T.PASCAL-DOM. ANOS C

2º DOMINGO DA PÁSCOA-C

DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA

 

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

1ª Leitura: Atos 4,32-35

Salmo Responsorial 117 (118) - R- Dai graças ao Senhor porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia!

2ª Leitura: 1João 5,1-6

Evangelho: João 20,19-31

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco”. 20      Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. 21   Jesus disse, de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. 22    Então, soprou sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. 23  A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos”. 24 Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25 Os outros discípulos contaram-lhe: “Nós vimos o Senhor!” Mas Tomé disse: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. 26         Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. 27     Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” 28       Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” 29Jesus lhe disse: “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!” 30 Jesus fez diante dos discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. 31 Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.

COMENTÁRIO:

A primeira leitura, Atos dos Apóstolos, fala da vida ideal do cristão: partilhar, viver numa comunhão perfeita entre irmãos. Talvez isso nunca tenha ocorrido de modo perfeito, mas houve uma tentativa e uma experiência verdadeira dessa partilha: “Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum (...). Entre eles ninguém passava necessidade”. Atualmente podemos viver esse tipo de comunhão entre nós, embora num nível menor, nos disponibilizando em ajudar os necessitados. Sobretudo em conseguir sua promoção, capacitando-os para uma vida melhor. Se todos tentassem, muita coisa boa aconteceria. 

A segunda leitura, 1ª carta de S. João, fala que o único critério para afirmarmos que estamos em comunhão de caridade com Deus é o amor para com os irmãos: “Todo o que nasceu de Deus vence o mundo”. Nós nascemos de Deus de duas formas: pela criação divina e pelo Batismo. O Batismo é o nosso renascimento para a vida eterna feliz junto de Deus, se conservarmos “limpa” a nossa veste batismal, guardando os mandamentos. E esses mandamentos, segundo o próprio Jesus afirmou, se resumem em dois: amar a Deus e ao próximo. Mostramos nosso amor por Deus, que não vemos, amando o próximo, que vemos. 

No evangelho, segundo o missal dominical, temos três pontos fundamentais: 1- o poder que o Ressuscitado obteve com a ressurreição é transmitido aos discípulos; 2- a fé é um risco. Não se trata de tocar e ver (a incredulidade de Tome), mas de acolher um anúncio que é proclamado; 3- o objetivo a que o evangelista propõe em seu evangelho, como ele diz no final do texto, é obter a fé em Jesus, reconhecendo-o como Cristo e Filho de Deus, e assim fazer com que, pela fé, tenda-se à obtenção da vida eterna.  

Precisamos confiar sempre no que a Igreja ensina, sem ter a ideia fixa de constatar tudo com argumentos e provas inquestionáveis. Precisamos crer sem ver sinais mirabolantes, estupendos. Crer na vida comum de cada dia, sem coisas extraordinárias. Os santos, na maioria, viveram esse tipo de vida simples e humilde. Lembro-me de repente de Santa Teresinha: viveu sempre uma vida simples, humilde, sem grandes acontecimentos. Viveu o dia de hoje, o dia a dia.

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3º DOMINGO DA PÁSCOA-C

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 5, 27b-32.40b-41

Salmo Responsorial: 29(30)-R- Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes.

Segunda leitura: Apocalipse 5,11-14

Evangelho: João 21, 1-19

 

Naquele tempo: 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3Simão Pedro disse a eles: 'Eu vou pescar'. Eles disseram: 'Também vamos contigo'. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: 'Moços, tendes alguma coisa para comer?' Responderam: 'Não'. 6Jesus disse-lhes: 'Lançai a rede à direita da barca, e achareis.' Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: 'É o Senhor!' Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: 'Trazei alguns dos peixes que apanhastes'. 11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes: 'Vinde comer'. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. Jesus manifestou-se aos seus discípulos 15e, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. 16E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo, quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. 19Jesus disse isso significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.

 

Comentário:

Na primeira leitura Pedro e os outros apóstolos, que após a prisão estavam sendo interrogados pelo Sinédrio, disseram claramente às autoridades que deveriam obedecer a Deus e não aos homens.

