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SEGUNDA-FEIRA DA 12ª SEMANA COMUM
26/06/2023
Primeira Leitura: Gênesis 12,1-9
Salmo Responsorial 32(33)-R- Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
Evangelho: Mateus 7,1-5
Naquele tempo Jesus disse: “Não julgueis, e não sereis julgados. 2 Pois com o mesmo julgamento com que julgardes os outros sereis julgados; e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. 3 Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? 4 Ou, como podes dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? 5 Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão.
Comentário:
Na primeira leitura Deus diz a Abraão para deixar a sua pátria e partir para a terra que ele mostrar. Prometeu a Abraão que faria dele um grande povo e o abençoaria muito. Abraão obedece a Deus e parte de sua terra com tudo o que possuía. Seu sobrinho Ló (ou Lot) foi com ele. Deus lhes deu a terra de Canaã.
Abraão confiou plenamente em Deus. O projeto de Deus para a humanidade requer homens e mulheres que, como Abraão, se arrisquem, mesmo sabendo que vão ter que renunciar a coisas que nunca mais vão retomar, como ocorreu com ele. Se a pessoa não se arrisca talvez viva uma vidinha tranquila, sem problemas.... mas eu pergunto: valeu a pena?
Muitos se arriscam e sofrem incompreensões, calúnias, sofrimentos, mas, se não desistirem e confiarem em Deus, suas vidas vão ser refeitas e eles podem viver o restante delas com muita paz no coração e com a certeza de que são amados por Deus e por ele vão ser recompensados com o paraíso.
No evangelho de hoje Jesus nos admoesta que não podemos julgar os outros, pois seremos julgados com os mesmos critérios que usamos para o julgamento.
Muitas vezes nós ficamos tão preocupados em julgar os demais que não vemos os nossos próprios defeitos e vamos acabar nos perdendo para a vida eterna.
Se formos mais humildes e tentarmos perceber os nossos defeitos e corrigirmo-nos para não mais pecar, vamos nos capacitar para ver que muitas coisas que os outros fazem eles o fazem sem tanta consciência de que estão erradas ou fora de lugar ou fora de propósito.
Julgar é diferente de mostrar os erros para que as pessoas se corrijam. Muitos não diferenciam uma coisa da outra. Quando as pessoas subordinadas a nós têm que ser corrigidas, devemos fazer isso, mas com muita caridade e cuidado para não dizer coisas que não existem.
Julgar é achar que as pessoas fazem isto ou aquilo por maldade ou malícia ou má intenção. Nunca sabemos ao certo o que move as pessoas a fazerem isto ou aquilo. Enfim, sempre podemos conversar com as pessoas sobre as atitudes que parecem inconvenientes, mas nunca devemos julgar.
TERÇA-FEIRA DA 12ª SEMANA DO TEMPO COMUM
27/06/2023
São Cirilo de Alexandria, bispo e doutor da Igreja
1ª Leitura Gênesis 13,2.5-18
Salmo 14(15)R- Senhor, quem morará em vosso Monte Santo?
Evangelho Mateus 7,6.12-14
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 6“Não deis aos cães as coisas santas nem atireis vossas pérolas aos porcos, para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem. 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a lei e os profetas. 13Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! 14Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram!” – Palavra da salvação
Comentário:
A lição da primeira leitura, a meu ver, é o fato de Abaão e Lot terem resolvido o problema de partilha numa boa, sem precisar violência nem agressividade. Simplesmente combinaram quem ia ficar com o quê.
Como seria bom se isso ocorresse também em nossa vida! Mas não é isso que vemos. Um conhecido meu morreu e ainda estava na sala sendo velado quando sua esposa e sua amante brigavam, na cozinha, para ver quem ia ficar com seus bens.
Salomão teve também de resolver um problema semelhante: duas mães, uma falsa e uma verdadeira, disputavam a posse de uma criança. Para resolver o problema, Salomão pediu que dividissem a criança ao meio e se desse uma metade para cada presumível mãe. A mãe verdadeira, então, declinou da posse do filho e deixou-o para a mãe falsa. É claro que foi para a mãe verdadeira que Salomão entregou a criança.
Devemos, pois, resolver nossas questões, nossos problemas, com muita caridade e honestidade, como o fizeram Abraão e Lot.
Já no evangelho, Jesus dá uma orientação de como deve ser nossa conduta como cristãos. Essa frase “não deis aos cães as coisas santas” tem sido entendida de várias formas. Na minha opinião, Jesus quer dizer com isso que não devemos perder tempo com quem não quer conhecer a palavra. Essas pessoas só são convencidas com nosso bom exemplo e com a oração. Rezemos por elas! Mas poupemos nossas palavras de persuasão. Elas servirão apenas para solidificar mais nelas a ignorância religiosa.
