Observação de aulas

                       1. O âmbito da observação

 

                Em termos gerais, a observação facilita a análise do comportamento e da acção, mas tem dificuldade em delimitar o pensamento, a visão do mundo, a atitude.

                    Tradicionalmente, quando se utiliza a observação na avaliação dos professores, pressupõe-se que:

 

 

                Há que tomar em consideração que a observação não abrange: a planificação, a avaliação que os professores fazem dos materiais de ensino, a escolha que os professores fazem dos métodos de ensino e as relações de trabalho com os colegas, com os pais e outros membros da comunidade.

 

                2. Sistemas de observação

 

                Na selecção de um sistema de observação, o observador acaba sempre por confrontar-se com as questões da validade e da fiabilidade. Por isso, a observação deve ser, sobretudo, dirigida às redes de actividades criadas na sala de aula e não, apenas, aos comportamentos ou às acções.

                3. A validade da observação no ensino

                Depende da sua frequência, na medida em que só esta pode certificar que o ensino é semelhannte em diferentes contextos [grupos diferentes de alunos] e ocasiões.

                Por outro lado, é necessário ter em consideração que há factores contextuais que podem gerar instabilidade e inconsistência: conteúdo da disciplina, o ano de escolaridade, o tipo de aula e o tipo de objectivos a atingir na aula, as características dos alunos e do professor [a filosofia de ensino], a política da escola...

                4. Número, duração e natureza das observações

                Do ponto de vista da fiabilidade, as observações mais curtas produzem provavelmente melhor evidência.

                Como o ensino é, por natureza variável, é recomendável fazer o maior número possível de observações.

            As observações devem focar os principais contextos em que o professor trabalha, o tipo de aulas mais frequentemente dadas pelo professor, e aquelas que são mais susceptíveis de indicarem as competências de um professor.

                5. O papel da observação

                Como há muitos aspectos importantes inerentes ao ensino que não são directamente observáveis, não devemos exagerar o papel da observação. Como poderemos avaliar um professor sem o observar em acção?

                II

 

                1. Propósito:[i]

“Explorar a natureza da observação como processo de investigação e fornecer linhas orientadoras que permitam a tomada consciente de decisões quanto ao design e desenvolvimento de investigação que utilize observações.”

·       Natureza da observação e dos respectivos instrumentos

·       A observação como processo de investigação

                2. A natureza da observação

·       A observação como fenómeno multifacetado: do informal ao muito formal.

·       A observação como processo de investigação e tomada de decisões

·       A observação como meio de representar a realidade: a questão da procura da verdade.

·       A observação como processo contextualizado:

1.     O contexto local

2.     O contexto histórico do “local”

3.     O contexto histórico do acontecimento específico que se está a estudar

4.     O contexto como resultado da abordagem de investigação

 

                3. Principais sistemas de registo e colecção de dados provenientes de observações

Sistemas abertos

Sistemas fechados

1.     Categorias pré-determinadas com base na experiência do investigador;

2.     Papel do observador: captar parte do contexto;

3.  Análise dos dados: podem ser identificados novos factores (variáveis)

4.     “Grande angular”:

·       Sistema descritivo: método de registo - são utilizados símbolos e ou transcrições para registar múltiplos aspectos dos comportamentos seleccionados; audio e video-gravações. O objectivo é identificar princípios gerais a partir de situações específicas.

· Sistema narrativo: método de registo - largos segmentos de acontecimentos por escrito ou oralmente. Observações registadas na linguagem utilizada. O objectivo é a compreensão de casos específicos e comparar resultados “ao longo” dos diferentes casos.

5. Categorias pré-determinadas, reflectindo teorias e concepções do investigador.

6. Papel do observador: centrar-se apenas nos “itens” previamente determinados.

 

             4. Sistema de Categorias

               

                5. Tipos de sistemas de categorias

 

1.     Sistema de categorias

2.     Listas de verificação

3.     Escalas de ordenação

 

                6. Tipos de sistemas narrativos

 

   

 

                7. O erro na observação

                O objectivo da observação é o de representar segmentos específicos da realidade. Para representar esse aspecto da realidade utiliza-se um meio, um sistema ou mecanismo que naturalmente tem limitações.

 

Fontes de erro na observação

·       O observador

·       O sistema adoptado

·       O esquema conceptual do estudo

·    Os procedimentos utilizados na recolha de dados

 

               

                III [ii] Que instrumentos utilizar na observação?

 

[i]  - Evertson, C. & Green, J. (1986). Observation as inquiry and method. In M. C. Wittrock (Ed.), Handbook of Research on Teaching (pp. 162-213). New York: McMillan.

[ii]  - Que instrumentos utilizar na observação?, Pensar a avaliação, melhorar a aprendizagem, in  Instituto de Inovação Educacional B/5 - Avaliação formativa