NOVENA DE NATAL 04

PARA SER FEITA INDIVIDUALMENTE

APRESENTAÇÃO

 

Eu a adaptei para ser feita individualmente, mas nada impede que seja feita em grupo, com algumas adaptações a critério de quem for dirigir

 

NOVENA DO NATAL 2021- 1° DIA

 

ORAÇÃO INICIAL: um cântico, um terço ou uma dezena do terço.

 

1ª Tessalonicenses 5,17.19.22

“Estais sempre alegres! Rezai sem cessar (...) Não apagueis o espírito! Afastai-vos de toda espécie de maldade! Que o próprio Deus da paz vos santifique totalmente, e que tudo aquilo que sois, espírito, alma, corpo, seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”

 

PARA REFLETIR

 

A alegria provém de uma alma limpa, sem pecados. Os santos são todos alegres, sem nada que azede os seus corações. A única tristeza que devemos ter é a de termos pecado em nossa vida até agora, mas temos a alegria de saber que Deus nos perdoa, se lhe pedirmos perdão com toda a sinceridade.

Se faz tempo que você não se confessa, por que não procura um padre e faz isso? Seja qual for o seu problema, a alegria, a paz, vai transformar a sua vida.

Em Medjugorje, Vicka, uma das videntes, sempre diz que devemos até agradecer a Deus pelas doenças que nos acontece. As doenças, os sofrimentos, nos purificam para a outra vida, que é eterna. Os sofrimentos do Purgatório são bem mais graves do que o que sofremos nesta vida. E outra diferença, é que os desta vida são passageiros, enquanto que os do Purgatório são longos, se desdobram pelos séculos. Em Fátima, Jacinta perguntou a Nossa Senhora sobre uma moça “bailadeira”, jovem, que havia falecido. Nossa Senhora respondeu que ela iria ficar até o final do mundo no Purgatório. Pensemos um pouco em nossos pecados! Talvez alguns deles sejam bem maiores do que essa moça fazia nos bailes que frequentava... Aliás, isso tocou profundamente no desejo de santidade do Beato Carlo Acútis.

No texto de hoje vemos S. Paulo unir a alegria com a oração. De fato, sem a oração nunca conseguiremos manter a alegria, principalmente quando vier o sofrimento.

Mas temos que ter em mente que a alegria de que ele fala não é de rir feito bobo, de dar gargalhadas. Não! Ele fala de uma alegria interior, a de se estar de bem consigo mesmo e com a vida.  A alegria de cumprir nossas obrigações e deveres com amor e muita caridade ao próximo. De se sentir bem com nossa vocação, com nossa profissão. Sobretudo, a alegria de saber que temos um Pai que nos ama e nos quer juntos dele no Paraíso.

No final do texto S. Paulo justamente mostra no que está essa alegria: “Que o próprio Deus da paz vos santifique totalmente, e que tudo aquilo que sois, espírito, alma, corpo, seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” E quando ele fala em “não apagar o Espírito”, significa, entre outras coisas, não perder a oportunidade de recomeçar a vida, se for preciso do zero. A melhor forma de recomeçar a vida é com uma boa, sincera e santa confissão. Uma confissão humilde. Não uma confissão aérea, em que achamos que não temos pecados. Não podemos enganar a Deus! Talvez consigamos enganar a nós próprios, o que é lamentável, mas não a Deus. Ele nos conhece profundamente. Nós somos o que somos diante dele. Nada mais.

 

PARA MEDITAR:

 

Qual tem sido minha resposta ao amor tão infinito de Deus? Como é que eu estou respondendo a Ele sobre seu convite a uma vida mais santa?

 

ORAÇÃO FINAL:  Senhor Deus, que nós nos preparemos dignamente para o Natal de vosso Filho, tirando de nossos corações a tristeza, a falsa alegria, o desânimo, o apego ao pecado, o individualismo, a falta de amor e a falta de autodoação. Fortalecei-nos, para que transformemos a nós mesmos e o mundo que nos circunda, por Cristo, nosso Senhor, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

 

SEGUNDO DIA

 

ORAÇÃO INICIAL: Um terço ou pelo menos uma dezena do terço.

