TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB
1ª Leitura: Isaías 22,19-23
Salmo Responsorial 137(138)R – Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Completai em mim a obra começada!
2ª Leitura: Romanos 11, 36-37
Evangelho de Mateus 16,13-20
13 Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos discípulos: “Quem dizem as pessoas ser o Filho do Homem?” 14 Eles responderam: “Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros ainda, Jeremias ou algum dos profetas”. 15 “E vós”, retomou Jesus, “quem dizeis que eu sou?” 16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. 17 Jesus então declarou: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. 19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. 20 Em seguida, recomendou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo.
A primeira leitura está dentro do contexto histórico da substituição de Sobna, prefeito do palácio do rei Ezequias, século 8 ao século 7ª.C., por Eliaquim. O profeta Isaías vê aí o castigo de Deus por causa de sua mania de grandeza. O versículo 22: “Eu o farei levar aos ombros a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém poderá fechar; ele fechará, e ninguém poderá abrir” tem sua releitura no trecho do evangelho de hoje e é citado em Apocalipse 3,7, o que dá a esse versículo um sentido messiânico. Confiar as chaves a um funcionário é torná-lo detentor de plenos poderes (Missal Dominical).
Eu sempre noto no dia a dia esse fato: quem tem as chaves tem o poder. Quem não tem as chaves, tem que esperar que o dono ou a dona das chaves abra o recinto. Essa primeira leitura nos prepara para o evangelho, em que Jesus dá, simbolicamente, as chaves da Igreja para Pedro.
Na segunda leitura temos este versículo: “De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?”. Deus, apesar de nossos pecados, continua sempre e sempre a nos dar oportunidade para trilharmos novos e impensados caminhos a fim de que possamos nos salvar e estarmos juntos dele após nossa morte. Isso é dito no versículo 32, que não está no trecho de hoje mas foi lido no domingo passado: “Deus encerrou todos os homens na desobediência, a fim de exercer misericórdia para com todos”.
No evangelho se subentende que Israel não é mais a planta de Deus (cap. 15,13) e o discípulo deve abandoná-la (15,14). Aliás, o próprio Jesus a abandona (16,4b). Entretanto, não se concebe um Messias sem um povo. Aí entra o trecho de hoje, em que Jesus anuncia esse seu novo povo fundado sobre a Rocha que, depois de sua morte e ressurreição, será Pedro, a quem dá as chaves, já comentadas na primeira leitura (Missal dominical).
Podemos refletir hoje sobre como está nossa confiança na Igreja. Há muitas pessoas e organizações desmerecendo e até negando a legitimidade da eleição do nosso querido Papa Francisco. Eu acho isso um absurdo. Ele foi eleito legitimamente e hoje é ele quem está com o “poder das chaves”. Se nós sempre esperamos que os que são guardiões das chaves abram-nos as porta, muito mais devemos respeitar o cargo que o Papa Francisco ocupa na Igreja, rezar por ele e acatar suas palavras. Ele é o nosso Papa, e Jesus dirige a Igreja por meio dele.