Relato 4o dia

Dia 10/07/13, levantamos cedo, tomamos o café da manhã na Pousada e demos a largada em direção a Espera Feliz.

Raça se preparando para mais um dia de pedal.

No caminho encontramos muito barro, e um carro que havia se desgovernado indo à vala na margem da estrada. A raça medonha de ciclistas demonstrou solidariedade ao extremo, largou as bikes e num mutirão colocaram o carro de volta ao leito da estrada.

Tirando o barro do pneu

Voltamos ao pedal e logo em seguida após o primeiro tope de serra encontramos chão seco, o que melhorou bastante o nível da pedalada. Passamos por Pedra Menina, onde uma senhora nos aguardava em frente ao portão para abastecer nossas caramanholas.

Literalmente pedindo água no caminho

Em seguida, cruzamos um Pontilhão de Ferro, visual que lembrou meus velhos tempos de criança pelas ruas da vila de Rio Fiorita em Siderópolis, lá ainda hoje tem o pontilhão da Ferrovia Tereza Cristina. Na continuação do caminho, chegamos à comunidade de Galiléia, na qual, mais uma vez, nos esperava um farto lanche.

Vista panorâmica

Tive a impressão que estava no Oriente Médio, mais precisamente em Israel, pois estávamos na Galiléia e no dia anterior havíamos passado pelo desvio de Cafarnaum. O pedal continuou até Alto Caparaó e só parou em frente ao restaurante Fogão a Lenha quando o odômetro marcava 42 km.

Assim é o interior de Minas

Ali literalmente corremos para os abraços, em seguida iniciou-se a sessão de fotos, carimbamos a credencial e recebemos das mãos do Sr Albino, os Certificados de Bikers do Caminho da Luz 2013. Dai fomos ao restaurante, pelo horário da refeição, até agora não sei se foi almoço ou janta, mas que estava bom isso estava!

Já está batendo saudades

Resumo da ópera: deixar o conforto do lar, encarar essa quilometragem toda, pedalar com pessoas que jamais tínhamos visto, e que se revelaram “gente fina de montão”, cruzar vales e montanhas por locais até então não conhecidos por nós, parece coisa de louco. Mas para loucos por bike, isso não passa de mais uma louca pedalada para o currículo.

Somente vencedoras

A viagem dentro da natureza ajudou a recordar ritmos perdidos e recordar os velhos idos, da infância e adolescência difíceis, mas felizes. Ver as estrelas antes de dormir, longe das luzes da cidade grande, despertar com o cantar dos passarinhos, sentir-se solitário, no cruzamento entre cultura e natureza, gente simples e flores, e, por tabela, fazendo uma exaltação ao ócio, coisa de gente com muita juventude acumulada. Não tem coisa melhor! E para fechar com chave de ouro, só nos resta dizer que a vida simples de quem mora naquelas serras e naqueles vales, distante do conforto da cidade grande, nos remete a meditações e reflexões. Nessas horas nos certificamos do quanto de supérfluo não precisamos para sermos felizes. Basta uma bike e gostar de pedalar, os amigos surgirão por consequência.

Vânio e Terezinha

E a festa acabou