Em nossa vida, quando temos alguma dúvida a resolver, precisamos nos perguntar o que Deus tem a dizer sobre aquilo que estamos resolvendo, se é ou não de sua vontade. E muitas vezes precisamos até contrariar algumas autoridades. Por exemplo, a mãe do cantor Andrea Bocelli foi contra os médicos e contra todas as “autoridades” que lhe diziam que era preciso abortá-lo caso quisesse continuar viva. Ela enfrentou o perigo da morte e não o abortou e nem morreu. Ele ficou cego mais tarde, quando caiu de um cavalo, mas nasceu perfeito.

 

Ainda na primeira leitura Gamaliel vai em defesa dos apóstolos que estavam sendo interrogados e se coloca à mercê da iluminação divina quanto ao assunto. Mostrou-lhes que deveriam estar abertos à revelação de Deus e que os apóstolos poderiam estar certos. Se estivessem errados, não teriam a proteção divina e logo o grupo se desfaria.

Nós vemos muitos grupos conclamados e dirigidos por falsos pastores, mas que continuam a enganar o povo. Isso contraria, de certo modo, o que Gamaliel falou e percebemos que não é um critério válido hoje em dia para sabermos quem está falando a verdade ou não.

O mais certeiro é confiarmos na eleição divina da Igreja Católica e seguirmos suas orientações. Seguindo-as não estaremos errando. E quanto a nossa ação, é preciso que não pequemos por omissão. Façamos tudo o que nos é possível, e quando nada podemos fazer, rezemos.

Como dizia um amigo meu, o Pe. Celso: “Você não tem o que fazer? Reze! Não sabe o que rezar? Reze o Pai-nosso”!

Na segunda leitura São João descreve a entronização do Cristo e a adoração que a ele tributa o universo todo. Jesus é o "Cordeiro imolado", porque aceitando morrer na cruz por nós é digno de louvor. (Missal dominical).

Acho muito oportuno este texto do Evangelho de hoje. Jesus, de certo modo, faz um “piquenique” com os Apóstolos, com peixe assado e pão.

O interessante notar que aí há um milagre, pois pegaram muitos peixes onde até então não haviam pegado nada, há uma atitude de tomada de consciência de Pedro, simbolizada pelo fato dele “estar nu” e colocar logo a roupa, e o fato de que Jesus estava assando peixe e pão.

1-O milagre

Jesus fez ali o mesmo milagre da pesca milagrosa. Onde se encontra Jesus não há problemas que não possam ser resolvidos. Onde Jesus está, a abundância e a alegria estão juntas.

2-A nudez de Pedro.

Sendo São João o escritor, pode contar que há simbologia. São João aproveita todos os fatos para proclamar a Palavra, para fazer-nos refletir. O que nos interessaria saber aí se Pedro estava nu ou vestido? O interesse de S. João em narrar isso é um interesse simbólico: Pedro havia negado Jesus três vezes e estava nu, ou seja, despido da graça de Deus. Mais adiante ele vai dizer a Jesus por três vezes que o amava, como que para compensar as três negações. Pedro estava nu, mas se arrependeu e foi revestido do perdão e da Graça inefável de Deus.

3- O peixe e o pão de Jesus.

Jesus, embora tivesse feito aparecer ali peixe e pão, pede que eles tragam alguns dos que pescaram. Isto mostra várias coisas: a)- é uma alusão à Eucaristia. b)- Jesus se mostra no cotidiano, no dia a dia, e não nas grandes apoteoses. Podemos nos encontrar com Jesus nos nossos afazeres diários. c)- Deus nos dá a graça para vencermos o pecado, o mal, os problemas (o peixe e o pão que Jesus estava assando), mas não dispensa a nossa luta, o nosso empenho, o nosso sim (os peixes que ele pede aos apóstolos). d)- Jesus não é reconhecido de imediato, mas apenas através de seus gestos. Isso mostra que seu corpo estava aparentemente diferente, pois era um corpo ressuscitado.

