do que seguir os ensinamentos de Jesus. É mais fácil acreditar na misericórdia de Deus do que em sua justiça.

Muitos sacerdotes mudaram a palavra: “Deus Todo Poderoso”, em certas partes da Missa, para “Deus Todo Misericordioso”. Ora, para ser Todo Misericordioso, Deus precisa ser ao mesmo tempo Todo Poderoso. Só quem tem todo o poder pode também ter toda a misericórdia. Mencionar o poder divino pode ser incômodo para quem não quer deixar o pecado, por exemplo. E aí, no final de nossa vida, se praticamos o que desagrada a Deus, sua justiça vai se mostrar e então estaremos perdidos...

É preciso, sim, acreditar que Deus seja misericordioso, como de fato o é. Mas é preciso também saber que ele é Todo Poderoso e que dele ninguém zomba, como diz S. Paulo em Gálatas 6,7.

Na primeira leitura vamos sempre ler os Atos dos Apóstolos durante o Tempo Pascal. No trecho de hoje, Pedro testemunha a ressurreição de Jesus para seus ouvintes. Nós também devemos testemunhar a Ressurreição de Jesus antes de tudo com nosso modo de agir correto e de acordo com a vontade divina.

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3ª FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA

 

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Primeira Leitura: Atos 2,36-41

Salmo Responsorial: 32(33)-R= Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

Evangelho: João 20,11-18

Naquele tempo: 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: 'Mulher, por que choras?' Ela respondeu: 'Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram'. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: 'Mulher, por que choras? A quem procuras?' Pensando que era o jardineiro, Maria disse: 'Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar'. 16Então Jesus disse: 'Maria!' Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: 'Rabuni' (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: 'Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus'. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: 'Eu vi o Senhor!', e contou o que Jesus lhe tinha dito. Palavra da Salvação.

Comentário:

Uma das frases de Jesus que me dão muita paz é o versículo 17: “...subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.

Quem tinha alguma dúvida de que somos filhos de Deus, esclarece-a com essa frase. O próprio Jesus e não um outro escritor, afirma que Deus é nosso Pai. Não há como retrucar ou negar.

Outra coisa é o fato como Maria Madalena conheceu Jesus: quando ele a chamou pelo nome. Geralmente nós guardamos os nomes dos que conosco vivem, dos que partilham suas vidas conosco. Jesus partilhou sua vida com os discípulos, com essas mulheres que o seguiam, com um punhado de gente. Eles se conheciam pelo nome. Tinham dormido, juntos, muitas noites, ao relento, nas longas caminhadas, haviam feito inúmeras refeições juntos. Podemos dizer que Jesus e os Apóstolos eram entre si amigos íntimos. O nome, nesse caso, significa muito. É como a “marca registrada” da amizade que os une.

A pergunta de Jesus: “Por que choras?”, pode também ser feita a cada um de nós: Por que choras? Eu ressuscitei! Eu te livrei do pecado, do castigo eterno! Eu trouxe a vida para todos vocês! Não há motivo para chorar.

No entanto, muitos continuam chorando e se lamentando... e eu me pergunto o porquê. Talvez seja falta de fé numa vida eterna. Talvez seja o apego demasiado às coisas terrenas. Talvez seja a desconfiança de que “estou sendo enganado e nada do que aprendi sobre a religião é verdadeiro”...

Há um santo que vivia num convento e percebeu que sua morte estava chegando. Colocou a túnica como que para a Missa e deitou-se ao chão, aguardando o momento, que demorava. Despediu-se dos irmãos da comunidade, distribuiu as poucas coisas que tinha (um pouco de pimenta numa caixinha e outras pequenas coisinhas). Morreu sorrindo para a vida eterna que o acolhia, rodeado pelos irmãos de congregação, que choravam. Era muito querido na comunidade.

Quantos de nós vamos manter a paz diante da morte? Para falar a verdade, nem eu lhes garanto que vou proceder dessa maneira. O Pe. Inácio Kriguer, de Sorocaba, foi um que morreu desse jeito, placidamente. Pediu aos dois padres que estavam ao seu lado que rezassem com ele o Pai-nosso. Ele rezou com muita dificuldade, por causa da falta de ar nos pulmões, e devagar. No final do Pai-nosso, disse “Amém” e exalou o último suspiro. Para falar a verdade, eu até fiquei com uma “santa” inveja da morte desse meu amigo.

A primeira leitura nos mostra, por meio de Pedro, que reconhecer que Jesus é Deus verdadeiro e o Messias que nos salvou pela sua morte na cruz e Ressurreição, isso é conseguido pela conversão e pelo Batismo. De nada vale um sem o outro. E Pedro garantiu aos seus ouvintes (e consequentemente a nós) que nós receberemos, pelo Batismo, o dom do Espírito Santo.

