A Geração da Utopia

I - Algumas datas implícitas no romance

Em 1966, o MPLA abrira a Frente Leste.

Em Abril de 1968, Hoji ia Henda era o 1º comandante. Considerado como um dos maiores guerrilheiros do MPLA, Henda, que era sobrinho de Mendes de Carvalho, morreu perto da fronteira, num ataque ao quartel de  Caripande. Abril seria sempre uma data fatídica, com a morte do herói. G.U. pág.140. Em dezembro de 1970(?)...Em Agosto de 1956 (?), grande ofensiva no Leste. A luta do MPLA desenvolvia-se para sul-leste e norte-leste, com quatro bases perto da fronteira da Zâmbia, apoiadas pela base central de Kassamba, no interior do país referido.

Conflito entre a direção de Neto e Chipenda / os guerrilheiros vítimas de maus tratos.

Em 1972, a rebelião espontânea organiza-se em "Revolta do Leste". Partido revolucionário dentro do Movimento. G.U., pág. 150. Para agravar a situação interna do MPLA, um grupo de intelectuais ( romance, toda a 6ª parte da Chana, pág. 149-150) forma a Revolta Activa contra a direção de Neto, no seguimento do Movimento de Reajustamento impulsionado por Gentil Viana, recém-chegado de Pequim e conselheiro de Neto de 1970 a 1972, numa época de retrocesso militar.

 

II - Notas de leitura do romance

 A CASA (1961) - construção metonímica  ( ver CASA dos ESTUDANTES do IMPÉRIO)

pág. 13: «ali mesmo no centro mesmo do Império, Sara descobriu a sua diferença cultural em relação aos portugueses); pág. 17 «entraram na Casa dos Estudantes»; pág. 18 «as mesas estavam todas ocupadas» (a cor; a guerra racial); pág. 19 «Devem estar a fazer inquéritos e mais inquéritos sobre a Casa...»; pág. 26 «Não preferes que te deixe na Casa?»; pág. 27 « Nunca levava a francesa à Casa... curiosa de conhecer o centro da revolução africana em Lisboa, como dizia...»; pág. 28: « O Horácio, um mulato que publicara uns poemas no Boletim da Casa...»; pág. 30 «Sara tinha estado antes na Casa para arranjar companheiros (manifestação do 1º de Maio); pág. 31 « a malta da Casa está a demarcar-se ou quê? Só estamos mesmo nós?»; pág. 32 « A malta da Casa teria razão, já não era?» ; pág. 39 « Já a própria casa tinha orelhas pidescas?»; pág. 43 «Dizem que  a Pide está a apertar o cerco à Casa"; pág. 51-52 « Os comunistas ... Até na Casa . Sem que a malta saiba...»

A manifestação (31); a República (32); Avante (35); UPA (35); MPLA (36)

Terra do café (37); o mulato - o mestiço, a elite angolana, o colonialismo (37);  a relação do mulato com os brancos (38); Aníbal (54); o português puro nunca existiu (62); a política (41); a poligamia (44); a gravidez de Sara (44): « só podia ser um mulatinho lindo. Nascida em Benguela, para não fugir à tradição (...) a cidade das acácias - analepse: o pai judeu, a mãe, o irmão; a profissão em África - a medicina (47); a independência (47); Aníbal - mobilização para Angola (48); a deserção - o exterior (49) A clandestinidade , o general cartaginês Aníbal (50); a rede clandestina, as prioridades (51); os comunistas - os nacionalistas angolanos (51-52); os comunistas não concordam com a deserção; Steinbeck (56) A Náusea de Sartre (66); Marta (56); o anarquismo (59, 64); o olhar reprovador dos brancos (61); a mentalidade passiva dos portugueses (62); Malongo machista (63, 64); Denise, adepta do FNL argelino - a guerra da Argélia (67-68); As reações ao desaparecimento de Aníbal (69); a divergência ideológica; o desenho das principais personagens - Aníbal, Marta, Sara (75-77); influência do Modernismo brasileiro - referência a Viriato Cruz  / Mário de Andrade - o problema da língua (77); Horácio, a relação entre a poesia e a revolução (78); a sociedade plurirracial (79)...