12/06/2022
“UNIÃO COM CRISTO E O PAI NO ESPÍRITO”
Primeira Leitura: Provérbios 8, 22-31
Salmo Responsorial 8 R- Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
Segunda Leitura: Romanos 5,1-5
Evangelho: João 16,12-15
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso disse que o que ele receberá e vos anunciará é meu”. – Palavra da salvação.
Comentário:
A primeira leitura, do livro dos Provérbios, fala da Sabedoria personificada, que o NT aplica a Cristo, como diz o primeiro capítulo do Evangelho de São João. Tudo o que existe foi feito com uma sabedoria infinita.
A segunda leitura, de São Paulo aos Romanos, nos fala que pela fé temos acesso a Jesus Cristo, que nos leva ao Pai, e termina dizendo que a esperança não decepciona, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações.
No Evangelho vemos o relacionamento de amor, sintonia e verdade que existe entre as três Pessoas da Santíssima Trindade e entre a Santíssima Trindade e nós. Falar da Santíssima Trindade é falar do Amor verdadeiro, não como mostra a televisão, que confunde amor com atração física. Uma amostra disso é o pedido que Jesus nos faz de amarmos o inimigo, com quem não temos nenhuma atração física ou de qualquer outro tipo. Ele sabia que amar não é a mesma coisa que gostar. Não é preciso gostar para se amar. Quando Jesus morreu por nós, nós ainda éramos inimigos de Deus. Apenas com a morte e a ressurreição de Jesus, diz S. Paulo na leitura de ontem, Deus reconciliou o mundo consigo. Desse modo, Jesus morreu por amar seus inimigos, que ele queria tornar amigos. E conseguiu, pelo menos no que se refere a uma boa parte da humanidade.
No mundo todo o cristianismo, que crê na Santíssima Trindade, não chega a 40 por cento. Isso significa que ainda temos muita gente para evangelizar, 60 por cento, e mesmo assim não levando em conta os que se dizem cristãos, mas não conhecem sua fé. Um exemplo disso é que muitos mórmons e testemunhas de Jeová não sabem que não são cristãos.
Voltando à Santíssima Trindade, é difícil entender um Deus único em Três Pessoas. Aliás, o termo não é “difícil”, mas sim, “impossível”. Não cabe na mente humana um mistério desses. Dá, entretanto, para aceitarmos que há Três Pessoas num só Deus.
Eu costumo comparar com três velas acesas unidas: as três têm uma só chama. Eu tentei fazer isso e fotografei. Não saiu muito bom, mas dá para ter uma ideia.
Antigamente se comparava a um trevo, que tem três folhas iguais numa só flor.
O Pai, contemplando-se, dá origem ao Filho. O amor do Pai com o Filho dá origem ao Espírito Santo. Isso é feito na eternidade, sem um começo. Todos nós tivemos um começo, por isso não dá para entendermos algo que nunca teve começo, que sempre existiu. Mas nós não vamos ter fim, ou seja, vamos viver na eternidade. Isso a gente entende, algo que não vai ter fim.
Até agora foi a parte boa. Agora vem a parte terrível: Deus é tão justo que nos deixa escolher se vamos aderir a Ele ou não. Se aderirmos a Ele e, portanto, fazermos o que Ele nos pede, estamos, já nesta vida, escolhendo ir para o Céu após nossa morte. Os que não o acolherem e o ignorarem, vão ter o direito de continuar sem Ele. E a isso chamamos inferno.
Então, só vai para o inferno quem quiser. Deus nos quer todos no céu, mas para irmos para lá é preciso querer Deus em nossa vida. Também ouvirmos e praticarmos o que Jesus nos ensinou. Uma das coisas que ele nos ensinou é a de nos amarmos com a mesma intensidade com que a Santíssima Trindade se ama: “Que eles sejam um como nós somos um” (João 17,22). Por mais perfeita seja uma pessoa, tem muito chão ainda para ela ser unida aos demais como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são unidos!
Estar no céu e estar com Deus. Se não estivermos com ele nesta vida, ele vai permitir que continuemos sem ele na outra. São dois caminhos que estão neste momento à nossa frente e temos que escolher um deles. Qual você vai escolher?
REFLEXÃO VICENTINA DO LIVRO MISSÕES: SABER CUIDAR
Como vicentinos somos chamados a colocar nossa missão e nossa vida nas mãos da Santíssima Trindade. Isso implica em sermos humildes, pois tudo o que somos, temos ou fazemos vem do Pai, de sua bondade. Nossa vida só faz sentido se realizamos a missão que nos foi confiada. A humildade também nos faz ter a consciência de que podemos tudo, desde que “sejamos livres na prisão do Evangelho do amor”, como nos indica São Paulo. Isso implica em não usarmos nossa liberdade para o pecado, mas para estarmos a serviço do irmão.
Como vicentinos devemos também ter a esperança no Filho, que foi enviado pelo Pai para dar sentido à nossa vida, para nos perdoar definitivamente de nossos pecados e mostrar o caminho para o reencontro com Ele no Pai. Esta esperança nos move a realizar a nossa missão!
Como vicentinos, por fim e fundamentalmente, buscamos nossa fonte de amor e caridade no Espírito Santo, que está dentro de nós e que nos foi dado pelo Pai e pelo Filho. O Espírito de Amor nos faz ver o pobre como o filho predileto de Deus e, por isso, nos leva a ver-nos como filhos escolhidos que servem a este predileto. O Espírito Santo nos une profundamente ao pobre. Esta é uma experiência mística muito profunda que somente pode ser compreendida se acreditarmos fielmente na aliança da Santíssima Trindade.
PARA REFLETIR:
1- Qual é a mensagem dos textos bíblicos para nossa vida e nossa missão vicentina?
2- Somos sinais de comunhão e acolhida onde quer que estejamos?
3- Somos missionários do amor do Pai, nos assemelhando a Jesus e nos deixando ser guiados pelo Espírito Santo?