 

PARA LER

Romanos 13,11-14: “Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de acordar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando alcançamos a fé. A noite já vai adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas” (glutonerias, bebedeiras, orgias, imoralidades, brigas, vícios perniciosos, rivalidades) “e vistamo-nos as armas da luz”.

 

PARA REFLETIR

 

Deus não manda ninguém ao Inferno. Quem vai lá, vai de livre e espontânea vontade. Santa Catarina de Gênova recebeu muitas revelações sobre o Céu, Inferno e Purgatório, e disse que no Céu não há portas ou portões: a entrada é livre. Somos nós que não queremos entrar lá, se temos pecados não arrependidos, ou manchas devidas aos pecados já perdoados. Se você quiser ler mais sobre as revelações dela, clique aqui:

https://bloguinhocatequetico.blogspot.com/2021/11/purgatorio-sta-cat-de-genova.html

Quando nos confessamos, somos perdoados de nossos pecados, mas sobra uma “raspa de tacho”, ou seja, as manchas que o pecado nos deixou, se o arrependimento não foi realmente profundo, e se não reparamos as faltas perdoadas com penitências e orações.

Desse modo, se morrermos nessas condições, nós não vamos querer entrar no céu enquanto não nos purificarmos. E o Purgatório, para nós, é a solução. À medida em que nos purificamos no Purgatório, Deus se aproxima mais de nós e cada vez mais sentimos sua “irradiação” de felicidade.

Uma coisa que falta à muitas pessoas é se conhecerem e se aceitarem. Nós nos conhecemos tão pouco! Muitas pessoas não têm consciência de seus próprios pecados, embora o apontem nos outros. A conversão pessoal consiste justamente nisto: tomarmos consciência de nossas faltas e defeitos e pedir a Deus e a ajuda dos irmãos para que possamos vencê-los.

 

Os vícios mencionados no texto nos trazem tribulações, tristezas, depressão, desânimo, desejo de morrer ou de matar (ou prejudicar) a quem nos oprime, desejo de vingança, dependência química, miséria (vende-se tudo o que se tem para sustentar os vícios), e as doenças.

 

Jesus veio a este mundo para nos salvar e nos dar paz, amor, bondade, perdão, hábito da oração, fraternidade, sobriedade, a pertença a uma comunidade eclesial, a luta contra as injustiças etc. Ele nos oferece um suave, um peso leve (=levar nossa cruz com alegria), tão diferente do que nos trazem os vícios e as obras das trevas (=dependência, ódio, sofrimento quando não os obtemos, roubos, prostituição, aids, doenças, depressão etc.). O jugo de Jesus Cristo nos dá como prêmio a vida eterna, o paraíso.

 

Estamos nos preparando para o Natal, que é um tempo de luz, em que não há trevas. É um tempo de, humildemente, encontrarmos os nossos pontos fracos, as nossas atitudes que ainda estão nas trevas.

 

PARA MEDITAR

 

Vamos tentar descobrir nossos defeitos. Comece lembrando-se do que já falaram que você é (em relação aos defeitos). Muito do que falam é verdadeiro, apesar de muitas vezes não aceitarmos. Talvez seja exagerado o que dizem, mas pode ser que haja muitas coisas verdadeiras. Depois que os descobrimos em nós, não nos desesperemos: sejamos sinceros a Deus, na oração, e lhe peçamos perdão, ao mesmo tempo em que planejamos um modo de tirar esses defeitos, esses pecados de nossa vida.

 

ORAÇÃOFINAL:  Senhor Deus, que nós nos preparemos dignamente para o Natal de vosso Filho, tirando de nossos corações a tristeza, a falsa alegria, o desânimo, o apego ao pecado, o individualismo, a falta de amor e a falta de autodoação. Fortalecei-nos, para que transformemos a nós mesmos e o mundo que nos circunda, por Cristo, nosso Senhor, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

TERCEIRO DIA


ORAÇÃO INICIAL: um terço ou uma dezena do terço.