Quanto a não jogarmos pérolas aos porcos, tem o mesmo significado e pode significar que não adianta exigir perfeição e grandes resultados de pessoas que não têm um mínimo de espiritualidade, de formação religiosa. A vida espiritual deve começar das coisas mais simples e ir aos poucos se aprimorando. As pessoas desinformadas, não evangelizadas, não vão entender nossos atos de misericórdia e piedade. Tudo deve ser feito aos poucos, como Jesus fez. Ele não ditou as coisas lá do céu, mas se fez um de nós e se encarnou, aprendeu a mamar, a comer papinha e aos poucos foi tomando conta da humanidade. Em Medjugorje, por exemplo, N. Senhora, no início das aparições, só pedia aos videntes que rezassem sete vezes o Pai-nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai para sete determinadas intenções que ela propôs. Depois disso, começou aos poucos a aumentar esse tempo de oração, até chegar à atualidade, que são três horas.
O caminho para o céu parece estreito, mas quando começamos a trilhá-lo percebemos que não é assim. Na verdade, o caminho estreito nos traz a plena presença de Deus em nossa vida e se torna fácil, gostoso e compensador. A graça de Deus é glamorosa para quem o busca no caminho estreito.
QUARTA-FEIRA DA 12ª SEMANA COMUM
28/06/2023
Sto. Irineu, bispo, mártir e doutor da Igreja
Primeira Leitura: Gênesis 15,1-12.17-18
Salmo Responsorial: 104(105) R- O Senhor se lembra sempre da Aliança
Evangelho: Mateus 7,15-20
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15“Cuidado com os falsos profetas: eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. 16Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? 17Assim, toda árvore boa produz frutos bons e toda árvore má produz frutos maus. 18Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. 19Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo. 20Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis”. – Palavra da salvação.
Comentário:
Na primeira leitura, Deus faz aliança com Abraão, prometendo-lhe uma descendência numerosa, embora ele não tivesse filho algum. E essa aliança foi feita unilateralmente, pois não era só Deus que tinha que passar entre os animais partidos ao meio: Abraão também deveria ter passado, mas Deus não exigiu isso dele.
Deus é assim: sempre nos acolhe, mesmo após ter sido ofendido. Basta que lhe peçamos perdão e nos comprometamos a não mais pecar. Ele cumpre a sua palavra, mesmo que nós não cumpramos a nossa.
Entretanto, diz S. Paulo que de Deus não se zomba. Ou seja: pode haver um dia em que nós repitamos tanto as nossas ofensas que não tenhamos mais possibilidade de retorno ao seu aconchego. Não que ele não nos acolha: é o nosso coração que pode endurecer após tanto pecado sem arrependimento.
No evangelho Jesus nos ensina a conhecermos quem é falso profeta e quem é verdadeiro: pelos frutos.
Por exemplo, pode ser verdadeiro profeta aquele que aprova o aborto? Pois há uma religião evangélica famosa que aprova, quando a moça vai ter uma criança por ter sido violentada. O aborto é um crime e não pode ser praticado sob nenhuma circunstância. Esse é um falso profeta.
Pode ser uma "árvore boa" a pessoa que inferniza a vida das outras com fofocas e incompreensões? De jeito nenhum. Mesmo que sempre frequente a igreja.
Em resumo: devemos proclamar o evangelho não tanto com nossas palavras, mas com nossa vida, uma vida de amor, de compreensão, de perdão, de caridade, de castidade (relativa a cada estado de vida), e principalmente de oração, que vai dar força e coragem para praticar as demais anteriores.
QUINTA-FEIRA DA 12ª SEMANA COMUM
29/06/2023
1ª. Leitura –Gênesis 16,1-12.15-16
Salmo 105(106) R-Dai graças ao Senhor, porque ele é bom.
Evangelho Mateus 7,21-29
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Naquele dia, muitos vão me dizer: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres?’ 23Então eu lhes direi publicamente: jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!” 28Quando Jesus acabou de dizer essas palavras, as multidões ficaram admiradas com seu ensinamento. 29De fato, ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os mestres da lei. – Palavra da salvação.
Comentário:
Na primeira leitura vemos como nós muitas vezes não confiamos em Deus. Abraão havia recebido a promessa de que iria ter um filho legítimo, mas não acreditou em Deus. Teve um filho com a escrava, Agar. Deus cumpriu sua promessa, mas não abandonou Ismael. Prometeu a Agar que também a Ismael multiplicaria a descendência. A promessa de Deus de dar um filho a Abraão demorou um pouco, mas chegou.
Nós temos que aguardar o tempo de Deus em nossa vida. Para Deus o tempo não funciona da mesma forma que para nós. A paciência é muito necessária na provação. É por nossas atitudes durante as provações e as esperas que Deus vai nos conceder ou não suas graças. Você confia na misericórdia, na justiça, na presença de Deus em sua vida?