Ensinamentos:

Na minha opinião, temos aí vários ensinamentos, como eu até já demonstrei durante o comentário: sozinhos não somos nada.

Precisamos uns dos outros e, principalmente, de Deus em nossa vida.

Deus nos dá o alimento necessário e a graça para vencermos os problemas e os pecados, mas temos que fazer a nossa parte.

Jesus é misericordioso, isso é certo, mas para quem pede perdão e o aceita em sua vida. Quem não pede perdão não dá entrada à ação de Jesus e morre sem sua graça, por mais misericordioso que ele seja, pois Jesus não força ninguém: ele bate à porta e só entra se lhe abrirmos as portas (Apocalipse 3,20).

Conforme a atitude de Pedro, que se arrependeu, percebeu sua “nudez” espiritual e aceitou revestir-se de Cristo, para nós também sempre há “remédio” para nossa fraqueza e, se quisermos obter o perdão, Deus no-lo dá abundantemente.

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4º DOMINGO DA PÁSCOA-C

 

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 13, 14.43-52

 

Salmo Responsorial: 99(100)-R- Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, nós somos seu povo e seu rebanho. 

 

Segunda Leitura: Apocalipse 7,9.14b-17

 

Evangelho: João 10,27-30

 

Naquele tempo, disse Jesus:

27As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. 29Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um.' Palavra da Salvação.

 

Comentário:

 

Na primeira leitura vemos como os judeus ficaram cheios de inveja do sucesso obtido por Paulo e Barnabé. Vejo que atualmente ainda sentimos essa inveja dos grandes pregadores, que obtêm sucesso em suas pregações. 

 

Não podemos sentir inveja. Precisamos, aliás, agradecer a Deus por esse sucesso todo. Nosso intuito deveria ser alegrar-nos pelas pessoas que estão ouvindo a Palavra, e rezar por esses pregadores. 

 

Na segunda leitura, São João fala das multidões celestiais. Todos somos convidados a estarmos um dia no céu. Cabe a nós responder sim ou não a esse convite, de acordo com o que vivermos agora. Enquanto temos vida, ainda temos tempo de decidirmos se vamos ou não entrar no céu para gozarmos a visão beatífica da Santíssima Trindade, onde não haverá mais lágrimas, porque Deus as enxugará todas (Apoc 7, 17).

 

No evangelho vemos como Jesus é o Bom Pastor que é seguido pelas ovelhas do rebanho. Seguir Jesus com humildade, sem a necessidade de sinais ou milagres. Confiemos nele, como as ovelhas confiam em seu pastor! “Ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai”. “Ninguém vai arrebatá-las de minha mão”. 

 

Muitos consideram o maligno mais forte do que Deus. Ora, se aderiram a Deus, se procuram levantar-se quando caem, se pedem humildemente a proteção dele nas provações e tentações, por que o medo? O maligno não pode fazer nada contra aqueles e aquelas que confiam em Jesus. E se isso não bastasse, temos ainda Maria a nos consolar e a nos proteger. Todos os que aderem a Jesus estão no colo de Maria. 

 

Fico embaraçado em saber quando alguma pessoa que comunga sempre, contempla, reza, vive com os nervos à flor da pele! Por que isso acontece? Medo? Doença? Seja o que for, não faz sentido. Acredito que uma pessoa desse tipo deveria fazer uma análise sincera de sua vida, de como está se comunicando com Deus. Alguma coisa está errada! 

 

Quem procura ser humilde no trato com Deus, comunga, reza, contempla, faz alguma penitência, é como a criança que confia no pai e nunca está preocupada com o que vai acontecer no momento seguinte. Sabe que o pai está para o que der e vier. Deveríamos ser assim também em relação com o nosso querido Pai celeste. 

 

Hoje é dia das mães. Que Maria, nossa querida Mãe, possa colocar em nossa mente e em nosso coração essa confiança filial irrestrita ao Pai de todos nós. E que Deus abençoe todas as mães, essas heroínas de nossos dias.