 

PARA LER

 

Mateus 3,2: Dizia João Batista: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo. João foi anunciado pelo profeta Isaías que disse: Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!”

 

PARA REFLETIR

 

Não há conversão definitiva. Ninguém pode dizer que em tal dia se converteu. A conversão é um trabalho contínuo de autorreflexão, de autodomínio, de sempre estarmos atentos às nossas atividades, pensamentos e desejos.

Todas as más ações começam no pensamento. Quanto mais elas durarem em nosso pensamento, mais chances têm de serem feitas, de serem executadas.

 

É preciso, pois, uma conversão sincera: tomar consciência dos próprios erros e mudar radicalmente de vida, a fim de caminharmos nos caminhos indicados por Jesus.  Sobretudo, tirar logo um mau pensamento logo que ele aparece. Não deixar que ele se instale em nós.

 

Conta-se que um homem ia cometer suicídio com um revólver. Para abafar o barulho da arma, ligou o rádio. Estava tocando uma música cantada por Raul Seixas: “Tente outra vez”. O homem começou a prestar atenção na música e resolveu recomeçar a vida, tentar outra vez, e não cometeu o suicídio.

 

 Quem se converte começa a dar bons frutos: adere a uma comunidade de Igreja, a praticar o bem, a rezar diariamente, a evitar as ocasiões de pecado e a lutar contra ele, ler diariamente a bíblia e meditá-la, aconselhar-se com alguém capacitado, buscar ajuda quando necessário para sair dos vícios ou problemas intrincados etc. E luta diariamente contra o pecado. Essa luta dura até à morte!

 

Não adianta nada andar correndo se o caminho for o errado. É melhor andar, mesmo mancando, mas no caminho certo, pois aí se chegará ao objetivo desejado (Sto. Tomás de Aquino).

 

Endireitar as veredas do caminho do Senhor é trabalhar com ardor na comunidade e na sociedade para acabar com as doenças, misérias, marginalização, promover os marginalizados, combater o analfabetismo, a ignorância religiosa, acabar com as brigas, discussões, violência, vinganças, mau-humor, tristeza egoísta, ganância, inveja, vícios, e tudo o que desagrada a Deus.

João Batista prepara não o nascimento, mas a acolhida de Jesus. Não adianta nada comemorarmos o Natal, mas não acolher o que Jesus ensinou nos três anos de vida pública e passar o restante da vida para pô-lo em prática.

PARA MEDITAR

 

O Reino de Deus estará próximo a mim se eu me converter e aderir ao Senhor. O que falta para uma minha adesão completa a Deus? Quais são os empecilhos que encontro? Não seriam eles talvez provindos de mim mesmo?

 

ORAÇÃOFINAL:  Senhor Deus, que nós nos preparemos dignamente para o Natal de vosso Filho, tirando de nossos corações a tristeza, a falsa alegria, o desânimo, o apego ao pecado, o individualismo, a falta de amor e a falta de autodoação. Fortalecei-nos, para que transformemos a nós mesmos e o mundo que nos circunda, por Cristo, nosso Senhor, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

 

 

QUARTO DIA

 

ORAÇÃO INICIAL: um cântico, um terço ou uma dezena do terço.

 

PARA LER

1ª Tessalonicenses 3,12-13: “O Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais, a exemplo do amor que temos por vós. Que assim ele confirme os vossos corações numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos”.

 

PARA REFLETIR

 

Amar tem um jeitão diferente na televisão. Lá, o amor é algo egoísta, um se apossar dos outros para ser feliz. Na pregação de Jesus não é assim. Amar é doar-se. Amar é servir. Amar é querer o bem dos outros, e não apenas o próprio bem. O amor que se mostra na televisão não tem nada desse amor pregado por Jesus.

