Parte 7

Dia 13/09/13

Hoje fizemos a inscrição no Grupo 2, cujo guia era o Sandro. Demos a largada na direção sul, e logo na saída passamos por uma estrada entre o aeroporto Federico Fellini e uma reserva onde hoje tem animais silvestres, mas na época da guerra fria, era uma base americana apontada para Moscou.

Tocamos naquele sobe e desce curtindo um visual misto de antigo e moderno, rural e urbano, passando por San Lorenzo, Santa Maria in Cerreto, Zinganina, Santa Cristina, Cantelli e Verruchio, onde visitamos mais um castelo no alto da montanha, desfrutando de um visual esplendoroso, sob o Sol da Romagna.

Na continuação do pedal passamos por Vergiano, San Lorenzo a Monte e Gaiofana. A última grande parada foi numa vinícola onde o banquete foi um verdadeiro “desbunde”. “Piadine, bruschetta, pane com zucchini e pomidori, pasta di oliva, insalatta, salami, prosciutto, mortadella, tudo regado a vino rosso, bianco e spumanti rose. Após algumas taças de vinho, uma raça de “oriundi”, inclusive eu e a Terezinha, juntamente com dois dos guias, fizemos uma homenagem a região por onde pedalamos durante a semana, cantando a musica: Romagna Mia, cuja letra é:

Sento la nostalgia d'un passato, dove la mamma mia ho lasciato.

Non ti potrò scordare casetta mia,

in questa notte stellata la mia serenata io canto per te.

Romagna mia, Romagna in fiore, tu sei la stella, tu sei l'amore.

Quando ti penso, vorrei tornare, dalla mia bella al casolare.

Romagna, Romagna mia, lontano da te non si può stare!

Já eram 16h00 quando voltamos às bikes visando o retorno ao hotel. Nossa sorte foi não encontrar no caminho os “carabieri” com bafômetro. Foi só mais uma pequena subida para ajudar a destilar o álcool, o resto era só descida, alegria, e a planície final a beira mar. Após 67 km, fomos direto para a piscina, e daí para o jantar, no qual, a pedido do dia anterior, tinha como sobremesa, entre outras opções o famoso “tiramissu”.

A festa de encerramento foi ao ar livre em frente ao Ristorante Brasserie, com direito a telão e musica brasileira. O cantor mor era um potiguar de Natal, que logo puxou um “pot pourri “de musicas nordestinas e é claro, não faltou um forró para arrastarmos o pé diante dos olhares curiosos dos italianos. Teve até uns que se engraçaram e ensaiaram uns passos ao nosso estilo. A festa estava boa, mas como o trem não espera e nossas passagens estavam marcadas, caminhamos então pela orla marítima até o hotel onde nos entregamos aos braços de Morfeu.

Resumo da ópera.

Foi um pedal indefectível, fora de série, sem contar o banho de organização. Incrível, parece mentira, mas uma organização italiana para clientela brasileira deu pontualidade suíça. Sugiro aos amigos de pedal que não percam a próxima edição. Ficou confirmado que a bike abre as portas para a intimidade entre estranhos das mais diversas estirpes. Foi muito pedal, muita festa e muita comilança e visitas a castelos.

No nosso caso, concluímos que agora somos “amadores sérios”, e pela idade, deixamos de ser respectivamente engenheiro eletricista e dentista, e viramos cicloturistas.

Vânio e Terezinha