Pedal sem Nome (para Nova Trento)

Nosso tradicional giro anual “by bike” até Nova Trento que se iniciou em 2007, sempre pelo “Caminho da Roça”, ou seja, via Biguaçú, Sorocaba, Timbé, e por ai vai, este ano quase passou batido, pois dezembro é mês de “compromisso com festas” e até outubro não foi possível programar.

Ávido por novos caminhos, porém ainda sem ter visitado New Trento City nesse ano, programei nossa ida via São Pedro de Alcântara, Betânia, Major Gercino e São João Batista, com o nome de Pedal de Outubro.

Considerando que as torneiras do céu estavam com vazamento no citado mês, tive que postergar para novembro, rebatizando o cicloturismo, o qual teve novas alterações durante o passeio, tendo em vista as peripécias pelas quais passamos, então definitivamente batizei de PEDAL SEM NOME.

Lancei o convite aos amigos da bike, sempre aberto aos amigos dos amigos da bike, e isso provocou um aglomeramento de 13 cicloludâmbulos, se assim posso chamar. Há quem diga que foram 13 incrédulos que tiveram a disponibilidade e ousadia para encarar o desafio.

E chegou o sábado 21/11/2015, amanhecendo com céu de ciclista. Exatamente às 07:30 após a foto da largada, com 12 audaciosos, uma vez que o outro sairia de Santo Amaro da Imperatriz e nos aguardaria em São Pedro de Alcântara, demos inicio a mais essa peripécia.

O comboio completo deu a relargada em São Pedro de Alcântara, aproximadamente às 11:00 com um atraso considerável, em função dos imprevistos, tipo: leve batida de um carro na traseira de uma bike ainda no trevo de Forquilhinhas. Nada que 20 contos não resolvessem na primeira oficina que encontramos no Sertão do Maruim. Além de substituição de um raio noutra bike, conserto de câmara de ar que furou no caminho e outras “cositas más”, que não arrefeceu o ânimo dos cicloludâmbulos.

O pedal prosseguiu serra acima com breves paradas para hidratação e reunião do grupo, até o almoço no Bar da Figueira, no meio da Serra antes de chegar na famosa placa de DIVISA DE MUNICÍPIOS. Agora com predominância de descida, cruzando Betânia dos Luteranos, Betânia dos Católicos, sempre com paisagens exuberantes, recheada de pequenas cachoeiras do rio que insistia em nos seguir ladeira abaixo, até o encontro com o asfalto. Voltamos para estrada de chão batido no inicio daquela serrinha “tinhosa” que dá acesso a Major Gercino, onde mais um biker pediu “penico”. Saltou um pino de elo de corrente, gerando mais uma “oportunidade de descanso” enquanto os especialistas providenciavam o conserto.

O relógio marcava 17:00 quando chegamos em Major, e diga-se de passagem, foi a cidade que mais gostei....... também, ficamos até as 18:15 baixando o estoque de comes e bebes na padaria.

Antes de partir rumo a São João Batista, instalamos os faróis e fomos encarando lufadas de vento, todas de proa, o que para uma raça que havia pedalado quase 12 horas, com consideráveis serras, mesmo refrescando, não foi de bom agrado.

20:15. Chegou na pousada o último pelotão, ou o último “mói corrente”, e não último moicano, uma vez que não havia mais lubrificante que poupasse corrente de bike naquelas condições de poeira.

Após um bom banho partimos para o jantar, e daí, para os “braços de Morfeu”, anestesiado “pelo canela pra cima canela pra baixo” somado a cachacinha curtida que nos aguardava no restaurante atrás da pousada.

Domingo 22/11/2015, às 07:30 todos no café, e às 08:30 após a tradicional foto demos início ao regresso, dessa vez pelo caminho trivial e tradicional. Incrível, logo na largada, mais uma vez com céu de ciclista, a raça deu um pequeno sprint de aquecimento, alternando com pedaladas de cicloturismo. Na chegada ao Timbé, o sol até então acanhado, que se escondia por detrás das nuvens resolveu dar as caras, mas não durou muito tempo e nem impediu novos sprints, onde as bikes enfileiradas causavam arrepios nos que iam na frente, quando de soslaio espiavam os que vinham atrás em comboio. Esse trecho de 78 Km foi vencido numa média de 17,7 Km/h, mesmo após a maratona do dia anterior.

Como o trecho de retorno foi o tradicional vou me ater ao resumo do itinerário da ida.

RESUMO DA ÓPERA:

Após 116,3 Km com predomínio de morro acima, perfazendo uma média de 14,7 Km/h, computados em 12:45 quando somado ao tempo de hidratação, refeição, reunião do grupo, solução de problemas mecânicos, no jantar percebi no semblante da maioria dos ciclo audaciosos, um antagonismo de exaustão e felicidade ao mesmo tempo.

Eu me sentia fisicamente como se estivesse capinado um hectare de terra, e psicologicamente como se estivesse a 20 dias em férias.

Resta-me agradecer aos amigos da bike que botaram fé, e galhardamente venceram mais essa etapa.

Ano que vem tem mais.

Vânio