 

Quando Jesus diz, por exemplo, para amarmos os inimigos. O que ele quis dizer com isso? Não basta amar os próprios familiares. É preciso amar a todos os demais, inclusive os inimigos.

 

Entretanto, há diferença entre amar e gostar. Nós não precisamos gostar de nossos inimigos, mas precisamos tratá-los bem, como a seres humanos. “Se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer (...). Estarás como que juntando brasas (de remorso, de arrependimento) sobre a cabeça dele”(Romanos 12,20).

 

Jesus nunca disse: “não tenhais inimigos”. Se os temos, é sinal de que não gostamos deles (Veja no blog “amar ou gostar”?)

 

“Santidade sem defeito aos olhos de Deus”, como diz o texto, é a que não é fingida. Não adianta pensarmos que somos santos. Devemos sê-lo de fato! E nunca tentar “enganar” a Deus com falsos raciocínios. Podemos enganar aos outros, enganar a nós mesmos, mas nunca a Deus. Diz São Paulo: “De Deus não se zomba” (GÁLATAS 6,7). Sejamos diante dele como somos, e peçamos a conversão sincera do coração. Falemos a Deus sobre as nossas fraquezas, sobre as nossas dificuldades, e, como por encanto, aos pouquinhos elas vão desaparecendo, ou nós as conseguimos minimizá-las.

 

Não existe santidade sem o amor ao próximo. O egoísmo nos impede de sermos santos, de nos aproximarmos de Deus. Se quisermos nos aproximar de Deus, devemos amar a todos sem distinção. Já pensou no fato de que Deus ama infinitamente uma pessoa que talvez não seja amada, ou mesmo até desprezada? Será que ele vai nos acolher se não acolhermos a essa pessoa?

 

No Pai-Nosso dizemos: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Ora, se quisermos ser perdoados por Deus, temos que cumprir isso que lhe dizemos todos os dias.

 

O que não podemos é cair na tibieza, sermos “água-morna”, pois Jesus disse que gente água morna, ele vai vomitar de sua boca (Apocalipse 3,6).

 

ORAÇÃOFINAL:  Senhor Deus, que nós nos preparemos dignamente para o Natal de vosso Filho, tirando de nossos corações a tristeza, a falsa alegria, o desânimo, o apego ao pecado, o individualismo, a falta de amor e a falta de autodoação. Fortalecei-nos, para que transformemos a nós mesmos e o mundo que nos circunda, por Cristo, nosso Senhor, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

 

QUINTO DIA

 

ORAÇÃO INICIAL: um cântico, um terço ou uma dezena do terço.

 

PARA LER

Filipenses 4,5-7: “Que a vossa bondade seja conhecida por todos os homens! O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em oração e súplica acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus”.

 

PARA REFLETIR

 

Muitas pessoas sofrem pela doença “da atividade excessiva”, ou seja, mergulham no trabalho, deixando de lado inevitavelmente a “melhor parte”: sentar-se aos pés de Jesus. Por isso, Jesus convidou os seus discípulos a “descansar um pouco” (Marcos 6,31), porque descuidar do descanso necessário leva ao estresse e à agitação (...).

 

No salmo 126 (127) lemos: “Se o Senhor não construir a casa, em vão trabalharão os construtores”. Nosso trabalho é inútil sem a graça de Deus! E esta, nós só a obtemos no momento de contato com ele na oração.

 

“Não vos inquieteis com coisa alguma” diz o texto de hoje. Quem coloca toda a sua atividade nas mãos do Senhor, não precisa se inquietar. O Cardeal Van Thuan, quando foi preso, ficou desesperado porque deixou muitos trabalhos apostólicos e estava ali, à toa. Então lhe veio um pensamento: “Eu escolhi Deus, e não as suas obras” E a partir dali dedicou-se à única coisa que podia fazer na solitária: a contemplação.