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5º DOMINGO DA PÁSCOA-C

 

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 14,21b-27 

 

Salmo Responsorial: 144(145)-R- Bendirei o vosso nome, ó meu Deus, meu Senhor e meu rei para sempre 

 

Segunda Leitura: Apocalipse 21,1-5a 

 

Evangelho: João 13,31-33a – 34-35 

 

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – 31Depois que Judas saiu do cenáculo, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. 34Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. 35Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”. – Palavra da salvação. 

 

Comentário: 

 

Na primeira leitura lemos que “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. O sofrimento faz parte de nossa vida. Jesus sofreu muito em sua vida terrena. Se você nunca sofreu ou nunca sofre, desconfie porque algo está errado. 

 

Na segunda: “Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes”. Nem é preciso explicar. Após o sofrimento desta vida, se estivermos de bem com Deus, ele vai poder nos receber no céu e nos confortar. Nunca mais choraremos. É errado dizer que Maria está sofrendo por causa disto ou daquilo, ou mesmo Jesus. Eles estão no céu, não sofrem mais. No céu não há sofrimento. 

 

No evangelho, Jesus diz que será glorificado. Na verdade, ele foi glorificado pela morte na cruz. É desse modo que o Pai o glorificou. E porque ele morreu na cruz livremente por amor a nós, todos nós somos livres de decidirmos se permanecemos ou não com ele. O pecado é um Não que dizemos a Deus e à sua vontade de que todos entremos no céu. Deus não manda ninguém para o inferno. As pessoas vão lá de livre e espontânea vontade. Deus nunca nos abandona, em hipótese alguma. As pessoas é que abandonam Deus, se afastam de Deus. 

 

Fomos visitar uma família pobre num destes dias, e a dona da casa falou-nos que não pedia a Deus para ajudá-los porque quando estavam na abundância, nunca rezaram. Agora não acham justo rezar. Ora, para falar a verdade, nós sempre somos indignos, sempre estamos precisando de Deus. Quando as coisas não estão dando certo em nossa vida, busquemos o auxílio divino pela oração! Caiamos em seus braços! Mas não deixemos de rezar também quando as coisas estão indo bem! A oração faz parte de quem ama a Deus e é por Ele amado (a). Lembremo-nos da parábola do filho pródigo! O pai (aqui representando Deus) o recebeu com todas as honras, mesmo tendo ele pecado “contra o céu e contra ti”, como ele disse ao pai. 

 

Jesus termina dizendo: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (vv 34-35). O amor requer o perdão contínuo. Onde não há perdão, não há amor. Amar implica num certo sofrimento, sofrimento esse que apaga nossos pecados e redundará na vida eterna.

 

REFLEXÃO VICENTINA DO LIVRO MISSÕES:SABER CUIDAR

 

O amor nos faz mais semelhantes a Cristo. O amor nos une como comunidade de fé. O texto de hoje mostra o único mandamento que Jesus deixou para os seus, para que formassem uma comunidade de amor, com a fé em sua divindade. Assim fizeram os Apóstolos após a ressurreição de Jesus: todos repartiam o que tinham, tanto material como espiritualmente. O “repartir” é a expressão mais sublime do que é o amor. A fé transforma o “repartir” em relação íntima com Deus.

A comunidade que o amor nos permite criar é diferente do mundo: estamos no mundo, mas não somos do mundo. O mundo só pensa na salvação material e num rei que tire seus súditos da pobreza.

Os primeiros cristãos não consideravam a morte como um fim, mas como um passaporte para a vida eterna.

São Vicente, nosso mestre, valorizava a virtude da mortificação, que era o desapego das coisas, não deixando que a emoção fosse maior do que a razão. A emoção nos leva ao apego às coisas e aos acontecimentos, como se fossem o mais importante. Ao contrário, a razão, baseada na fé, nos faz dar a verdadeira dimensão, o verdadeiro valor às coisas e aos acontecimentos atuais.

Será que estamos dispostos, como vicentinos, a viver voluntariamente de forma diferente no mundo, desapegados das coisas? Os Pobres são desapegados das coisas não por opção, mas porque não podem agir de outro modo. Viver no amor é viver como os pobres, mesmo que continuemos com nossa vida atual. Este é o verdadeiro sentido da mortificação vicentina.

