Aplainando as Serras do Faxinal e da Rocinha - 2o Dia

SEGUNDO DIA DE PEDAL - SEGUNDA FEIRA, 23 DE MAIO.

ITINERÁRIO DO SEGUNDO DIA DE PEDAL

Amanheceu sem chuva, mas o Minuano estava cortando e zunindo nas orelhas. Dona Alba nos advertiu:

- O Minuano trás frio lá dos pampas.

Aos colegas que não são da região, vale um esclarecimento: o vento minuano é aquele que sopra de sudoeste geralmente depois das chuvas. O manezinho chama de terral, uma vez que vem da terra em direção mar.

Às 7:30, já de café tomado e, diga-se de passagem, um bom café, demos a largada de Praia Grande em direção a Cambará do Sul, no RS.

Logo que saímos da zona urbana encaramos a Serra do Faxinal, com o vento minuano cortando pra valer. Suas lufadas na malha de eucalipto no pé da serra nos dava a impressão de que as árvores faziam um movimento pendular. Eu só torcia que se houve um “efeito dominó”, os eucaliptos caíssem para o lado oposto ao da estrada. Então, subindo a serra pegávamos vento de proa, o que aumentava o grau de dificuldade da subida, sem contar que subir a Serra do Rio do Rastro, é “fichinha” se comparada a Serra do Faxinal, essa é muito mais puxada. Muita subida, muita pedra, obstáculos e, obras na parte próxima a divisa de estados.

LÁ EMBAIXO A CIDADE DE PRAIA GRANDE

Muitas paradas para hidratação, alimentação, fotos e apreciação da natureza. Uma das curiosidades nessa serra são os caminhos aéreos entre as árvores, para passagens dos animais, principalmente para as famosas pererecas que embargaram a pavimentação dessa serra anos atrás.

NO ALTO ENTRE AS ÁRVORES, UM CAMINHO DE PERERECAS.

Aquele velho ditado: “Tanso é o sapo que sai do banhado para morrer na estrada”, não se aplica as pererecas que habitam essa serra, elas possuem caminho apropriado para se esquivarem dos pneus dos carros.

Na chegada ao planalto, no RS a estrada se apresentava em condições mais precárias. Até a entrada do Parque Nacional Aparados da Serra, mais especificamente até o Portal de Entrada do Canyon Itaimbezinho, para quem vai de Santa Catarina é só pedra sobre pedra, tem-se a impressão de estar pedalando sobre o leito de um rio. Independente do tipo de solo, nossa missão era pedalar, e assim o fizemos.

BATALHANDO NA SUBIDA DA SERRA

OPA! MUITA ATENÇÃO NO TRANSITO

Próximo ao meio dia encontramos a primeira tenda no caminho, e para nossa decepção, estava fechada. Tivemos que nos satisfazer com barras de cereal e damascos. A segunda tenda mais adiante estava semiaberta, porque o proprietário aguardava um eletricista de Cambará do Sul para fazer manutenção no sistema elétrico. Após uma boa conversa ele se prontificou a preparar um lanche que foi regado a suco de uva orgânica, fabricado artesanalmente na região.

Conversa vai, conversa vem, detonamos o lanche e com mais disposição retornamos ao pedal, tocando em frente até chegarmos a Cambará do Sul às 15:20 onde o termômetro na Praça da Matriz marcava 1º C.

Neste dia o minuano não cessou, mas não nos intimidamos, porque nosso pedal foi programado também “sem medo de vento”.

Fomos à procura de uma pousada e nos hospedamos logo na primeira que encontramos, ao lado da Igreja Matriz.

Deixamos as bikes dentro do chalé e saímos a caminhar pelas ruas de Cambará do Sul para curtir o frio da serra gaucha.

Nossa intenção era jantar no famoso e tradicional restaurante Galpão Costaneira, que serve comida campeira, mas fomos informados que não abre nas segundas-feiras para o jantar, então passamos no mercado onde compramos vinho da serra gaucha, queijo serrano e salame colonial. Em seguida demos uma passada rápida na panificadora, compramos pães quentinhos e daí para a Pousada Encantos da Serra, onde fizemos o “estrago nas compras”. Mesmo assim sobrou queijo e salame.

Nesse dia foram 41 km desafiadores.

Vânio e Terezinha

CURTINDO O VISUL ENQUANTO DESCANSA