A mensagem principal que vejo nas leituras de hoje é a necessidade de sermos amigos uns dos outros, amarmo-nos como Deus nos ama, e confiar na palavra de Jesus quando ele diz que nós somos filhos do Pai Eterno e ressuscitaremos. Nós demonstramos que estamos dispostos a fazer isso na vida toda ao aceitarmos nosso Batismo e aprimorarmos cada vez mais nossa conversão.

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4ª FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA

 

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TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 3,1-10

Salmo Responsorial: 104(105)-R= Exulte o coração dos que buscam o Senhor..

Evangelho: Lucas 24,13-35

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24,13-35 13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: 'O que ides conversando pelo caminho?' Eles pararam, com o rosto triste,18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse:'Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?' 19Ele perguntou: 'O que foi?' Os discípulos responderam: 'O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu.' 25Então Jesus lhes disse: 'Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?' 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.28Quando chegaram perto do povoado para onde iam,Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: 'Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!' Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: 'Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?' 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: 'Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!' 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Palavra da Salvação.

Comentário:

Uma das coisas que aprecio muito nessa narrativa é que, antes de comungar, os discípulos foram instruídos por Jesus.

Acho muito importante a evangelização dos que se aproximam da mesa do Senhor na comunhão. Vejo muito descaso (pra não falar pouco caso) de muitas pessoas que frequentam a igreja mas não dão o valor que a Eucaristia merece.

Alguns entram e vão beijar a imagem de um santo, nem ligando para o Santíssimo ali no sacrário. Santa Teresa de Jesus já alertava contra isso, lembrando que fazer isso é a mesma coisa que ir visitar um amigo. Ao chegar à casa dele, não cumprimentá-lo: entrar diretamente e ir até a estante, pegar a foto do amigo e começar a conversar com a foto estando ele ali presente.

Quando não há o Santíssimo, como por exemplo em nossa casa, é compreensível usar as imagens para rezar. Mas com Jesus ali presente, primeiramente devemos saudá-lo, fazer uma oração voltado para o Sacrário, e só depois ir ver a imagem do santo de nossa devoção.

No exemplo que eu dei, seria como chegar, cumprimentar os da casa, conversar um pouco com eles e só depois ir, talvez com ele, ver as fotos.

Temo que muitos não estejam conscientes que ao comungarem estão recebendo o próprio Jesus, no seu Corpo, Sangue, Alma e divindade dentro de si.

Quando Maria apareceu a Santa Catarina Labouré, pedindo-lhe que mandasse cunhar a medalha milagrosa (N. Sra. das Graças), ela, ao atravessar a igreja onde a santa já a esperava, conduzida que fora por um anjo, fez uma inclinação profunda diante do Sacrário e só depois foi falar com Santa Catarina, que, como eu disse, estava no outro lado da igreja.

Vemos, também o milagre de Lanciano, em que a hóstia se tornou carne (uma fatia do miocárdio, do coração) e o vinho tornou-se sangue (5 cubinhos atualmente), e até hoje está conservado como o de uma pessoa viva. Veja mais neste link: https://bloguinhocatequetico.blogspot.com/2011/09/milagre-de-lanciano.html

Na primeira leitura Pedro não tinha dinheiro e em vez de ajudar com uma ajuda paliativa, cura o aleijado em nome de Jesus Ressuscitado e isso se propaga de modo admirável naquele tempo.

Nós precisamos nos encaminhar para essa solução hoje em dia: eliminar as causas da pobreza, da infelicidade, das doenças. Enquanto só usarmos medidas paliativas, como esmolas, não vamos resolver os problemas.

Aliás, é como na parte espiritual: se não formos firmes nos nossos propósitos, sucumbimos e não caminhamos na estrada da santidade. Por exemplo, há certos vícios que só são vencidos se largamos deles de uma vez, se não vamos ficar escravos pra sempre.

 

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5ª FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA

 

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TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 3,11-26

Salmo Responsorial: 8-R= Ó Senhor, nosso Deus, como é grande / vosso nome por todo o universo!

Evangelho: Lucas 24,35-48

Naquele tempo: 35 Os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36 Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: 'A paz esteja convosco!' 37 Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38 Mas Jesus disse: 'Por que estais preocupados, e porque tendes dúvidas no coração? 39 Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho'. 40E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: 'Tendes aqui alguma coisa para comer?' 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois disse-lhes: 'São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos'. 45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46e lhes disse: 'Assim está escrito: O Cristo sofrerá e   ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso'. Palavra da Salvação.

Comentário:

Jesus apareceu aos Apóstolos que estavam reunidos com outros discípulos e se mostrou de modo tocável, palpável, para mostrar que não era apenas seu espírito que estava ali, mas ele completo, com seu corpo, só que um corpo ressuscitado, que não está mais limitado pela materialidade deste mundo.