 

Devemos fazer tudo como se o estivéssemos fazendo para Deus. Sem desespero, sem pressa, sabendo que Deus nos ajudará. Não pensar muito nem no passado nem no futuro, mas procurar viver e agir bem naquele momento que estamos vivendo.

 

Aliás, a pandemia destes dois anos mudou muito o conceito de agitação de muitas pessoas. Muitas coisas foram realizadas sem agitação, sem correria, e o trabalho “home office” foi valorizado. O contato entre familiares foi feito com maior constância e tivemos que reaprender a nos amar, a nos perdoar, a nos superar.

 

A paz, a quietude, provém da oração confiante, em que colocamos tudo nas mãos de Deus, como diz o texto de hoje. A oração constante, confiante e perseverante e a misericórdia são as bases para termos a paz de Deus, que “ultrapassa todo o entendimento”.

 

PARA MEDITAR

 

Pense um pouco em como você faz as ações do dia. Com pressa? Com desespero? Com calma? Sabendo que amanhã vai ter que fazer tudo de novo? Você se lembra sempre de que nada acontecerá se Deus não permitir? Que o que diziam os antigos é verdadeiro: “o pouco com Deus é muito”?

 

Você oferece a Deus o seu trabalho diário ou acha que depende só de você? Se a resposta for não na primeira e sim na segunda, mude de atitude e comece a fazer tudo colocando nas mãos de Deus todas as suas ações.

 

ORAÇÃOFINAL:  Senhor Deus, que nós nos preparemos dignamente para o Natal de vosso Filho, tirando de nossos corações a tristeza, a falsa alegria, o desânimo, o apego ao pecado, o individualismo, a falta de amor e a falta de autodoação. Fortalecei-nos, para que transformemos a nós mesmos e o mundo que nos circunda, por Cristo, nosso Senhor, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

 

SEXTO DIA

 

ORAÇÃO INICIAL: um cântico, um terço ou uma dezena do terço.

 

PARA LER

Filipenses 3,20-21: “Nós somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas”

 

PARA REFLETIR

 

Quando somos hóspedes na casa de alguém não agimos da mesma forma que quando estamos em casa. Não compramos coisas que não poderemos depois levar conosco quando voltarmos. Tratamos bem as pessoas que nos hospedam, ou mesmo outras que conhecermos durante a hospedagem. Não nos apegamos ao cachorrinho da dona, nem ao canarinho do dono etc.

 

Neste mundo, nós não somos nada além de hóspedes. Estamos aqui por algumas dezenas de anos, alguns chegam à centena, mas isso é um tempo muito baixo em vista da eternidade que nos espera. Não tem sentido, pois, nos enchermos de bens, de coisas inúteis, que sabemos que não levaremos à outra vida. Dizem alguns santos que nós só levaremos à vida eterna aquilo que demos aqui na terra. Por exemplo: se ganhamos uma camisa, ela vai ficar aqui. Se doamos uma camisa, ela vai conosco, em forma de boa obra.

 

Somos, na verdade, cidadãos do céu, como diz S. Paulo no texto acima. Devemos agir, nesta terra, como realmente somos: apenas hóspedes. E cuidarmos para deixarmos este mundo habitável para os nossos netos e bisnetos.

 

       Enquanto vivermos aqui, cuidemos também dos outros, dos que não foram favorecidos com a saúde, com a família, com um mínimo de bem-estar. Amemos, pois é o que nos proporcionará esse corpo glorioso como o de Jesus Ressuscitado.

 

O rico insensato do evangelho, que pensava viver eternamente (Lucas 12,13-21), morreu no mesmo dia(...) O antídoto para esta epidemia é a graça de nos sentirmos pecadores e dizer de todo o coração: “Somos servos inúteis, fizemos o que deveríamos fazer” (Lucas 17,10)”.

 

São Paulo nos diz que a felicidade celeste não tem como ser mostrada na linguagem humana e que vale a pena tudo o que sofremos tendo em vista sermos um dia “cidadãos do céu”.

