Bem-Aventurados os Mansos e Pacíficos

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Injúrias e Violências: 3.1. As máximas de Jesus; 3.2. O Problema da Raca; 3.3. A Afabilidade e a Doçura. 4. Paciência: 4.1. A dor; 4.2. As Dificuldades; 4.3. Coragem. 5. Obediência e Resignação: 5.1. Entendendo os Termos; 5.2. O Modelo da Perfeita Obediência; 5.3. Obediência e Resignação. 6. Conclusão.

1. INTRODUÇÃO

Quem são os mansos e pacíficos? Quais são os assuntos relacionados ao tema? Como Allan Kardec trata deste assunto? Onde buscar mais informações?

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Jesus na sua época descortinou-nos muitas lições extraídas dos dia-a-dia das pessoas.  

A maioria dos seus ensinamentos veio por meio das parábolas e das bem-aventuranças.

Nesse sentido, os pilares da sua doutrina podem ser vistos nas bem-aventuranças e nas parábolas, cujo objetivo era a obtenção do reino de Deus, o terceiro pilar.

Hoje faremos um estudo do capítulo IX Bem-Aventurados os Mansos e Pacíficos, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Debruce-nos na teoria e na prática do Doutrina do Cristo. 

Lembremo-nos de que os exemplos corrigem mais que as repreensões.

3. INJÚRIAS E VIOLÊNCIAS

3.1. AS MÁXIMAS DE JESUS

1. Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra. (Mateus, V: 4).

2. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Mateus, V: 9).

3. Ouvistes o que foi dito aos antigos? Não matarás, e quem matar será réu no juízo. Pois eu vos digo que todo o que se ira contra o seu irmão será réu no juízo; e o que disser a seu irmão: raca, será réu no conselho; e o que disser: és louco, merecerá a condenação do fogo do inferno. (Mateus, V:21-22).

3.2. O PROBLEMA DA RACA

Raca era entre os hebreus uma expressão de desprezo, que significava homem reles, e era pronunciada cuspindo-se de lado. Jesus combateu esta e outras palavras, pois toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei de amor e caridade, que deve regular as relações entre os homens, mantendo a união e a concórdia. É um atentado à benevolência recíproca e à fraternidade, entretendo o ódio e a animosidade.

3.3. A AFABILIDADE E A DOÇURA

Sobre este assunto, os Espíritos nos advertem que o mundo está cheio de pessoas que trazem o sorriso nos lábios e o veneno no coração. “Não basta que os lábios destilem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso, trata-se de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, jamais se desmente. É o mesmo para o mundo ou na intimidade, e sabe que se pode enganar os homens pelas aparências, não pode enganar a Deus”.

4. PACIÊNCIA

4.1. A DOR

"A dor é uma bênção que Deus envia aos seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo-poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no céu".

4.2. AS DIFICULDADES

"A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir. Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensações que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra".

4.3. CORAGEM

"Coragem, amigos: o Cristo é o vosso modelo. Sofreu mais que qualquer um de vós, e nada tinha de que se acusar, enquanto tendes a expiar o vosso passado e de fortalecer-vos para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos: esta palavra resume tudo".

5. OBEDIÊNCIA E RESIGNAÇÃO

5.1. ENTENDENDO OS TERMOS

Obediência. Do lat. oboedientia, significa submeter-se à vontade, às ordens de outrem, e executá-las. Resignação. Do lat. resignatione, é o ato ou o efeito de resignar-se; renúncia espontânea de um cargo; submissão paciente aos sofrimentos da vida.

5.2. O MODELO DA PERFEITA OBEDIÊNCIA

Jesus Cristo é o modelo da perfeita obediência. Obedeceu a Deus, aos pais terrestres e aos seus superiores. Contudo, não foi conivente com a corrupção do povo de sua época. Forneceu-nos o exemplo da humildade, da paciência e da renúncia, a fim de atender aos desígnios do Alto. Sua resignação ante o Pai fê-lo morrer na cruz. Ainda aí não arredou o pé, preferindo o martírio, no sentido de enaltecer a verdade e com isso iluminar os nossos corações endurecidos.

5.3. OBEDIÊNCIA E RESIGNAÇÃO

A obediência é o consentimento da razão, enquanto a resignação é o consentimento do coração. Essas duas virtudes são companheiras da doçura e muito ativas, e a maioria dos homens confundem-nas com a inércia. Muito pelo contrário, há que se ter muita força interior para resistir aos desejos, às paixões ou à revolta ante uma ofensa. O verdadeiro resignado chega até a renunciar ao direito de queixa.

6. CONCLUSÃO

Sejamos mansos, pacíficos e moderados. Obedeçamos a Deus com todas as nossas forças e resignemo-nos aos infortúnios que se nos apresentarem. Não pensemos que a ascensão espiritual vem por um decreto divino. Ela é fruto de um árduo trabalho.

São Paulo, 2020.