A ressurreição só é possível de ser conhecida se for proclamada, pregada. E é essa a missão que Jesus dá aos Apóstolos e demais discípulos, nós incluídos.

Jesus está vivo, ressuscitado, e todos nós também um dia estaremos. Mas para que isso aconteça, é preciso que anunciemos a misericórdia divina para aqueles que se arrependerem de seus pecados e quiserem recomeçar a viver uma vida nova.

Por mais na lama que alguém esteja, sempre é possível a recuperação e a salvação. O desânimo e o derrotismo não existem para quem crê em Jesus Ressuscitado.

Como proclamarmos essa realidade aos outros?

Eu diria que em primeiro lugar precisamos praticar essa verdade por uma vida de amor, misericórdia, paciência, santidade. Se vivermos uma vida santa, nossa própria vida será um meio de comunicação da ressurreição de Jesus e da vida eterna.

Se quisermos proclamar uma verdade que não vivemos, aí nada conseguiremos.

Na primeira leitura de hoje Pedro insiste em dizer que o paralítico curado por ele, na verdade tinha sido curado por Jesus Ressuscitado, que eles, judeus, mataram, pregando-o numa cruz. E mostra como Jesus foi profetizado nas escrituras que eles tinham até então.

Pedro admoesta todos a se converterem, a pedirem perdão de seus pecados para iniciarem uma nova vida de cristãos. Aí Cristo os abençoará e eles terão a vida eterna no paraíso. O mesmo é dito para nós: pratiquemos os ensinamentos de Jesus, peçamos perdão sinceramente (ou seja, nos comprometendo a não pecar mais), a fim de obtermos a paz nesta vida e a salvação eterna.

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6ª FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA

 

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TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

Primeira Leitura: Atos 4,1-12

Salmo Responsorial: 117(118)R- A pedra que os pedreiros rejeitaram / tornou-se agora a pedra angular.

Evangelho: João 21,1-14

Naquele tempo: 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3Simão Pedro disse a eles: 'Eu vou pescar'. Eles disseram: 'Também vamos contigo'. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: 'Moços, tendes alguma coisa para comer?' Responderam: 'Não'. 6Jesus disse-lhes: 'Lançai a rede à ireita da barca, e achareis.' Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: 'É o Senhor!' Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: 'Trazei alguns dos peixes que apanhastes'. 11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes: 'Vinde comer'. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. Palavra da Salvação.

Comentário:

Acho muito oportuno este texto de hoje. Jesus, de certo modo, faz um “piquenique” com os Apóstolos, com peixe assado e pão.

O interessante notar que aí há um milagre, pois pegaram muitos peixes onde até então não haviam pegado nada, há uma atitude de tomada de consciência de Pedro, simbolizada pelo fato dele “estar nu” e colocar logo a roupa, e o fato de que Jesus estava assando peixe e pão.

1-O milagre

Jesus fez ali o mesmo milagre da pesca milagrosa. Onde se encontra Jesus não há problemas que não possam ser resolvidos. Onde Jesus está, a abundância e a alegria estão juntas.

2-A nudez de Pedro.

Sendo São João o escritor, pode contar que há simbologia. São João aproveita todos os fatos para proclamar a Palavra, para fazer-nos refletir. O que nos interessaria saber aí se Pedro estava nu ou vestido? O interesse de S. João em narrar isso é um interesse simbólico: Pedro havia negado Jesus três vezes e estava nu, ou seja, despido da graça de Deus. Mais adiante ele vai dizer a Jesus por três vezes que o amava, como que para compensar as três negações. Pedro estava nu, mas se arrependeu e foi revestido do perdão e da Graça inefável de Deus.

3- O peixe e o pão de Jesus.

Jesus, embora tivesse feito aparecer ali peixe e pão, pede que eles tragam alguns dos que pescaram. Isto mostra várias coisas: a)- é uma alusão à Eucaristia. b)- Jesus se mostra no cotidiano, no dia a dia, e não nas grandes apoteoses. Podemos nos encontrar com Jesus nos nossos afazeres diários. c)- Deus nos dá a graça para vencermos o pecado, o mal, os problemas (o peixe e o pão que Jesus estava assando), mas não dispensa a nossa luta, o nosso empenho, o nosso sim (os peixes que ele pede aos apóstolos). d)- Jesus não é reconhecido de imediato, mas apenas através de seus gestos. Isso mostra que seu corpo estava aparentemente diferente, pois era um corpo ressuscitado.

Ensinamentos:

Na minha opinião, temos aí vários ensinamentos, como eu até já demonstrei durante o comentário: sozinhos não somos nada.

Precisamos uns dos outros e, principalmente, de Deus em nossa vida.

Deus nos dá o alimento necessário e a graça para vencermos os problemas e os pecados, mas temos que fazer a nossa parte.

