Parte 2

Dia 08/09/13:

Levantamos cedo e após o café fomos ao “parcheggio di bici”, localizamos e identificamos com crachá as nossas bikes, e com o auxílio do mecânico do hotel regulamos altura de selim, e calibramos os pneus. O movimento era grande, e nós já nos considerávamos prontos para a peripécia, pedalar pelas planícies e montanhas dessa linda região da Itália.

As 08h40 o pessoal do Hotel Fedora, guiados pelo Marcello, dirigiu-se ao Hotel Dory, onde estava hospedada a grande maioria dos cicloturistas brasileiros. Éramos 91 cicloludâmbulos, fora os guias. Ali foi realizada a divisão em 5 grupos de aproximadamente 20 pedalantes, orientados por guias italianos e fechados pelo pessoal do Clube de Cicloturismo do Brasil. Nos inscrevemos no Grupo 5, considerado “OS PEDALENTOS”.

As 09h30 demos a partida em direção sudoeste. Além de outras localidades que os italianos chamam de “frazione”, o que para nós corresponde a um subdistrito, passamos por Misano Mare, Misano Monte, San Clemente, Montescudo, nome sugestivo, esse foi o monte mais casca grossa do dia, exigindo de alguns, que empurrasse a bike morro acima nos topetes mais íngremes.

Como o acerto na palestra de abertura foi: nas descidas o guia estará sempre na frente, e nas subidas cada um poderia manter o seu ritmo, devendo aguardar nos topes dos morros ou nos cruzamentos, nessa pegada mantive o ritmo e fui o primeiro a chegar ao centrinho da cidade, onde encontrei o pessoal do Grupo 4 sacando umas fotos e curtindo o visual. Pouco depois esse pessoal desceu a montanha e em seguida o nosso grupo acabava de se reunir. Após uma pausa para hidratação, fotos e visual, esquecemos o pedal, e concentramo-nos nos freios, foi morro abaixo até “La Chiesa della Pace” onde visitamos as ruínas de uma antiga capela que foi bombardeada na segunda guerra mundial. As bikes ficaram sob a sombra de oliveiras enquanto o pessoal curtia o visual e não perdoava o botão de click das câmeras fotográfica.

Na sequência tocamos em frente até a localidade de Vecciano, onde numa fazendo agrituristica, fomos recepcionados com um churrasco “à italiana”, saboreado sobre mesas, à sombra de árvores nativas e frutíferas. Ao nosso lado as videiras com parreirais na vertical, diferentes dos costumes no sul do Brasil, carregadas de cachos com previsão de colheita para uns 10 dias. Tivemos a autorização, não de arrancar cachos inteiros, mas saborear bagos de uva selecionados a dedo diretamente da vinha. Esses cachos estavam predestinados a virar vinho num futuro muito breve. Nessa propriedade, após uma “palestra temática, ou seja, uma breve aula sobre o processo artesanal de produção, degustamos o “aceto balsamico di Romagna 25 anos”, considerado o segundo melhor da Itália, portanto do mundo, atrás do de Modena.

Terminado o merecido descanso, tomamos o caminho de volta, chegando em Riccione no final da tarde, após 49 km de prazer em pedalar pelas “pianure e montagne della Regione della Emilia-Romagna”. Nem precisa dizer que a paisagem é simplesmente exuberante, apresentando doses generosas de natureza dos tempos dos meus bisavôs, lá no outro lado do mundo. Aquelas paisagens que a gente conhecia de ouvido, pois quando criança, nos era narrada em dialeto vêneto. O visual não estava na inscrição, veio de brinde. Para encerrar o dia, foi um banho nas águas do Adriático e uma relaxada na piscina do hotel. Dalí voltamos ao Palazzo del Turismo de Riccione para a palestra do dia: Mobilidade em bicicleta na Itália.

Vânio e Terezinha