TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB
1ª Leitura: Reis 19,9a.11-13a
Salmo Responsorial 84(85)-R- Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
2ª Leitura: Romanos 9,1-5
Evangelho de Mateus 14,22-33
Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23 Depois de despedi-las, subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho. 24 O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o vento era contrário. 25 Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26 Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27 Mas Jesus logo lhes falou: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28 Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água.” 29 Ele respondeu: “Vem!” Pedro desceu do barco e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30 Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31 Jesus logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” 32 Assim que subiram no barco, o vento cessou. 33 Os que estavam no barco ajoelharam-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”
A primeira leitura está entre as minhas preferidas do Antigo Testamento: Elias está fugindo de Jezabel, que quer matá-lo. Entre outros motivos, está a matança que Elias promoveu dos 450 profetas de Baal e dos 400 de Aserá, que eram protegidos e alimentados por Jezabel. Esse quadro quer dizer que esses profetas nada têm a fazer em Israel, em que Javé é Deus. Também para mostrar aos Israelitas que Javé é o único Deus.
Elias é alimentado, no caminho da fuga, por um pão misterioso que um anjo lhe apresenta (vers.3 a 8) e que lhe dá forças para continuar a caminhada, que demorou quarenta dias e quarenta noites. Esse pão é comparado, pelos padres da Igreja, com a nossa Eucaristia, que nos dá forças para a nossa caminhada.
Chegando ao Monte Horeb, lembrando o encontro de Moisés com Deus, Elias esperou que Deus viesse até ele. Passou um vendaval, mas Deus não estava no vendaval. Houve um terremoto, mas Deus não estava no terremoto. Veio um fogo, mas Deus não estava no fogo. Depois do fogo, veio o murmúrio de uma leve brisa. Deus veio com a brisa suave.
Isso até me arrepia! Em primeiro lugar, mostra, aos pagãos, que Deus não se identifica com as coisas criadas, mas é totalmente “outro”, independente de tudo, pois tudo foi criado por Ele. Em segundo lugar, mostra que o relacionamento com Deus não é algo tempestuoso, mas uma intimidade de bondade e misericórdia.
Muitas vezes esperamos encontrar Deus nos grandes acontecimentos, mas, na verdade, ele se manifesta no dia a dia, nas coisas corriqueiras que fazemos durante o dia.
Sobretudo, Deus se manifesta na oração, e esta deve ser silenciosa, suave, tranquila, sem desespero, sem alarde, provinda de quem sabe que está se comunicando com um Deus todo poderoso e todo misericordioso. Gosto muito de unir esses dois atributos de Deus, porque ele só pode ser todo misericordioso porque é todo poderoso!
No evangelho, logo entendemos o mar bravio como o mundo, e a barca, a Igreja que navega neste mundo. Jesus domina tudo, ele é o Senhor, e não deixará que pereçamos. Talvez nos deixe afundar um pouco, como foi o caso de Pedro, mas apenas para fortalecer a nossa fé.
A nossa vitória vai depender da fé em Jesus Salvador. Não há outro caminho, não há outra coisa no mundo que possa fazer as vezes de Cristo em nossa vida. Muitos procuram a salvação, a felicidade, nas coisas criadas. Nunca vão encontrar. Só deixarão de afundar se descobrirem a mão de Jesus Cristo pronta para tirá-los da água.