Tudo está nas mãos de Deus. Ele governa o universo e tudo o que existe. Deus é infinitamente sábio. Ele sabe o que faz. Portanto, quando formos pedir algo a ele, saibamos que de alguma forma ele nos atenderá. Só que pode demorar e talvez não seja bem do jeito que pedimos. Ele nos atende segundo a possibilidade que teremos ou não de chegarmos à vida eterna. Tudo o que for impossibilitar nossa ida para o céu, ele não nos permite, não nos atende, se lhe dermos essa possibilidade.
Já no Evangelho Jesus diz que não basta dizer “Senhor, Senhor”. É preciso também praticar o evangelho, não só falar dele ou tentar “enrolar Deus” com orações capciosas. Deus é sábio, poderoso, mas também é igualmente misericordioso. Se lhe dermos liberdade, talvez ele não nos dê exatamente aquilo que pedimos, pois pode, talvez, levar-nos ao mal.
Ele termina dizendo que precisamos aprender a construir nossa casa sobre a rocha, e não sobre a areia. Construir a casa sobre a rocha é basear nossa vida naquilo que Jesus nos ensinou, observar os mandamentos e ir além disso: fazer tudo o que pudermos para que o Reino de Deus aconteça sobre a terra e para estarmos sempre unidos entre nós e a Deus.
SEXTA-FEIRA DA 12ª SEMANA COMUM
ano ímpar
Primeira Leitura: Gênesis 17,1.9-10.15-22
Salmo Responsorial 127(128)R- Será assim abençoado todo aquele que respeita o Senhor
Evangelho: Mateus 8,1-4
Quando Jesus desceu da montanha, grandes multidões o seguiram. 2 Nisso, um leproso se aproximou e caiu de joelhos diante dele, dizendo: “Senhor, se queres, tens o poder de purificar- me”. 3 Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fica purificado”. No mesmo instante, o homem ficou purificado da lepra. 4 Então Jesus lhe disse: “Olha, não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferenda prescrita por Moisés; isso lhes servirá de testemunho”.
COMENTÁRIO:
Na primeira leitura temos o pacto feito por Deus com Abraão e o sinal externo, por parte do patriarca era a circuncisão: todos os homens deveriam ser circuncidados. A circuncisão dura até hoje entre os judeus e, no cristianismo, foi substituída pelo Batismo. A diferença da circuncisão dos hebreus com outros povos da antiguidade é que entre esses povos, a circuncisão era a iniciação à puberdade, mas entre os hebreus era feita logo após o nascimento e era uma relação especial com a divindade.
Jeremias e alguns outros profetas sempre lembravam ao povo que a circuncisão deveria ser feita, também, no coração, simbolicamente, e não apenas no corpo. Ou seja, não deveria ser apenas externa, mas acompanhada do amor a Deus e ao próximo. Nosso Batismo é a mesma coisa: não adianta saber que se é batizado, mas viver como uma pessoa batizada, sempre ouvindo e procurando praticar os ensinamentos de Jesus, que nasceu, viveu e morreu para nos salvar. O Batismo nos faz membros do novo povo de Deus, a Igreja. Devemos renová-lo todos os dias, com a intenção firme de nos convertermos a cada dia que temos pela frente.
No evangelho vemos Jesus tocando a mão no leproso, coisa impensável naqueles tempos. As pessoas que tocassem num leproso ficavam impuros e não podiam ir ao Templo. Com Jesus, entretanto, era diferente: quando ele tocava em alguém, não era ele quem ficava impuro, mas sim o doente que se purificava.
Diz o missal cotidiano que nós criamos critérios do que é normal ou não e nos aproximamo-nos ou não dos que vivem conosco, segundo esses critérios criados. Em nossas comunidades às vezes vemos os pobres com telescópios, nas revistas e tevê, e tecemos muitas palavras bonitas para amenizar a situação, mas poucos se animam a ajudar essas pessoas. Jesus não se limitou a olhar o leproso, mas tocou nele. Isso foi desconcertante para os costumes daquele tempo. Em nosso tempo, quem se anima a trabalhar de verdade com os marginalizados ficam sendo observados para serem apanhados em algum deslize, que não vai ser minimizado, mas, pelo contrário, aumentado.
Em suma: temos que ser profetas de verdade, não apenas com palavras. Temos que apostar num mundo melhor e mais justo, confiar na conversão das pessoas. E, quanto a nós, procurarmos cada vez mais perseverarmos no caminho da santidade. Se Abraão não ouvisse Deus e permanecesse em sua terra, não haveria o povo hebreu e depois o judeu. Quanto a nós, se todos se convertessem, tenho certeza que a pandemia acabaria. Deus não a causou, mas a faria cessar.