TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB
1ª Leitura: Isaías 55,1-3
Salmo Responsorial 144(145)-R- Vós abris a vossa mão e saciais os vossos filhos.
2ª Leitura: Romanos 8,35.37-39
Evangelho de Mateus 14, 13-21
Ao ser informado da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco, para um lugar deserto, a sós. Quando as multidões o souberam, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16 Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!” 17 Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18 Ele disse: “Trazei-os aqui”. 19 E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões. 20 Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios. 21 Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças
Na primeira leitura, Isaías fala ao povo exilado, que passava fome e sede. A solução é apresentada pelo profeta no versículo 3: „Inclinai o vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco um pacto eterno, manterei fielmente as graças concedidas a Davi“. Se todos os cristãos do mundo realmente estivessem ouvindo a voz de Deus e a praticando, acredito que não haveria fome no mundo.
Nós nos acostumamos tanto com a pobreza alheia que poucos são os que realmente se importam. Importar-se com a miséria alheia não é apenas escrever como estou fazendo aqui, mas sim enfrentar a crise, enfrentar os problemas que rondam os mais pobres e ajudá-los dentro da própria capacidade. O que se sobressair à nossa capacidade, peçamos a Deus.
Na segunda leitura São Paulo diz que nada pode nos separar do amor de Deus. Eu diria que só mesmo nós podemos nos separar do amor de Deus. Ninguém mais. Nada mais. Por maior que seja o nosso sofrimento e provação, só nós podemos tomar a iniciativa de nos separar do amor de Deus. Ninguém mais pode nos obrigar a deixar Deus. O pecado é algo pessoal que pode tornar-se comunitário, da sociedade, quando, por exemplo, deixamos as pessoas morrerem de fome por causa de alguma injustiça social ou coisa parecida.
No evangelho me chama a atenção das palavras de Jesus: „Dai-lhes vós mesmos de comer“. Essa frase martela a minha cabeça. Gostaria que martelasse a sua também.
Jesus não saciou a fome de todos em todo o tempo de sua vida. Apenas algumas vezes e a uma multidão, mas não a todas as pessoas. Ele deixou isso para nós. Nós temos a obrigação de sanar a fome do mundo. Deus deixou na natureza tudo o que precisamos para não passarmos fome. Quantas sementes há num tomate, por exemplo? Tudo o que Deus fez é em abundância. Os pássaros, por exemplo, não passam fome, desde que nós não o prendamos. Se nós os prendermos nós é que temos a obrigação de tratar deles.
Deus nos dá força e coragem para vencermos os nossos problemas, sempre quer precisarmos. Cabe a nós irmos avante, não desanimarmos e não termos medo de faltar o alimento que partilhamos com os demais.