MARIA LAMAS
Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas (o apelido Lamas deve-o ao segundo casamento, em 1921) nasce em Torres Novas a 6 de Outubro de 1893. Estuda num colégio de freiras e casa-se aos 17 anos, mas o casamento - que lhe dará duas filhas - durará pouco. Inicia-se, entretanto, no jornalismo, onde dirigirá secções infantis e começa a escrever para crianças sob pseudónimo de Rosa Silvestre (usará outros, ao longo da sua carreira, como Serrana D’Aire ou Daniel Cardigos). Em 1921, casa pela segunda vez (deste segundo matrimónio terá mais uma filha). A sua estreia literária ocorre pouco depois, aos trinta anos, com um livro de poemas intitulado “Humildes”, a que se seguirão novelas e contos, a par de reportagens e conferências. Em 1926 é nomeada directora da revista “Modas&Bordados”, suplemento feminino do jornal “O Século”. A sua acção em prol da liberdade e da justiça, e a forma como se bate pelos direitos das mulheres levam-na por mais de uma vez aos cárceres de Salazar. mas isso não a intimida . Maria Lamas adere ao Movimento Feminino para a Paz e é eleita para a Organização Mundial da Paz. Entre 1962 e 1969, para escapar às perseguições da Pide, exila-se em Paris, onde presta inestimável auxílio a outros exilados políticos e a emigrantes. Após o 25 de Abril de 1974, volta a ocupar posição de destaque na “Modas&Bordados” (como directora honorária) e, após a extinção desta, é convidada para directora da revista “Mulheres”, cargo que mantém até morrer, em Lisboa, a 6 de Dezembro de 1983, contava então 90 anos. Recebeu vários galardões pela sua vida e obra, entre os quais a Ordem da Liberdade.