PARA REFLETIR

1-Qual é a mensagem dos textos bíblicos para a nossa vida e nossa missão vicentina?

2- Amamos verdadeiramente, sem impor condições às pessoas?

3- Nosso amor gera em nós o espírito missionário?

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6º DOMINGO DA PÁSCOA

 

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 15,1-2.22-29 

 

Salmo Responsorial: 66(67)-R- Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem!. 

 

Segunda Leitura: Apocalipse 21,10-14.22-23 

 

Evangelho: João 14,23-29 

 

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 23“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito. 27Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis”. – Palavra da salvação. 

 

Comentários 

 

A primeira leitura repete o tema de um dos dias passados: o Concílio de Jerusalém resolveu aceitar os pagãos no cristianismo sem terem que passar pelo judaísmo, bastando que continuassem observando aqueles quatro itens para não escandalizarem os cristãos provindos do judaísmo: não comer carne sacrificada aos ídolos, nem carne sufocada, nem sangue, e abster-se de uniões matrimoniais ilícitas. Paulo, Barnabé, Judas, Silas e alguns outros foram espalhar a notícia aos pagãos, que se entusiasmaram com a notícia e deram graças a Deus. Talvez, porém, muitos judeus não tenham gostado nadinha dessa medida, pois era algo visto como desapreço e até traição ao judaísmo. Atualmente ocorre o mesmo problema: muitos não aceitam muitas mudanças necessárias promovidas pelo colégio episcopal junto com o Papa. 

 

Na segunda leitura vemos que na “Jerusalém” celeste não vai haver necessidade de templo, pois veremos Deus face a face na pessoa de Jesus: ele é o Templo, “o Deus Todo –poderoso, e o Cordeiro”. A luz dessa cidade celeste é a glória de Deus. Sua lâmpada é o Cordeiro. 

 

No evangelho Jesus diz: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”. Seremos o templo de Deus se o amarmos. E já sabemos que amaremos a Deus se amarmos o próximo. Quem diz que ama a Deus, que não vê, mas não ama o próximo, que está vendo, é um mentiroso, diz o próprio São João em sua epístola. 

 

Jesus diz também que a paz que ele nos dá é diferente da que o mundo nos dá. A paz do mundo é baseada no ter, no possuir, a detrimento de tudo e de todos. É uma paz fajuta e passageira. Baseada na materialidade. Não adianta estarmos de barriga cheia mas irmos para o inferno. 

 

A paz que Jesus nos dá é baseada no amor, na misericórdia, no mútuo entendimento, e não está isenta de problemas e sofrimentos. A paz que Jesus nos dá está baseada naquilo que ele diz em seguida: “Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”. Só conseguiremos não nos perturbarmos e não nos intimidarmos se tivermos uma fé autêntica e sincera em Jesus Cristo, sabendo que ele nunca nos abandonou, apesar de estar invisível.

 

REFLEXÃO VICENTINA DO LIVRO MISSÕES:SABER CUIDAR

As leituras deste domingo nos preparam para a festa do domingo que vem, a Ascensão do Senhor, dia em que Jesus partiu definitivamente para o Céu, prometendo voltar no fim dos tempos. Para que os discípulos não ficassem tão “perdidos” como na sua morte, Jesus dá duas recomendações tranquilizadoras: 1- Ele estaria com os discípulos e estará conosco até o fim dos tempos; 2- O Espírito Santo viria sobre todos para esclarecer tudo e para capacitar os discípulos para a missão. 

Jesus está sempre conosco, mesmo que não percebamos isso. Essa permanência se aprofunda com nossa oração e com nossas obras de caridade. A oração é um momento não só espiritual, mas real com Deus. Na oração nos comunicamos com Jesus e dizemos que queremos ficar com Ele, assumindo nossa natureza humana tão frágil e nos deixando tocar pela Sua graça, mediante a fé que nos fortalece. 

