O povo bantu

O radical -ntu - qualifica as pessoas humanas; o prefixo do plural - ba. Singular: mutu - significa etimologicamente pessoas ou gente.

Foi o filólogo alemão Bleck quem no séc. XIX deu ao conjunto de mais de 260 línguas e dialetos que se falam na África Meridional, o nome bantu.

A sociedade bantu tem por base a família, em que o pai detém a autoridade civil e religiosa, sendo polígamos, principalmente,  os chefes. A família compõe-se do pai, da mãe, dos filhos e avós, tios, primos, os co-sanguíneos e afins. O laço que a todos une é a comunidade de sangue e, por isso, chamam pai aos tios, irmãos aos primos, sem terem em grande conta a maior ou menor proximidade do tronco comum.

Um grupo de famílias que descendem de um antepassado comum forma o clã e por isso a hierarquia do bantu encontra-se assim estruturada: antepassados, chefes, na, por anciãos (conselheiros) e parentes, sendo os seus estratos sociais constituídos pela nobreza, formada pelos chefes, pelos guerreiros e caçadores famosos, com os seus familiares e descendentes. Só os adivinhos, curandeiros e todos aqueles que manejam o poder mágico formam uma classe independente, respeitada e temida. Os chefes de linhagem e ministros conselheiros integram a classe média. A seguir temos os descendentes de escravos, que integram a classe mais baixa e, por último, os que não têm qualificação especial, que são os que constituem o povo.