 

Esta vida vai passar, mas a do céu é eterna! E todos somos chamados a viver no céu. Pertencemos ao céu e não à terra. Estamos aqui apenas de passagem!

 

 

PARA MEDITAR:

 

Pergunte a si mesmo: vale a pena brigar, viver sofrendo as consequências de más ações, esbravejar, agir de modo egoísta, nos apegarmos aos bens e assim perdermos a eternidade? Se uma das letras desta novena valem, por exemplo, 100 anos, as demais, cada uma delas, representa 100 anos dos infinitos que viveremos no céu. Será que vale a pena perder o infinito para gozar, às vezes de modo pecaminoso, estes 90 ou 100 anos que vamos viver aqui?

 

Que nesta novena do Natal possamos aproveitar melhor nosso tempo pra fazermos o bem, amarmos a Deus e ao próximo, cuidarmos de nossa vida espiritual, nos preparando, assim, para a vida eterna.

 

ORAÇÃOFINAL:  Senhor Deus, que nós nos preparemos dignamente para o Natal de vosso Filho, tirando de nossos corações a tristeza, a falsa alegria, o desânimo, o apego ao pecado, o individualismo, a falta de amor e a falta de autodoação. Fortalecei-nos, para que transformemos a nós mesmos e o mundo que nos circunda, por Cristo, nosso Senhor, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

 

SÉTIMO DIA

 

ORAÇÃO INICIAL: um cântico, um terço ou uma dezena do terço.

 

PARA LER

 

Filipenses2,14-15: “Fazei tudo sem murmurações nem discussões, para serdes irrepreensíveis e íntegros”. vv 3-4: “Não façais nada por ambição, nem por vaidade, mas com humildade”. Em 1ª Cor 13,4: “A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor, não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade, suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo”.

 

 

PARA REFLETIR

 

O texto de hoje nos convida a agir com humildade e de modo simples, sem ambicionarmos a grandezas, a aclamações, ou mesmo a agradecimentos por aquilo que fizermos de bom. Basta que Deus o tenha visto. E quando não reconhecem o nosso trabalho, ajamos com humildade. Fizemos para Deus, e não para sermos aplaudidos.

 

Às vezes “matamos uma mosca com um tiro de canhão”, como dizia um bispo já falecido. E é verdade. Muitas coisas não deveriam ter mais atenção do que merecem. Muitas vezes nos irritamos, brigamos e até matamos por uma picuinha! O melhor modo de corrigirmos os outros, diz vários santos, entre eles São Francisco, é pelo nosso bom exemplo. O bom exemplo “arrasta”. Quando tivermos que resolver algum problema, vamos buscar o diálogo, a conversa, e rezemos antes de qualquer decisão. Xingar, esbravejar, nos irritar, gritar, não vai resolver a questão.

 

E mais: muitas vezes achamos que as pessoas agiram de modo errado de propósito, só para nos prejudicar ou maltratar. Às vezes não foi isso que ocorreu. Muitas pessoas agem sem perceber que agiram mal.

 

Havia uma senhora, nossa vizinha, por exemplo, quando eu era criança, que era doente pela limpeza de sua casa. Certa vez entrei em sua casa para fazer não me lembro o quê. Eu era criança. Pois não é que a mulher foi atrás de mim com a vassoura varrendo? Nunca mais entrei naquela casa. Mas ela não fazia por mal. Era seu jeito, sua mania.

 

Muitas donas de casa zelam tanto pela limpeza que não dão liberdade ao marido e aos filhos, que deveriam sentir-se bem, sentir-se à vontade em casa. O resultado pode ser catastrófico: os filhos não saírem da rua ou da casa dos amigos e o esposo não sair do bar, do jogo, ou de outras atividades, a fim de não estar em casa, onde se sente aprisionado pela limpeza excessiva.