Quando visitamos o pobre, Jesus vem ao nosso encontro, pois sua presença é mais forte nos necessitados. Não é necessário esperar pelo último dia para perceber a presença de Deus: nós a temos no escondido do nosso quarto, quando oramos, no sacrário ou na pequena casa do assistido.

Quanto ao Espírito Santo, Ele nos guiará sempre, mesmo que mudem os tempos e os costumes. Como nos diz a primeira leitura, o que importa não são os sinais externos (no caso a circuncisão), mas no que temos no coração (purificado pelo Batismo), pois a conversão vem de dentro de nós e não de fora. 

Como vicentinos, às vezes nos apegamos muito às regras, aos costumes, e nos esquecemos de que o que importa é o que está dentro do coração do assistido e não o que está fora. É preciso deixar que o Espírito Santo Consolador (Paráclito) nos guie para que não sejamos muito radicais no julgamento dos pobres ou dos nossos confrades e consócias. Desta forma, buscaremos o que há de bom tanto no coração do outro como em nós mesmos.

PARA REFLETIR:

1- Qual é a mensagem dos textos bíblicos para nossa vida e nossa missão vicentina:

2- Reconhecemos a presença do Senhor Jesus em tudo o que fazemos e nas obras em que trabalhamos?

3- Exigimos demais das pessoas ou aceitamos as pessoas tal como elas são? Facilitamos para os pobres e as pessoas em geral a aproximação com Deus e sua proposta ou impomos várias condições?

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ASCENSÃO DO SENHOR -C

 

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 1,1-11 

 

Salmo Responsorial 46(47) R- Por entre aclamações Deus se elevou, / o Senhor subiu ao toque da trombeta! 

 

Segunda Leitura: Efésios 1,17-23 

 

Evangelho: Lucas 24, 46-53

"46.“Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. 47.E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48.Vós sois as testemunhas de tudo isso. 49.Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”.* 50.Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. 51.Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. 52.Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo. 53.E permaneciam no templo, louvando e bendizendo a Deus."

 

Comentário: 

 

Jesus não nos abandonou quando subiu ao céu, festa de hoje. Ele permaneceu conosco de modo invisível e na Eucaristia, visível, mas sob forma de pão e vinho, ou seja, de alimento. 

 

Os Anjos olharam o pessoal do gargarejo, que olhava Jesus subindo ao céu, e lhes chamou a atenção, perguntando o que eles estavam fazendo de boca aberta olhando para o alto. Talvez os Anjos quisessem dizer que era hora de começar a reconstrução do mundo, de suas vidas, da sociedade em que viviam. 

 

Jesus veio não só nos salvar para a vida eterna, mas também nos ensinar a viver o dia a dia. Ele iniciou sua vida em Nazaré, com seus pais, como operário e membro daquela pequena comunidade familiar. Ou seja: Jesus não se arrogou o direito de ser diferente, por ser Deus. Ele humilhou-se ao máximo para ser como nós. Disse alguém que só mesmo Deus poderia ser tão perfeito como homem. 

 

Mas ele nos convida não a nos tornarmos deuses, mas a agir como ele agiu, seguir o caminho que ele seguiu, mesmo que isso implique em pegarmos a cruz como ele pegou. 

 

Mas desde já eu garanto: por mais pesada que a nossa cruz seja, nunca vai pesar como a de Jesus. Um dos motivos é porque ele não tinha pecado algum. Nenhum. 

 

REFLEXÃO VICENTINA DO LIVRO MISSÕES:SABER CUIDAR

Em sua Ascensão, Jesus pediu para os Apóstolos serem suas testemunhas em Jerusalém e em todos os lugares, e disse que receberiam o poder do Espírito Santo para serem capazes de fazer isso. 

Esse é um convite e um mandato principalmente para todos nós, vicentinos, para que possamos dar sentido à nossa missão hoje, na esperança da parusia (=vinda definitiva de Jesus), anunciada pelos anjos aos que olhavam Jesus desaparecer no ar.

