8o. Dia de Pedal

O dia amanheceu bonito e nesse lado do rio o terreno é bem mais plano.

Saímos cedo de Bechet e cruzamos muitas vilas ciganas, entre outras Colarasi, Dabuleni, restos da Fortaleza de Sucidava, Ianca, Poltelu, Hotaru, e Gradjuboru, onde paramos num mercadinho para comprar água e chá.

Enquanto estamos dividindo gole a gole a garrafinha de chá, um senhor aproximou se de nós, puxou a carteira e nos ofereceu dinheiro gesticulando que era para que comprássemos outra garrafa, uma para cada um. Agradecemos e explicamos que não precisava, e ele só dizia.

- “No English, no English”.

Ele queria nos ajudar, achando que estávamos pedalando para economizar, insistiu tanto que tivemos que pegar o dinheiro, e gesticulando procuramos informá-lo que usaríamos na próxima parada. Nesse meio tempo um outro senhor entrou no mercadinho e comprou bananas, e também gesticulando, dava a entender que era para comermos no caminho. Tentamos uma conversa em espanhol e inglês, até que nos entendemos um pouco. Eles queriam saber curiosidades sobre o Brasil, como era o nosso país, e como nós havíamos chegado lá, naquele fim de mundo. Após esse bate papo e umas fotos, com o sol ardendo nas costas continuamos no pedal passando pelo vilarejo de Orlea até chegarmos à cidade de Corábia, conforme nosso cronograma.

Considerando que o trecho era muito plano, chegamos cedo na cidade, então resolvemos continuar pedalando. Passamos por Garcov e Islaz, e chegamos em Turnu Magureli. Na entrada da cidade que tem um porto de quase 2000 anos, paramos numa panificadora para um lanche e hidratação, e por sorte a mulher falava italiano. Nos deu as coordenadas de como ir para o centro, onde visitamos o centro histórico. Em Turnu Magureli nos hospedamos no Rustic House, uma pousada afastada do centro da cidade, e lá encontramos mais uma vez o casal de jovens espanhóis. Foi um dia em que cruzamos dezessete vilas ciganas.

Nesse dia pedalamos 87 Km.