5 - Quinto Dia

QUINTA FEIRA 01/12/16

Deixamos a pousada após o café, com a intenção de pernoitar em Campos do Jordão e aproveitar para um passeio e um bom e merecido descanso. Ao chegar à famosa cidade, ficamos decepcionados. Um giro pela city, poucas fotos, um sorvete e descemos a serra, passando por terras de Santo Antônio do Pinhal, até chegar a Piracuama distrito de Pindamonhangaba. Dali fomos ao distrito de Mandu onde paramos no Convento das Irmãs Mensageiras do Amor Divino para mais um carimbo na Credencial do Peregrino.

Já passava do meio dia, então perguntei a Irmã Santina se elas não serviam almoço, uma vez que o convento também é albergue de peregrinos. Ela respondeu que sim, mas que ninguém havia feito reserva. Em seguida deu uma volta até a cozinha e nos chamou.

- Sirvam-se aqui no fogão.

Ainda estava quentinho o arroz, o feijão e o peito de frango. Outra irmã preparou uma salada e nos trouxe como sobremesa compotas de manga verde e de mamão que elas mesmas fazem.

Na hora da conta não quiseram cobrar, alegando que era sobra, mas nós não aceitamos. Foi o melhor almoço e a melhor sobremesa até então, com certeza preparados com muito amor, porquê não com Amor Divino?

Nesse dia nossa intenção era ficar em Campos do Jordão, e já estávamos em Pindamonhangaba. Então sugeri à Terezinha para ficarmos no convento. Ela mais ansiosa que eu, pediu para que tocássemos até Aparecida.

Ainda no interior de Pindamonhangaba, numa estradinha vicinal de chão batido, observei ao lado de uma baiuca, uma placa de carimbo de Credencial do Peregrino. Paramos, carimbamos e durante o “dedo de prosa” com o proprietário do bar, fiz umas continhas rápidas concluindo que se mantivéssemos 14 km/h chegaríamos a Aparecida para a missa das 16:00.

Como daí para frente é tudo plano, decidimos que iríamos fazer um “contra relógio” mesmo em estradas vicinais cheio de valas. O objetivo estava traçado. Não sabíamos que outros empecilhos nos esperavam. Enxotar rebanho de gado no meio do caminho e defender-se das bostas de vaca quentinhas da hora que poderiam respingar até a altura do capacete.

Com sol forte ardendo no lombo, pedalamos até o município de Potim.

Ao cruzar a ponte sobre o rio Paraíba que divide Potim de Aparecida, com a Terezinha pedalando na frente, resolvo olhar para os céus, sem saber que ali se tem a melhor vista do SANTUÁRIO NACIONAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA. Eu que estava com o rosto melado de protetor solar misturado ao suor, nesse momento senti as lagrimas de emoção que desciam lavando meu rosto.

Foram mais 10 ou 15 minutos de pedal até chegar ao nosso objetivo. Às 15:50 estávamos em frente ao Santuário agradecendo e registrando a foto da chegada. Com roupas de ciclista entramos na Catedral Basílica para a missa das 16:00.

Nesse dia percorremos 97 km, numa média de 14,0 km/h.

RESUMO DA ÓPERAComo diria a minha comadre Fátima: foram 329 km INENARRÁVEL.

Deixar o conforto do lar, encarar serras intermináveis, pedalar por estradas de chão batido enxotando gado no meio do caminho, brincar com os cachorros que cruzavam nossa frente, insinuando que não estávamos com medo.

SÓ COM NOSSA SENHORA A NOS GUIAR E NOS PROTEGER.

Vânio