Toda a história do mundo fez sentido com a vinda de Jesus, com o seu sofrimento pelos nossos pecados e, sobretudo, com a sua Ressurreição. Como São Paulo nos diz: “Se Jesus não ressuscitou, é vã a nossa fé” (1Cor 15,14), ou seja, sem a Ressurreição, nossa fé seria sem sentido.

A grande diferença entre a morte e a ascensão de Jesus é que na morte, todos ficaram como que “perdidos”, pois os discípulos pensaram que fosse um fim. Mas na verdade a morte foi substituída pela ressurreição de Jesus. E na Ascensão, foi prometida a parusia, ou seja, o reencontro com Jesus, no final dos tempos, e também foi prometido o Espírito Santo para nos preparar o caminho e eles puderam entender que o seu afastamento era, efetivamente, um recomeço, uma esperança no reencontro com Ele. 

Nesse contexto, nas palavras que Jesus lhes disse, todos somos convidados a levar a Boa Nova a todo mundo, guiados pelo Espírito Santo.

Como vicentinos, sabemos que esta é a missão que abraçamos e que Deus nos deu como presente. A visita ao assistido e a busca na santificação têm que ser feitas através do sentido da evangelização, tanto dos pobres quanto de todos, inclusive de nós mesmos. Na Ascensão Jesus diz, em especial aos vicentinos, que guiem seus caminhos missionários pelo Espírito Santo que Ele deixou no meio e dentro de nós. 

Por isso, dizemos que devemos “servir na esperança”: servir aos pobres, para que todos, tanto os pobres como nós, tenhamos a esperança da chegada da parusia. 

PARA REFLETIR:

1- Qual é a mensagem dos textos bíblicos para nossa vida e nossa missão vicentina?

2-Assumimos como nossa a missão de Jesus?

3-Somos missionários zelosos e abnegados?

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DOMINGO DE PENTECOSTES

 

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 

 

Primeira Leitura: Atos 2,1-11 

Salmo Responsorial 103(104)R- Enviai o vosso Espírito, Senhor, / e da terra toda a face renovai.

Segunda Leitura: 1 Coríntios 12,3b-7.12-13 

Evangelho: João 20,19-23 (ou João 14,15-16.23b-26)

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – 19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”. – Palavra da salvação.

 

Comentário: 

A palavra “Pentecostes” em si não tem nada a ver com “Espírito Santo”. Era, na verdade, uma festa judaica em que eram oferecidas a Deus as primícias da colheita. Nós comemoramos nesta data a vinda do Espírito Santo porque foi nela que isso aconteceu.

Quero lembrar aqui que a ação do Espírito Santo nos que ali estavam reunidos (1ª leitura) e em todos os que são batizados, se dá na abertura da consciência para que as pessoas possam conhecer-se melhor e, assim, promoverem a causa da própria santificação, ao descobrirem, também, a presença do outro. 

Na segunda leitura São Paulo diz aos coríntios que é o Espírito Santo que nos inspira as orações e o louvor a Deus. Há um só Espírito Santo, embora os dons sejam diversos. Eu comparo com os aparelhos ligados na eletricidade: todos eles recebem a mesma energia elétrica, mas cada um funciona de modo diferente. O efeito do Espírito Santo em mim não vai ser igual ao efeito em você, por exemplo.

Naquele dia de Pentecostes ocorreu um fenômeno oposto ao ocorrido na Torre de Babel, em que todos se desentenderam. Em Pentecostes, como na ONU e em assembleias internacionais, o orador fala em sua própria língua mas, graças aos tradutores, os ouvintes ouvem o discurso em sua própria língua. Isso hoje é conseguido pela tecnologia, mas naquele tempo só era algo obtido através do milagre. E isso aconteceu naquele ambiente em que todos estavam reunidos, de nações diferentes. 

Mas, mais do que um encontro de nacionalidades diferentes, o relato quis enfatizar o fato de que todas as pessoas do mundo podem se unir em torno de um ideal, talvez o de promover a paz mundial, se se deixarem envolver pelo Espírito Santo. 