Jesus é misericordioso, isso é certo, mas para quem pede perdão e o aceita em sua vida. Quem não pede perdão não dá entrada à ação de Jesus e morre sem sua graça, por mais misericordioso que ele seja, pois Jesus não força ninguém: ele bate à porta e só entra se lhe abrirmos as portas (Apocalipse 3,20).

Conforme a atitude de Pedro, que se arrependeu, percebeu sua “nudez” espiritual e aceitou revestir-se de Cristo, para nós também sempre há “remédio” para nossa fraqueza e, se quisermos obter o perdão, Deus nô-lo dá abundantemente.

A primeira leitura de hoje mostra como Pedro e João foram presos por causa ainda da cura do aleijado. As autoridades baseavam a salvação na lei, e não suportavam que houvesse outra doutrina além dessa que pregavam. Não quiseram acreditar na Ressurreição de Jesus. É a antiga verdade: se não podemos apanhar as uvas, dizemos que elas estão verdes, como naquela famosa fábula da raposa e as uvas. As autoridades do Templo preferiam mandar matar quem falasse de Jesus a se curvarem diante da verdade de sua ressurreição. Se os milagres acompanhavam os Apóstolos, a perseguição também, tal e qual ocorreu com Jesus.

Em nossa vida, estar com Cristo, estar se preparando para entrar no céu, não quer dizer que se está livre das perseguições e dos problemas. Jesus nunca prometeu que ficaríamos livres dos problemas e sofrimentos. Ele prometeu que seríamos felizes no paraíso, se o ouvíssemos, e que nos daria toda a ajuda de que precisamos para vencer o maligno.

 

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SÁBADO DA OITAVA DA PÁSCOA

 

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TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 4,13-21

Salmo Responsorial: 117(118)-R=Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes.

Evangelho: Marcos 16,9-15

Depois de ressuscitar, na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena,da qual havia expulsado sete demônios. 10Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando.11Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não quiseram acreditar. 12Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam indo para o campo. 13Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros. Também a estes não deram crédito. 14Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado. 15E disse-lhes: 'Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Palavra da Salvação.

Comentário:

Jesus chama a atenção dos discípulos por não terem acreditado nos testemunhos de Maria Madalena e no dos discípulos de Emaús.

É, também, certo que ele chama nossa atenção por muitas vezes duvidarmos de suas palavras ou não a aceitarmos.

Nossa vida toda é baseada na fé e na confiança. Quem garante a você que aquele casal que o(a) criou são realmente seus pais? Você fez um ato de fé e acreditou no testemunho deles de que eram seus pais.

Quem lhe garante que aquela linguiça que você comeu ontem é realmente feita de carne de porco ou de boi e não, por exemplo, de carne de cavalo(ou pior, de cachorro, como vimos meses atrás numa reportagem)? Quem lhe garante que aquele remédio que você toma não é puro placebo (que tem substâncias neutras, que nem fazem mal nem fazem bem)?

Como vocês veem, nossa vida é baseada na confiança, em acreditar no que dizem que aquilo é. O mesmo ocorre em relação a Jesus: seu (sua) catequista lhe falou sobre ele e você acreditou (ou não) no seu testemunho de fé.

Só que em relação a Jesus ocorre um fenômeno admirável, já constatado pelos habitantes de Samaria, quando a mulher que falou com Jesus junto ao poço lhes deu testemunho de que ele era o Messias. Eles disseram à mulher que passaram a acreditar em Jesus não pelo que ela falara, mas porque eles mesmos comprovaram que Jesus era, mesmo, o Messias.

O mesmo ocorre conosco: acreditamos porque nossos pais, nossos catequistas nos falaram sobre Jesus, mas agora, com a comunhão íntima com ele, sabemos por própria experiência que ele existe e está conosco. Nós sentimos a presença dele quando o ouvimos, rezamos, fazemos nossas pequenas penitências e o acolhemos. Não é mais necessário que outros falem dele para nós, a não ser para nos instruirmos mais nessa fé que recebemos.

Na primeira leitura, os chefes dos sacerdotes, os anciões e os escribas reconheciam que os Apóstolos presos tinham estado com Jesus. Ao mesmo tempo, viam o homem curado ali ao lado deles. Não tinham como negar. Mas, movidos pelos seus interesses mesquinhos, proibiram-nos de falar sobre Jesus. Pedro e João lhes responderam que não era justo, diante de Deus, que obedecessem a eles e não a Deus. E continuaram a pregar a Palavra de Jesus até à morte.

Fica aqui o pedido de que não abandonemos nossas lutas, não nos desviemos de nossa caminhada rumo ao céu. Não imitemos as pessoas sem fé, que não conseguem encontrar Jesus em suas vidas. Obedeçamos à Palavra de Jesus, que nos conclama a uma vida santa, partilhada com os necessitados, e de oração.