 

Guardemos de ficar cuidando da vida alheia e cuidemos mais da nossa, principalmente vivendo de modo amoroso com todos, sem ficar criticando, exigindo, azucrinando a vida dos outros. Quanto mais autoritários e exigentes formos, mas sofremos por manter essa nossa pretensa “superioridade”. Quanto mais humildes formos em nosso dia a dia, mais pessoas conquistaremos para Deus.

 

PARA MEDITAR

 

Como eu me defino quanto à humildade, à paciência? Sou humilde e paciente? Sei resolver os problemas na base de uma boa conversa? Será que às vezes eu não julgo primeiro para perguntar depois? Quando eu acho, por exemplo, que tal pessoa fez tal coisa de propósito... Enfim, como tenho sido no relacionamento do dia a dia?

 

ORAÇÃOFINAL:  Senhor Deus, que nós nos preparemos dignamente para o Natal de vosso Filho, tirando de nossos corações a tristeza, a falsa alegria, o desânimo, o apego ao pecado, o individualismo, a falta de amor e a falta de autodoação. Fortalecei-nos, para que transformemos a nós mesmos e o mundo que nos circunda, por Cristo, nosso Senhor, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

 

OITAVO DIA

 

ORAÇÃO INICIAL: um cântico, um terço ou uma dezena do terço.

 

PARA LER

 

Lucas 1,39-45: “Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel”.

 

PARA REFLETIR

 

Maria deixou tudo o que tinha que fazer e foi ajudar sua prima Isabel, que já estava idosa para ter filhos e precisaria de sua ajuda. Quanta "crochetagem" foi feita para confeccionarem as roupinhas dos dois bebês! Eu imagino as duas na roca ou na agulha traçando linhas para fazer a roupa, que naquele tempo era feita em casa.

 

Maria teve que viajar naquelas estradas desertas, vazias, enfrentando muitos perigos. Não era apenas tomar um ônibus como fazemos hoje. Mas... será que a facilidade de locomoção atual facilitou o encontro entre as pessoas? Nós nos preocupamos quando sabemos que alguém está doente?

 

Maria foi à casa de Isabel por uma inspiração momentânea causada pelo anúncio do anjo sobre a gravidez de Isabel e, portanto, não planejou a visita. Aliás, ela não planejou nada em sua vida. Apenas colocou-se diante do Senhor, pedindo que sempre se fizesse a vontade de Deus em sua vida. Mas o que a impeliu a ir foi a caridade. Queria servir. Tanto isso é verdade que ela ficou apenas até João Batista nascer. Depois voltou para casa, pois devia também preparar-se para o nascimento de Jesus.

 

Muitas vezes, hoje em dia, vemos pessoas isoladas. E não é apenas por causa da pandemia. É porque muitos não se interessam mais pela vida de outros. Vemos, por exemplo, notícias escabrosas de suicídios de sacerdotes no Brasil e no mundo. Será que esses homens tinham o respaldo de seus colegas de sacerdócio?

 


Neste Natal, procuremos aproveitar a facilidade que a mídia nos oferece para contatar pessoas, nem que seja só pelo WhatsApp. E cuidemos de socorrer as que precisam de nossa ajuda, como Isabel, que precisava da ajuda de alguém e, mesmo havendo tantos vizinhos, só a recebeu de Maria, que morava distante.

 

PARA MEDITAR:

 

Nós nos preocupamos com as doenças e problemas de nossos amigos, de outras pessoas? Nós damos a entender que estamos sempre dispostos a ajudar, ou nos fechamos? Somos gentis com quem nos pede algum favor ou fechamos a carranca para a pessoa saber que está nos atrapalhando? Há amigos seus que você não visita ou com eles não se comunica há muito tempo? E os seus familiares? Tem conversado com eles de alguma forma?