No Evangelho vemos ainda o poder que Jesus dá aos Apóstolos (e consequentemente aos bispos, seus sucessores, e aos padres, que auxiliam os bispos), o poder de perdoar os pecados. 

É bom esclarecer, entretanto, que em outras ocasiões Jesus deixou bem claro que, se qualquer pessoa, mesmo um cristão leigo sem “poderes sacerdotais”, perdoar outra pessoa, Deus também a perdoará. Ou seja, devemos perdoar sempre. Quero lembrar, entretanto, que perdoar não significa "deixar pra lá". Se a pessoa precisar compensar o mal feito, deve fazer a reparação. Também lembro que o perdão sempre deve ser dado, mas só o recebe quem estiver arrependido ou pelo menos estiver desejando o perdão. 

Penso que quando chegar a minha hora de morrer, se não houver ali perto nenhum sacerdote, eu tenho convicção que vou pedir a qualquer pessoa ali ao lado que peça a Deus que me perdoe, e creio que serei perdoado também por Deus. Leia em Tiago 5, 16: “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz”.

 

REFLEXÃO VICENTINA DO LIVRO MISSÕES: SABER CUIDAR

A partir da vinda do Espírito Santo, os Apóstolos, tendo recebido de Jesus o múnus sacerdotal, poderiam perdoar os pecados e realizar os sacramentos e transmitir esse poder a quem desejassem. Entre esses sacramentos está a Confirmação ou Crisma, momento em que cada um de nós confirma que quer ser conduzido e inspirado pelo Espírito Santo. Ele nos orienta e nos fortalece para seguirmos nossa missão, pois somos o seu Templo. 

Os sete dons do Espírito Santo são: fortaleza, sabedoria, ciência, conselho, entendimento, piedade e temor de Deus. 

Fortaleza: nos dá coragem para enfrentar as perseguições e tentações do mal, além de permanecermos firmes na fé. Como vicentinos, isso tem tudo a ver com nossa vocação de serviço ao pobre, com nossa santificação e com o fato de sermos semeadores da justiça. 

Sabedoria: nos faz reconhecer que toda a sabedoria vem de Deus. Como vicentinos, Ele nos dá sabedoria quando não nos sentimos capazes de saber como servir aos pobres e, mesmo assim, seguimos confiantes de que ele nos guia pelo caminho correto. 

Ciência: nos faz aperfeiçoar e utilizar a inteligência.  Como vicentinos, a ciência nos faz criativos para descobrir formas novas e inovadoras de servirmos aos pobres e exercitarmos a justiça. 

Conselho: nos permite o reto discernimento e santas atitudes em determinadas circunstâncias. Como vicentinos, percebemos o conselho do Espírito Santo quando temos que tomar decisões difíceis e colocamos em suas mãos as nossas dúvidas. 

Entendimento: torna nossa inteligência capaz de entender intuitivamente as verdades reveladas e as naturais. Como vicentinos, percebemos o entendimento do Espírito Santo quando entendemos as graças e os milagres que Deus faz em nossa vida ou na vida dos pobres a quem servimos. 

Piedade: nos faz rezar e praticar o bem a todos. Como vicentinos, exercitamos sempre a piedade quando vemos no outro, especialmente no pobre, a presença viva de Cristo e saímos para servir-lhe. 

Temor a Deus: nos faz praticar os seus mandamentos com sinceridade de coração. Como vicentinos, praticamos o temor a Deus quando nos colocamos de forma sincera a serviço dos pobres e quando buscamos genuinamente a nossa santidade. 

Como vicentinos, temos que não só exercitar os dons do Espírito Santo, que estão dentro de nós, como também buscá-los sempre nos outros, pois não há ninguém que não possa manifestar esses dons. E quando vermos uma pessoa verdadeiramente cheia do Espírito Santo, não devemos estranhar isso.

PARA REFLETIR:

1- Qual é a mensagem dos textos bíblicos para nossa vida e nossa missão vicentina?

2- De qual dos dons do Espírito Santo nós estamos precisando mais?

3- Reconhecemos a ação e Deus em nossa vida e na vida das pessoas?