19/06/2022
Primeira Leitura: Zacarias 12,10-11;13,1
Salmo Responsorial 62(63)- R- A minha alma tem sede de vós, como a terra sedenta, ó meu Deus!
Segunda Leitura: Gálatas 3,26-29
Evangelho de Lucas 9,18-24
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Certo dia, 18Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então, Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. 20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22E acrescentou: “O Filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. 23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”. – Palavra da salvação.
Comentário:
Na primeira leitura vemos uma profecia da morte do Messias, que sabemos ser Jesus Cristo. Seja qual fosse as consequências dessa morte, afirma que Deus estaria com ele sempre e o ocorrido com ele será uma fonte de purificação para todos nós.
Na segunda leitura São Paulo fala aos gálatas que pelo Batismo todos nós fomos revestidos de Cristo e somos, pois, um só em Cristo. Qualquer divisão ou preconceito contradiria essa unidade e seria uma afronta contra o batismo recebido.
No evangelho Jesus anuncia sua morte e lembra aos discípulos que todos nós devemos pegar a nossa cruz e segui-lo. Quero sublinhar aqui a palavra SEGUIR. Jesus não mandou que pegássemos a nossa cruz simplesmente, mas que nós o seguíssemos. Ou seja, ele pegou a sua cruz antes de nós todos. Seguir Jesus implica em ter sua proteção, amparo e sua força, além de seu exemplo. Se ele pegou a cruz, nós também podemos e devemos pegar a nossa não com impropérios, palavrões, reclamações, mas com amor.
Ele não tinha pecados. Nós temos e nosso sofrimento é merecido. Fizemos muitas coisas desagradáveis a Deus em nosso passado. Nossa cruz nos redime, porque a de Jesus já antes nos redimiu.
Mas Jesus nos dá também uma indicação de como sabermos o modo de pegar a nossa cruz para segui-lo: ORANDO. Ele se retira constantemente para orar. A oração é a única forma que temos para receber força, ânimo e energia para qualquer passo que queiramos dar no caminho do céu. E o nosso sofrimento de cada dia, aceito com amor, sobretudo na pessoa do próximo, essa é a nossa cruz.
Reconheçamos como Pedro a divindade de Jesus, mas reconheçamos também que somos fracos e somente com a oração poderemos ter força para pegar nossa cruz e segui-lo.
REFLEXÃO VICENTINA DO LIVRO MISSÕES: SABER CUIDAR
“Quem é Jesus”? – Esta é a pergunta que as leituras de hoje nos fazem. Jesus faz a pergunta aos apóstolos: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Ou seja, quem é Jesus para cada um deles? Essa mesma pergunta pode ser feita para cada um de nós, vicentinos. É importante evangelizar, para que todos conheçam o “Cristo de Deus”, como definiu São Pedro, mas o mais importante é o significado deste Messias para nós, para nossa vida como cristãos.
Paulo diz aos Gálatas que, pelo Batismo, somos todos um só em Cristo. Quando visitamos o pobre, é o próprio Cristo que visita. Quando buscamos nossa santificação no outro, é o próprio Cristo que atua. Quando defendemos a justiça do Evangelho, é o próprio Cristo quem fala a partir de nós. Como diz Paulo, cada um de nós somos revestidos de Cristo. Se permitirmos, Cristo nos protege, nos guia, nos toma pela mão.
Portanto, podemos dizer que Jesus é o que nos reveste, e podemos escolher ser como Ele ao renunciarmos a nós mesmos e tomarmos a nossa cruz e seguindo-o. É uma opção radical: “Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la, mas quem perder a sua vida por causa de Cristo, vai salvá-la.
Paulo diz que todos somos iguais diante de Deus. Não somos melhores nem piores do que os pobres a quem servimos. Do mesmo modo, não somos nem maiores nem menores do que os que trabalham conosco ou que participam da conferência vicentina ou partilham nossa missão evangelizadora. Mas é preciso que vejamos no irmão o seu lado santo, não o seu lado pecador, pois Cristo o reveste da mesma forma que a nós. De certa forma temos a missão de “revestir” os outros de Cristo, em especial os pobres, a quem servimos. É uma ótima oportunidade de “tomar a sua cruz” todos os dias. É um sacrifício muito importante e difícil como o sacrifício da cruz.
É preciso ver Cristo no outro que nos ofende, no outro que nos decepciona, no outro que nos engana e no outro que não nos compreende. Todas essas são formas de “pegar a cruz de Cristo” e segui-lo.
PARA REFLETIR:
1- Qual é a mensagem dos textos bíblicos para nossa vida e nossa missão vicentina?
2- Estamos dispostos a renunciar a nós mesmos, isto é, às nossas vontades e projetos, para assumir o plano de Deus para nós e para o mundo?
3- Ajudamos os pobres a carregar a pesada cruz de seus sofrimentos?