 

 

ORAÇÃOFINAL:  Senhor Deus, que nós nos preparemos dignamente para o Natal de vosso Filho, tirando de nossos corações a tristeza, a falsa alegria, o desânimo, o apego ao pecado, o individualismo, a falta de amor e a falta de autodoação. Fortalecei-nos, para que transformemos a nós mesmos e o mundo que nos circunda, por Cristo, nosso Senhor, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

 

NONO DIA – CELEBRAÇÃO –

 

PODE TALVEZ SER FEITO ANTES DA CEIA DA VÉSPERA OU ANTES DO ALMOÇO DO DIA DE NATAL. OU MESMO SIMPLESMENTE A LEIA E REZE O QUE SE PEDE AQUI.

 

ORAÇÃO INICIAL: um cântico, um terço ou uma dezena do terço.

 

Estamos encerrando esta novena de Natal. Gostaríamos de colocar no coração de todos os que a fizeram, a mensagem de amor trazida por Jesus. Ele, Deus com o Pai e o Espírito Santo, viveu entre nós como homem, sem nunca ter deixado de ser Deus eterno e todo-poderoso. Limitou-se às atividades humanas, fazendo tudo do modo mais difícil, ensinando-nos que a oração, o trabalho e a fraternidade devem ser a base de nossa vida.

 

Ele ocupou um lugar que ninguém nunca poderá usurpar: o último entre todos. Morreu numa cruz, entregando livremente sua vida, pois “ninguém poderia tirá-la” (João 10,18). A qualquer momento ele poderia livrar-se da morte. Se fizesse isso, não nos teria salvado, pois não teria sido obediente ao Pai como ser humano.

 

Olhando com amor e piedade para o presépio, vamos ouvir o que aconteceu naquele primeiro Natal;

 

Lucas 2,1-19 (em pé)

 

“E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria). E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi),a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita; E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração”.

 

(sentado (a))

 

O que é o Natal para você?

 

As respostas dependem do modo como nós vivemos o Natal. Podemos dizer mais o que o Natal não é do que ele é:

 

1- O Natal não é uma festa pagã, embora esteja paganizada com a investida do comércio no Papai Noel. Por mais estranho que seja, o papai Noel (Santa Claus em inglês) se origina do bispo São Nicolau, que morreu aos 06 de dezembro, data em que se dá presentes de Natal em sua cidade Natal. O báculo usado por ele tornou-se um bastão, que depois desapareceu. A mitra (aquele chapéu de dois bicos que o bispo põe) transformou-se num gorro vermelho, também substituindo o solidéu (ou quipá). A única coisa que permaneceu foi a cor vermelha da roupa usada pelos bispos da época.

 

2-O Natal não é uma festa de comes e bebes apenas, mas de confraternização da família, que pode se encontrar não só se limitando à comida e bebida, mas com um momento de oração comum. Será que isso é tão difícil de ser realizado?

 

3- O Natal não é uma festa de troca de presentes apenas, mas da troca do que temos de mais valioso: o nosso coração, o nosso amor, a nossa atenção.

 

4- O Natal não é momento para se resolver brigas antigas, tiradas do baú, mas sim um momento de perdão mútuo, em que todas as mágoas e desejos de vingança deverão, como em Miquéias 7,19, ser jogados no mais fundo do mar. Quantas lágrimas não ocorreram no Natal com muitas famílias! Que desperdício!

 

5- O Natal não é só um tempo em que a gente aproveita os feriados ligados para viajar e deixar a família sozinha em casa. Quantos desses que viajam, mesmo com suas famílias, quer nas praias, quer nas chácaras ou cidades turísticas, lembram-se de celebrar o nascimento de Jesus com um momento de leitura bíblica e oração?

 

Finalmente, desejo lembrar que o Natal, para muitas pessoas, é uma festa em que o aniversariante, Jesus, não é nem lembrado!

 

No Natal deveríamos fazer nosso propósito de amar mais os mais necessitados, trabalhar mais para um mundo melhor, mais irmão, mais cristão, com nenhuma miséria!

 

 

ORAÇÃO FINAL

 

Um Pai-Nosso, uma Ave-Maria, um Glória ao Pai, o canto Noite Feliz.